Amor, o vinculo da perfeição!


“E um deles, doutor da lei, interrogou-o para o experimentar, dizendo: Mestre, qual é o grande mandamento na lei?
E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento.
E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” Mateus 22:35-40

“E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição. E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos. A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.” Colossenses 3:14-16

Você que tem acompanhado esse blog tem percebido que muito se tem falado a respeito da obediência aos mandamentos do Senhor. A vida cristã não é uma vida de ausência de leis, pelo contrário, a vida cristã inicia-se com o reconhecimento de que Jesus Cristo é o Senhor (“A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus” Romanos 10:9a), e por ser Ele o Senhor, nos sujeitamos à sua vontade.
Portanto a vida cristã é uma vida de sujeição às Leis de Deus.
Porém corremos o risco de cair no legalismo quando não compreendemos exatamente qual a motivação que deve impelir o cristão a sujeitar-se às Leis de Deus.
Jesus quando esteve em seu ministério na terra condenou expressamente o legalismo, Paulo em suas cartas também se opõe veementemente contra os legalistas que estavam agindo sobre a igreja.
Mas qual a definição de “legalismo”?
O sufixo grego “ismo” denota um sistema ou condição na qual as pessoas devotam sua fé, confiança ou ainda a condição em que o sujeito se encontra.
Por exemplo, quando falamos de comunismo ou capitalismo estamos falando de regimes econômicos e políticos aos quais as pessoas depositam confiança, e por consequência se sujeitam as condições impostas por esses regimes. Quando falamos de Budismo ou Islamismo estamos falando de religiões as quais as pessoas depositam sua fé, e por consequência se sujeitam aos dogmas apregoados por essas religiões.
 Assim o Legalismo é quando a pessoa deposita sua fé e confiança no cumprimento de exigências legais, e por consequência se sujeitam à obediência às leis, como se por meio da obediência às leis o homem pudesse ser aceito por Deus.
O legalismo dá a ideia equivocada de que o homem pode se justificar diante de Deus por suas obras, por seu esforço em cumprir os mandamentos.
Essa ideia é equivocada por uma simples questão:
“Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos.” Tiago 2:10
O pecado é justamente a transgressão da Lei, e ao pecarmos em um ponto da Lei nos tornamos transgressores de toda a Lei. Portanto é impossível ao homem se justificar pela observância da Lei.
Jesus ainda nos conta uma parábola em que ensina o seguinte:
“E qual de vós terá um servo a lavrar ou a apascentar gado, a quem, voltando ele do campo, diga: Chega-te, e assenta-te à mesa?
E não lhe diga antes: Prepara-me a ceia, e cinge-te, e serve-me até que tenha comido e bebido, e depois comerás e beberás tu? Porventura dá graças ao tal servo, porque fez o que lhe foi mandado? Creio que não.
Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.” Lucas 17:7-10
Com isso Jesus está ensinando que, mesmo que fosse possível ao homem cumprir todos os mandamentos sem cometer pecado, não estaríamos fazendo mais do que nossa obrigação, e não seria por esse motivo que receberíamos graça de nosso Senhor.
Assim a ideia legalista de justificação pela observância da Lei não tem fundamento no ensino de Cristo nem dos apóstolos. Não é por observar os mandamentos que seremos justificados de nossos pecados diante de Deus.
A bíblia nos ensina que somos justificados unicamente pelo que Cristo fez na cruz por nós. Ao morrer na cruz pelos nossos pecados Cristo garantiu um meio pelo qual pudéssemos ser perdoados, justificados e reconciliados com Deus.
“Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” 2 Coríntios 5:19
Mas se a salvação é unicamente através do que Cristo fez, e se nossas obras são incapazes para nos justificar, porque então encontramos tantas orientações para guardarmos as Leis?
“Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade.” 1 João 2:4
“O que guardar o mandamento guardará a sua alma; porém o que desprezar os seus caminhos morrerá.” Provérbios 19:16
“Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura a incircuncisão não será reputada como circuncisão?” Romanos 2:26
Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus. Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus. Mateus 5:19-20
Há um entendimento errado sobre o que é a Graça de Deus, na qual temos acesso através de Jesus Cristo. Normalmente as pessoas imaginam que Graça é a salvação imerecida, da qual o homem não precisa fazer nada, apenas Jesus faz tudo, e o homem é salvo quando aceita Jesus como Senhor e Salvador.
Não é necessário mudança de vida, não é necessário mudar seus costumes, não é necessário abandonar seus vícios e pecados: estamos na Graça! Afirmam esses.
De fato a Salvação que temos em Cristo é algo que não merecemos. Não fizemos nada que atraísse Cristo à terra para morrer pelos nossos pecados. Jesus veio simplesmente pelo AMOR.
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16
Assim o amor de Deus enviou seu Filho para que morresse em nosso lugar na cruz, nos concedendo perdão, e nos colocando em uma posição na qual não éramos dignos de estar, posição de servos do Altíssimo.
Porém o amor de Deus exige de nós uma resposta, e essa resposta deve ser também em Amor, como vemos no mesmo capitulo do evangelho de João:
“E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.” João 3:19
Assim vemos que mesmo Deus amando ao mundo de tal maneira a ponto de enviar seu Filho para que houvesse nEle salvação, a condenação ainda existe para aqueles que amarem mais as trevas do que a Deus.
Assim percebemos que o Amor é a chave para entendermos toda a motivação da vida cristã. Tanto em nosso relacionamento com Deus como em nosso relacionamento com o próximo, e é justamente por isso que Jesus afirma que o maior de todos os mandamentos é:
“E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento.” Mateus 22:37-38
E em semelhança a este primeiro grande mandamento, temos o segundo grande mandamento que é:
“E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” Mateus 22:39-40
Assim, porque Deus nos amou, devemos responder a Ele com amor, e ao ser alcançado pelo amor de Deus, conseguimos também amar ao próximo. Assim a Graça está no fato de Ele ter nos amado, e a entrada na Graça é por responder a Ele com amor.
Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro. 1 João 4:19
Mas o que implica o “Amar a Deus”?
Muitas pessoas afirmam que amam a Deus, mas continuam vivendo suas vidas alheias à mensagem do evangelho, e não se sentem compelidas a arrepender-se de seus pecados.
Vejamos, em nossos relacionamentos humanos, quando amamos alguém, procuramos estar perto desse alguém, procuramos conhecer as vontades desse alguém, e fazemos coisas para agradar a esse alguém a quem amamos.
Como podemos imaginar que Amar a Deus seria diferente de esforçar-se em estar perto de Deus, de conhecer suas vontades expressa em sua Palavra, de obedecer a seus mandamentos e fazer o que Ele nos pede apenas para, de alguma forma, agradar aquele a quem amamos?
Por isso mesmo Jesus disse:
“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.” João 14:21
Vemos Paulo apresentando esse mesmo princípio aos colossenses quando escreveu:
“E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição. E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos. A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.” Colossenses 3:14-16

Paulo chama o Amor de o “Vínculo da Perfeição”, e na sequencia ordena que a “Palavra de Cristo habite em vós” (obediência aos mandamentos), e depois “ensinando-vos e adomestando-vos uns aos outros”.
Paulo ensina que nosso relacionamento com Deus e com nossos irmãos devem ser pautados no amor.
Deus manifestou esse mesmo princípio na Torá quando disse:
“Agora, pois, ó Israel, que é que o Senhor teu Deus pede de ti, senão que temas o Senhor teu Deus, que andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma, que guardes os mandamentos do Senhor, e os seus estatutos, que hoje te ordeno, para o teu bem?” Deuteronômio 10:12-13
Assim a obediência aos mandamentos não pode, em hipótese alguma, ser motivada pelo desejo de se justificar diante de Deus. Não podemos permitir que em nossos corações suba essa ideia de que somos justos pelas nossas obras. O único que nos justifica é Cristo através da Sua Obra gloriosa na cruz.
No entanto devemos obedecer aos mandamentos porque amamos ao Deus que nos amou primeiro. É por esse motivo que nos sujeitamos aos seus mandamentos, porque reconhecemos que Ele nos colocou em uma posição da qual não éramos dignos de estar.
Sabemos que Ele nos amou, e desejamos amá-lo também, e por amar a Ele queremos agradá-lo, e essa é a motivação que temos em conhecer os seus mandamentos e aplicar seus preceitos em nossos corações, observando seus estatutos e buscando ser fiéis a Ele.

“Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos.”1 João 5:2



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