(leia antes a
introdução: http://fesalvacaoeobras.blogspot.com.br/2013/10/principios-morais-dos-mandamentos.html)
O povo hebreu estava já a 3 dias se purificando, preparando-se para encontrar com o Deus que os havia tirado da terra do Egito com grandes maravilhas. Todos conheciam que o mesmo Deus tinha aparecido a seus pais: Abraão, Isaque e Jacó, e agora estavam ansiosos para ter a mesma experiência de seus pais.
Por ordem de Deus,
Moisés havia demarcado limites aos pés do monte Sinai para que ninguém
ultrapassasse aqueles limites.
Quando o povo se pôs
em pé, pela manhã, defronte ao monte Sinai, viram que todo o monte estava
repleto de fogo, fumaça, relâmpagos e trovões, e um forte barulho de buzina
tocando cada vez mais forte. Todo o monte tremia e o povo encheu-se de temor.
Do meio de todo aquele
esplendor e poder, ouviram a voz do Todo Poderoso que dizia:
“Eu sou o Senhor teu Deus, que te
tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
Não terás outros deuses diante de
mim.
Não farás para ti imagem de
escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na
terra, nem nas águas debaixo da terra.
Não te encurvarás a elas nem as
servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a
iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me
odeiam.
E faço misericórdia a milhares dos
que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.” Exôdo 20:2-6
Quando estudamos os
atributos de Deus, percebemos o quão impossível é a existência de outros
deuses. Pois como poderíamos conceber a ideia de dois seres que seriam
onipotentes, onipresentes, onicientes, e soberano sobre todas as coisas? Só há
como haver um único Deus, e este Deus é o criador de todas as coisas, e nada do
que existe existiria sem a sua vontade.
Aquele povo hebreu
havia sido escolhido por Deus para ser testemunha destas coisas, do Deus único
e verdadeiro, e da sua perfeita vontade através de seus mandamentos.
Por isso o primeiro
mandamento é justamente este: “Não terás
outros deuses diante de mim”.
As nações que estavam ali
em volta tinham a idolatria como prática. O Egito possuía muitos deuses, e os
povos de Canaã também tinham a prática de adorar outros deuses.
Em todo momento da
história do homem, quando os homens se tornaram idolatras, usaram sempre
imagens de coisas criadas para representarem seus deuses. Formas humanas ou de
animais, e até mesmo antropozoomórfica, ou seja, parte humana e parte animal.
Muito diferente daquela imagem atemorizadora que os hebreus estavam tendo do
Deus Vivo. Um Deus que não poderia ser
representado por forma alguma, mas mesmo assim repleto de glória, esplendor e
poder.
A história bíblica nos
conta que quando Moisés subiu ao monte Sinai, e passando 40 dias, o povo hebreu
pensando que Moisés tivesse sido consumido por Deus no monte, resolveram fazer
um deus para si, um bezerro de ouro.
Rejeitaram a visão de
glória e esplendor que tiveram no monte Sinai para fazer uma imagem de um
bezerro, e o adoraram como deus.
Não tem como separar a
idolatria da rejeição à Deus.
A idolatria nasce no
coração do homem, a partir do momento em que o homem rejeita ao verdadeiro
Deus. Por ter necessidade de adorar, faz para si mesmo um deus, que na verdade
é a expressão da sua vontade.
Quando o homem se
dispõe a adorar uma imagem, aquela imagem está representando seu próprio ego.
Aquele ídolo não será capaz de repreender seus pecados, ou acusá-lo de seus
erros. Mas é uma forma de ter um deus que aprove sua conduta, sua maneira de
pensar e de ser.
Portanto o princípio
moral contido no “Não terás outros deuses
diante de mim” está justamente em sujeitar-se ao único e verdadeiro Deus.
Tanto para o povo
hebreu como para nós, o discurso de Deus no Sinai é duro, pois mostra os nossos
pecados, nos repreende e acusa nossa natureza pecaminosa. O discurso de Cristo
no monte das oliveiras não foi diferente, pois Cristo não passou a mão no
pecado de ninguém, mas trouxe à luz nossa condição de pecaminosidade quando
disse que aquele que atentar para uma mulher com olhar impuro já adulterou;
quando disse que aquele que se encolerizar contra seu semelhante já em seu
coração o matou.
Portanto quando nos
aproximamos daquele que é Santo, nossas impurezas se tornam evidentes, e o
homem que não está disposto a se limpar de suas impurezas prefere afastar-se do
Deus verdadeiro, criando para si outro deus ou deuses.
Outro ponto
interessante sobre a idolatria é a confiança.
O idolatra não pode
ter sua confiança no Deus verdadeiro porque sabe que o rejeitou, portanto ele
necessita de depositar sua confiança em algo que lhe de segurança, mesmo que
essa segurança seja apenas uma falsa impressão.
Assim os homens tem
depositado sua confiança no dinheiro, nas forças de suas mãos, na sua
capacidade de eloquência, nas palavras de um guru, e em tantas outras coisas
que afagam a sua alma. Pois têm rejeitado aquele que pode de fato dar a
confiança necessária para o homem passar por qualquer circunstância.
Outro ponto
interessante sobre a questão da idolatria está na devoção e no culto
voluntário.
O homem tem a
necessidade de prestar devoção e culto à Deus, e quando se afasta do Deus
verdadeiro, e cria para si um deus, ele também cria uma forma de culto para
esse deus.
Somente Deus deve ser
cultuado, venerado e adorado.
E este tem sido um
grande erro dos católicos deste o século VIII.
Os católicos afirmam
não adorar as imagens, mas apenas venerá-las, por retratarem pessoas que
obtiveram testemunho de fé.
No entanto essas
imagens são cultuadas, existem rezas para estas imagens, são acesas velas aos pés
das imagens e suas orações, ao invés de direcionadas à Deus são direcionadas à
imagem.
Veja novamente o
mandamento de Deus:
“Não farás para ti imagem de
escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na
terra, nem nas águas debaixo da terra.
Não te encurvarás a elas nem as
servirás;” Exôdo 20:4-5b
Venerar ou prestar
culto a qualquer outro que não seja Deus consiste em idolatria.
Mas não apenas os
católicos têm sido idolatras ao venerarem imagens de santos, mas os evangélicos
contemporâneos também têm criado um deus diferente do Deus Vivo. Um deus que dá
casa, carros, que dá prosperidade e que não acusa seus pecados, nem sua cobiça
e sua injustiça. E para esse deus tem
criado um culto diferente, onde a ostentação é cultuada, onde os testemunhos
não mostram mais a mudança de caráter, mas apenas a aquisição de bens e vitórias.
Onde não há mais o clamor para o arrependimento, mas sim a motivação para uma
vitória a qualquer custo.
Outro ponto
interessante sobre a idolatria, revelada neste texto, especialmente em Exôdo
20:5, está na implicação deste pecado.
“Não te encurvarás a elas nem as
servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a
iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me
odeiam.” Êxodo 20:5
O que Deus está
dizendo é que a idolatria é uma iniquidade dos pais contra os filhos.
Os filhos crescem
observando seus pais, e estudiosos afirmam que até os 3 anos de idade uma
criança não tem condições de separar o certo do errado, portanto, tudo o que
eles veem seus pais fazendo ou falando elas tomam por certo.
Quando os pais cultuam
outros deuses, estão pecando também contra seus filhos, incutindo neles a
idolatria como algo correto.
Mas Deus se diz “zeloso”,
e que visita a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração
daqueles que o odeiam. Muitos imaginam que Deus está dizendo que iria castigar
a iniquidade dos pais nos filhos, mas não é isso que Deus está dizendo.
Por causa da
iniquidade dos pais, os filhos se tornam idolatras, mas o visitar de Deus vem
para que os filhos tomem consciência de sua iniquidade e se arrependam.
Veja um claro exemplo
da visitação de Deus nas palavras de Jesus:
“Dizendo: Ah! se tu conhecesses
também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora isto está
encoberto aos teus olhos.
Porque dias virão sobre ti, em que
os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te estreitarão de
todos os lados;
E te derrubarão, a ti e aos teus
filhos que dentro de ti estiverem, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois
que não conheceste o tempo da tua visitação.” Lucas 19:42-44
Jesus estava sobre o
monte das oliveiras, vendo a cidade de Jerusalém e lamentando sobre ela. Porque
o Deus encarnado havia pisado sobre ela, entrado triunfalmente por suas portas
com cantos de Hosana, Hosana. E não reconheceram o tempo de sua visitação, e
não se arrependeram de seus pecados.
Assim Deus tem
visitado gerações após gerações, conclamado os homens ao arrependimento.
Na verdade todos nós
somos propensos à idolatria.
Mas qual deve ser
então nosso procedimento em vista deste principio moral “Não terás outros deuses diante de mim”?
“Mas Deus, não tendo em conta os
tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que
se arrependam; Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar
o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos,
ressuscitando-o dentre os mortos.” Atos 17:30-31
O Senhor Deus tem um
dia determinado em que julgará toda a impiedade e maldade do coração humano,
mas enquanto este dia não chega, insistentemente nos chama ao arrependimento de
nossas obras mortas, e a sujeição à sua vontade.
E o atributo de Deus
que se torna mais evidente neste primeiro mandamento está expresso no verso 6:
“E faço misericórdia a milhares
dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.” Êxodo 20:6
Deus é um Deus de
misericórdia, que está disposto a perdoar nossos pecados, que deu seu Filho
Jesus Cristo, para que a sua justiça fosse manifestada a nós. Portanto ame a
este Deus, aproxime-se dele, com coração quebrantado e contrito, e sujeite-se
ao seu amor.
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