“E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu
coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?
Pedro então lhes respondeu: Arrependei-vos,
e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos
pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo.
Porque a promessa vos pertence a vós, a
vossos filhos, e a todos os que estão longe: a quantos o Senhor nosso Deus
chamar.” Atos 2:37-39
O Pentecostes ou festa das Semanas (Shavuot), como é
seu nome no original, acontecia no quinquagésimo dia após o inicio do que é
chamado “contagem do ômer”. Era a segunda festa mais importante do calendário
judaico.
A primeira festa do calendário judaico era a Páscoa (Pessach),
e era comemorada no dia 14 do mês de Abib, abrindo o calendário judaico, todas
as demais festas são contadas a partir desta.
No 14º dia era feito o sacrifício do cordeiro pascal,
e ao 15º dia iniciava-se a festa dos pães sem fermento, essa festa era
comemorada por uma semana.
No primeiro dia após o sábado da semana em que era
comemorada a Páscoa, os israelitas deveriam apresentar no templo uma oferta de
cereais. Nesse momento, os primeiros feixes de cereais eram entregues ao
sacerdote que, segurando o feixe em suas mãos, movia-os em frente ao templo. Essa
celebração também era chamada de Primícias, e temos o registro dela em
Levíticos:
“Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes:
Quando houverdes entrado na terra que eu vos dou, e segardes a sua sega, então
trareis ao sacerdote um molho das primícias da vossa sega; e ele moverá o molho
perante o Senhor, para que sejais aceitos. No dia seguinte ao sábado o
sacerdote o moverá.” Levítico 23:10-11
Após as Primícias eram contadas sete semanas, ou 49
dias. Nestes dias eram feitas a contagem do ômer, em referencia à medida utilizada
na época para se medir grãos. Um ômer equivale a aproximadamente 2,2 litros. No
quinquagésimo dia então os israelitas voltavam ao templo e apresentavam a Deus a
sua oferta de cereais.
Temos a referencia desta festa em Deuteronômio:
“Sete semanas contarás; desde o dia em que
começares a meter a foice na seara, começarás a contar as sete semanas.” Deuteronômio
16:9
Na Primícias eram apresentados a Deus apenas os
primeiros feixes, mas em Shavuot era entregue todos os primeiros frutos em
oferenda a Deus.
Essas festas foram ordenadas por Deus ao povo de
Israel com o propósito de que servissem de memorial a eles dos feitos de Deus,
dos princípios eternos da Lei de Deus, e também com um propósito profético,
para que o povo entendesse o mover de Deus quando essas festas se cumprissem.
Se a festa de páscoa remete à libertação do povo de
Israel do seu cativeiro no Egito, a festa de pentecostes nos remete à outro
evento muito importante na história do povo hebreu, a entrega da Torá.
Foi justamente cinquenta dias após a saída do Egito
que o povo de Israel esteve diante do monte Sinai, ouvindo da boca de Deus os dez
mandamentos.
Se na festa de Páscoa daquele mesmo ano, Jesus foi
feito o cordeiro de Deus, sendo sacrificado em nosso lugar, ressurgindo dos
mortos aos terceiro dia, no primeiro dia da semana seguinte ao seu sacrifício,
sendo ele a primicia dos que dormem (1 Coríntios 15:20). Nesta festa de Pentecostes
temos acontecimentos tremendos, que não podemos deixar de meditar neles.
O Espírito Santo havia descido sobre os cento e vinte
homens e mulheres que estavam reunidos no cenáculo, aguardando a promessa de
Cristo. Todas aquelas pessoas ficaram cheias do Espírito e passaram a falar em
línguas estranhas. O acontecido não foi discreto, mas houve intenso barulho, a
ponto de chamar a atenção de todos que estavam ali por perto.
Espantados com o que estavam vendo, alguns diziam que
aquelas pessoas estavam embriagadas, outras acreditavam que estava havendo uma operação
sobrenatural de Deus.
Apóstolo Pedro então, cheio do Espírito Santo se
levanta, e de cima do eirado daquela casa proclama a todos em alto e bom som
que Jesus Cristo havia ressurgido dentre os mortos, e que todos aqueles eram
testemunhas oculares de sua ressurreição, e que o mesmo Jesus era o Messias
profetizado ao povo de Israel.
Atônitos com a assertividade das profecias mencionadas
por Pedro na a vida de Jesus, que eles haviam acompanhado, e tinham
testemunhado dos sinais que Jesus operara no meio deles, e convencidos pelas
profecias de que Jesus era de fato o Messias. E tendo consciência de que o
Messias havia sido rejeitado pela liderança do povo de Israel, todos aqueles
homens temerosos exclamam como que em uma só voz:
E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu
coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? Atos
2:37
Todos nós deveríamos fazer esta mesma pergunta quando
nos é exposto a verdade do evangelho de Jesus Cristo.
A maioria de nós ouviu deste pequeno que Jesus Cristo
é o Filho de Deus, no entanto vivemos nossa vida alheia à vontade de Deus.
Queremos decidir por nossos próprios princípios o que é certo e errado, e
ignoramos que há uma Lei e uma Vontade soberana sobre todos nós.
Então em certo momento da vida nos é apresentada a
mensagem do Evangelho, que nos mostra que diante da Lei de Deus somos
pecadores, falhos e tendenciados para o mal, que mesmo desejando ser bons,
fazemos o que é mal, e somos imperfeitos. Aprendemos pela mensagem do Evangelho
que por nossos pecados somos dignos de morte, mas Jesus nos amou de tal maneira
que morreu em nosso lugar, para que nEle pudéssemos viver.
Então o que fazer diante da verdade de que Jesus
Cristo é o Filho de Deus, e que mesmo tendo nos amado a ponto de morrer em
nosso lugar, nós o rejeitamos por tantos anos, rejeitamos a sua Palavra,
rejeitamos os sinais e as evidências de que Ele é o Cristo de Deus?
Que faremos,
irmãos?
As palavras de Pedro seguem ditas com firmeza,
mostrando exatamente o que devem fazer todos aqueles que sentem-se com o
coração compungido diante da Verdade do Evangelho:
“Pedro então lhes respondeu: Arrependei-vos,
e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos
pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo.” Atos 2:38
Sabemos que o novo testamento foi escrito em grego, e
neste ponto a palavra “arrependei-vos” é usada a palavra “metanóia” que
significa “mudança de mente”. Porém sabemos que Pedro era judeu, e estava
falando aos judeus que estavam em Jerusalém por causa da festa, e com certeza
neste momento, Pedro não usou a palavra “metanóia”, mas “teshuva” que é em
hebraico, e significa “voltar à origem” ou “voltar a Deus”.
Arrependimento não é apenas um sentimento de tristeza
por ter feito algo de errado, mas é principalmente a disposição e a inclinação
em abandonar o erro e voltar ao que é certo. Não há como falarmos de pecado sem
falarmos da Lei, nem é possível falar da Lei sem falar do pecado.
A Lei é o que define o pecado! Isso não quer dizer
que a Lei é má, muito pelo contrário, a Lei expressa a Vontade de Deus para o
homem. A Lei é Boa e Perfeita, pois vem de Deus para nós. No entanto nós somos
maus e pecadores, naturalmente transgressores da Lei. Por isso toda a vez que
falamos da Lei o nosso pecado é evidenciado.
Mas o arrependimento é a disposição da vontade do
homem em rejeitar o pecado e sujeitar-se novamente à Lei de Deus.
Portanto o que Pedro está orientando é que, diante da
Verdade do Evangelho, devemos mudar nossa inclinação, e voltarmos para a
sujeição à Lei de Deus.
Assim como na festa de Pentecostes o povo judeu
trazia ao templo seus primeiros frutos, neste dia de Pentecostes, Jesus
apresentou diante do Pai os primeiros frutos de sua Igreja, três mil almas
arrependidas e batizadas. Três mil almas inclinadas a sujeitar-se à Tora, à Lei
de Deus.
Se no passado a Tora foi dada aos hebreus no período
de Pentecostes, agora, inaugurando a Nova Aliança, na festa de Pentecostes, a
Lei é oferecida novamente ao povo, porém com um enfoque diferente.
Profeta Jeremias profetizou sobre isso, e a ele foi
revelado o mistério da Nova Aliança, e ele nos deixou registrado que:
“Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que
farei um pacto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá, não conforme o
pacto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da
terra do Egito, esse meu pacto que eles invalidaram, apesar de eu os haver
desposado, diz o Senhor. Mas este é o pacto que farei com a casa de Israel
depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a
escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.” Jeremias
31:31-33
Veja que o objetivo da Nova Aliança é justamente: “Porei a minha lei no seu interior, e a
escreverei no seu coração;”. Esse é o “dom
do Espírito” ao qual Pedro se refere em Atos 2:38b, pois o Espírito Santo é
quem escreve a Lei de Deus em nosso interior.
Portanto se entendemos a mensagem do evangelho, se
entendemos o amor de Deus demonstrado na cruz de Cristo, se entendemos que Ele
pagou o preço dos nossos pecados, devemos então nos arrepender de nossos
pecados, e nos sujeitar à Lei de Deus, e buscar que essas Leis sejam escritas
em nosso coração pelo Espírito Santo, a fim de que sejamos feitos Novas
Criaturas.
Mas Pedro ainda diz algo, ele nos dá uma razão para
que busquemos o arrependimento, e que confiemos na suficiência dessa posição
para alcançar a Graça de Cristo. Ele diz:
“Porque a promessa vos pertence a vós, a
vossos filhos, e a todos os que estão longe: a quantos o Senhor nosso Deus
chamar.” Atos 2:39
Deus fez a promessa da Nova Aliança ao povo de
Israel: “Eis que os dias vêm, diz o
Senhor, em que farei um pacto novo com a casa de Israel”, portanto a
promessa é feita aos israelitas “Porque a
promessa vos pertence a vós, a vossos filhos”, mas não somente a eles, mas
também a “todos os que estão longe: a quantos
o Senhor nosso Deus chamar”.
A promessa foi feita aos israelitas, mas nós, os que
estamos longe, que não somos descendência de Israel, podemos também ter acesso
a essa promessa, se nos arrependermos e sujeitarmos à Lei de Deus.
A salvação é uma Graça universal de Deus a todos os
homens, através de seu Filho, Jesus Cristo, Deus chama todos os homens, em todo
o tempo ao arrependimento.
“Mas Deus, não levando em conta os tempos da
ignorância, manda agora que todos os homens em todo lugar se arrependam;” Atos
17:30
Essa Nova Aliança prometida por Deus a nós tem o propósito
de nos fazer povo de Deus:“e eu serei o
seu Deus e eles serão o meu povo”. Portanto essa aliança está ao alcance de
todos aqueles que desejam ter o Senhor como Deus, e ser também povo de Deus.
“E cantavam um cântico novo, dizendo: Digno
és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu
sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo e nação; e
para o nosso Deus os fizeste reino, e sacerdotes; e eles reinarão sobre a
terra.” Apocalipse 5:9-10
A Antiga Aliança era exterior, lavrada na pedra (Êx 32. 15-16); a Nova Aliança é escrita “em tábuas de carne, isto é, nos corações” (2 Co 3.3), através do ministério do >>Espírito Santo<<. Isso acontecerá com Israel, como um todo, na Segunda Vinda de Cristo, quando Deus derramará o Seu Espírito sobre o povo judeu não-salvo, fazendo com que se arrependa de seus pecados e aceite Jesus como seu Messias (Zc 12.10; Rm 11.26).
ResponderExcluirO fato do Antigo Testamento ter sido firmado com sangue mostrou que era necessária a morte de uma vítima inocente para consagrar e estabelecer uma aliança. Aquele pacto era apenas um tipo e uma sombra que apontava para o dia em que Cristo consagraria e firmaria um Novo Testamento, através do derramamento de Seu próprio sangue. Somente Ele poderia mediar a Nova Aliança entre Deus e a humanidade (1 Tm 2.5).
Embora a Nova Aliança tenha sido feita com Israel, e não OS GENTIOS, os que aceitam o judeu Yeshua como Messias, têm garantido o extraordinário privilégio de experimentar os benefícios do NOVA ALIANÇA PROFETIZADA PARA ISRAEL que passaram a vigorar quando o Messias derramou Seu sangue na cruz.
► Gálatas 3:29
E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa.
Hoje, a Igreja usufrui das bênçãos espirituais da salvação, estabelecidas na Nova Aliança para Israel porque FORAM APROXIMADOS A COMUNIDADE ISRAEL, deixando de ser ESTRANGEIROS... As bênçãos físicas do Novo Testamento serão cumpridas com Israel, AO LONGO DO TEMPO com o cumprimento de outras profecias.
► Efésios 2:12
Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo.