O importante é ser feliz?

Não me leve a mal com o que vou dizer aqui, com certeza no primeiro momento você não vai concordar comigo, mas acredite em mim, o importante não é ser feliz, e nem sempre o que nos traz felicidade momentânea é o que nos torna felizes.
Na bíblia a palavra “bem aventurado”, que significa “muito feliz” ou “felicíssimo” aparece 98 vezes, isso deixa claro que Deus quer mais do que ninguém a sua felicidade. O problema é quando a nossa busca pela “felicidade” nos leva a ter atitudes reprovadas pela palavra de Deus, e não são poucos os que se justificam dizendo: “O importante é ser feliz”.
Quero que você atente para alguns versículos da carta de Judas, uma pequena, porém não menos importante carta, que foi endereçada para todos os cristãos. Leia em http://www.bibliaonline.com.br/ra/jd/1 a carta completa.
Judas, irmão de Tiago, era também irmão carnal de Jesus, porém ele não se declara assim, mas como servo de Cristo. Ele diz que estava pretendendo escrever sobre a fé que nos é comum, quando sentiu a necessidade de escrever sobre outra coisa, sobre a necessidade de batalharmos por esta fé, “Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos”, pois homens haviam se infiltrado na igreja com ensinos diferentes daquele que é a base da fé em Cristo, trazendo dissensão (discussão, brigas, divisão) sobre o ensino da palavra de Deus, e se levantando contra autoridades da Igreja, projetando rebeldia, libertinagem e divisões.
Mas qual é a fé que Judas adverte que devemos batalhar? O que aqueles homens estavam ensinando de tão perigoso a esta fé?
Se olharmos para a bíblia veremos uma seqüência muito interessante; no antigo testamento, os profetas pregavam ao povo para que se arrependessem, “se a tal nação se converter da maldade contra a qual eu falei, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe.” Jr 18:8 “Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR, vosso Deus, porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal.” Joel 2:13; Jesus disse que o maior de todos os profetas foi João batista, e a pregação deste consistia apenas em “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.” Mt 3:2, Jesus também pregou “Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.” Mt 4:17, Pedro em seu primeiro discurso após o pentecostes disse “Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.” At 2:38, e em tantas outras passagens vemos sempre essa máxima, Deus conclamando aos homens para que se arrependessem.
A pergunta agora é: Qual tem sido a pregação que temos ouvido em nossas igrejas atualmente? Qual o profeta ou homem de Deus que tem falado abertamente que o homem está em pecado, perdido em seus próprios desejos, fadado ao inferno, a não ser que se arrependa e aceite a salvação conquistada por Cristo na cruz?
No tempo de Judas, homens surgiram ensinando coisas que eram contrarias a mensagem do arrependimento, que fortaleciam o humanismo, tratavam o pecado como algo normal, e que transformavam a graça de Cristo em libertinagem.
Não foi apenas Judas quem escreveu sobre isso, em cartas anteriores Paulo, escrevendo aos Corintos, fala abertamente acerca do pecado que eles estavam vivendo e adverte por varias vezes sobre a vida em santidade “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus.” 1Co 6:9-10. Pedro também expressa sua preocupação para com a santidade, “pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo.” I Pe. 1:15-16.
Como humanos, em virtude do pecado que vive em nossa carne, temos desejos e vontades que contrariam a vontade de Deus, sinceramente temos prazer no pecado, e o pecado nos assedia de uma forma muito sutil. Além disso, nós estamos sempre buscando, por todas as formas, coisas que nos trazem prazer, alegrias, felicidade, nisto não há nada de errado, a questão fica comprometedora quando aquilo que nos traz prazer contraria a Palavra de Deus, então temos uma decisão a tomar, ou fazemos aquilo que nossos desejos buscam, ou obedecemos a Deus.
A santidade consiste em nesses momentos dizer não aos nossos desejos, e sim à obediência a Deus, portanto o que mais importa para nós não pode ser simplesmente a busca da felicidade e sim a obediência a Deus. A grande verdade que vemos com isso é que a grande maioria das vezes em que buscamos no pecado sermos felizes acaba por trazer ainda mais infelicidade. Isso não é um paradoxo, mas algo muito simples de se entender, a felicidade não é e não pode ser um alvo, ou um ponto de chegada, mas sim uma maneira de viver, e sendo fiel a Deus, vivendo conforme a sua Palavra, o próprio Deus nos dará na sua graça, alegrias, felicidades e paz.

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