A verdadeira religião

“Seria este o jejum que eu escolheria: que o homem um dia aflija a sua alma, que incline a cabeça como o junco e estenda debaixo de si pano de saco grosseiro e cinza? Chamarias tu a isso jejum e dia aprazível ao Senhor?” Isaías 58:5.

Isaías 58 é um convite do Eterno à reflexão quanto à nossa posição religiosa. O senso comum é de que a vida religiosa nos aproxima a Deus. E a razão de muitos frequentarem cultos e celebrações religiosas é o intuito de se aproximarem de Deus.

Tendo em vista esta condição, o Eterno exorta ao seu povo com relação a uma das mais importantes celebrações que o Ele havia dado a Israel na Torá: o jejum de Yom Kippur.

Para atender ao mandamento da Torá, que diz que no dia de Yom Kippur os judeus deveriam “afligir” suas almas, a religião judaica estabeleceu que este deveria ser um dia de jejum. Nos dias de Isaías, os judeus celebravam o Yom Kippur com jejum, pano de saco e cinzas. No entanto, o Eterno, através de Isaías, convida os judeus a refletirem se a maneira como estavam procedendo era de fato agradável à Deus.

Os religiosos estavam indo à celebração de Yom Kippur com a finalidade de jejuar, mas exigiam de seus servos que trabalhassem. No dia de Yom Kippur se mostravam contristados, mas não mudavam suas práticas que oprimiam os menos favorecidos com trabalhos e baixos salários. 

Não havia compaixão com os pobres e necessitados, não havia descanso para os servos, e nas reuniões os religiosos se ocupavam de discussões teológicas, acusando-se mutuamente e agredindo-se verbalmente.

Será que era isso que o Eterno havia pedido para ser um dia de celebração ao Eterno?

O dia de Yom Kippur deveria ser um dia de profunda reflexão sobre nossas ações, buscando o arrependimento e a expiação dos pecados. Era o dia em que, através da reflexão e do convencimento do pecado, os judeus buscassem aplicar os princípios da Torá em suas vidas, demonstrando compaixão e amor pelo próximo, quebrando as opressões, buscando perseguir a justiça como a Torá ensina:

“A justiça, somente a justiça seguirás, para que vivas e possuas em herança a terra que te dará o Senhor, teu Deus.” Deuteronômio 16:20.

Da mesma forma devemos proceder como servos de Deus através da nossa fé em Yeshua. Os crentes da atualidade se ocupam em demasia com questões teológicas e doutrinárias, e muito pouco com a prática da justiça. 

Devemos ter a honestidade de aplicar primeiramente a nós aquilo que temos compreendido das Escrituras, e entender que, as discussões teológicas, em sua maioria, só serve para fomentar discussões infindadas de opiniões divergentes.

Uma coisa é expor suas ideias e ouvir ideias contrárias em um ambiente de respeito e cooperação mútua, com o intuito de aprofundar no conhecimento de certas matérias, visando o crescimento e aperfeiçoamento da fé.

Outra coisa é a discussão de ideias onde os proponentes estão unicamente preocupados em “vencer” uma batalha dialógica. O fim deste discurso será apenas intrigas, dissensões, inimizades e porfias. 

Se queremos agradar a Deus devemos ter em mente a religião única e verdadeira que nos é apresentada por Tiago:

“A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo.” Tiago 1:27.

Que o Eterno nos abençoe!
#religião #justiça #Yeshua #fé

Comentários

Postar um comentário