“Depois para vós
contareis desde o dia seguinte ao sábado, desde o dia em que trouxerdes o molho
da oferta movida; sete semanas inteiras serão.”
A festa
de Pessach é o marco principal para todas as demais festas da Torá. É a festa
que abre o calendário religioso do povo de Israel. Seus significados são muitos.
Em Pessach somos lembrados da libertação do Egito, da libertação do pecado
através de Yeshua, da passagem de um estilo de vida sem Deus para a condição de
povo de Deus. Muitos de seus significados perpassa por Matzot e Bikurim.
Matzot
refere-se à semana iniciada em Pessach em que somos ordenados a retirar todo o
fermento de nossas casas, e a comer o Matzá (pão sem fermento) em memória ao
novo estilo de vida que somos chamados a viver, uma vida de sinceridade e
singeleza de coração, tirando de nós toda a malícia e vaidade.
Bikurim
refere-se principalmente à ressurreição de Yeshua. O primeiro fruto (homem
ressurreto) apresentado diante do Pai (1 Co 15:20). E, a partir de Bikurim,
inicia-se a contagem do Ômer.
Existe
uma divergência de interpretação quanto a celebração de Bikurim, o que afeta
tanto a contagem do Ômer como a celebração de Shavuot, também conhecida por
Pentecostes. A Torá diz:
“E ele moverá o
molho perante o Senhor, para que sejais aceitos; no dia seguinte ao sábado o
sacerdote o moverá.” Dt 23:11.
Para
o judaísmo tradicional, oriundo do movimento farisaico do primeiro século, o “dia
seguinte ao sábado” seria o dia seguinte ao Pessach, visto que o dia de Pessach
é considerado um dia de shabat (descanso). Mas, para os saduceus do primeiro
século, e para os judeus caraítas da atualidade, o “dia seguinte ao sábado”
seria o primeiro dia da semana após a celebração do Pessach.
Para
os mais atentos, vamos perceber que Yeshua ressuscitou exatamente no início do
primeiro dia da semana, fortalecendo a visão caraíta sobre o dia correto da
celebração de Bikurim, já que “Yeshua é a primícia dos que dormem” segundo
apóstolo Paulo.
Após
Bikurim inicia-se a contagem do Ômer que, segundo a Torá, prescreve sobre a
separação dos grãos colhidos e destinados à oferta no Templo. Cada dia de
colheita era separado um Ômer (pequena vasilha de aproximadamente 3 litros) de
grãos colhidos. Ao final, no quinquagésimo dia, todos os ômeres eram levados ao
Templo em uma linda procissão, o ofertados para o sustento dos sacerdotes.
Todos eram apresentados diante do Eterno.
Essa
tradição posta pela Torá nos trás vários significados.
O
primeiro que podemos elencar é, como em Bikurim o Messias ressurreto foi
apresentado diante do Eterno como o primeiro homem ressurreto, no fim dos
tempos o próprio Messias ressuscitará todos que creram em seu Nome, e os apresentará
diante do Eterno como os frutos de seu trabalho:
“Ele verá o fruto
do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu
servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniqüidades deles levará sobre
si. Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o
despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os
transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos
transgressores.” Isaías 53:11-12.
“...agora contudo
vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos
apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis...” Colossenses 1:21-22.
Neste
contexto, o período da contagem do Ômer representa o tempo presente em que os
frutos têm sido recolhidos e santificados para um propósito futuro. Para isso
precisamos crer no Messias e perseverar na sua palavra.
Outro
sentido que pode ser atribuído à contagem do Ômer, e que também está
relacionado ao tempo presente, nós como servos de Deus devemos produzir bons
frutos, para quando estivermos diante de nosso Deus, apresentá-los ao Eterno.
“Porque somos
feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou
para que andássemos nelas.” Efésios 2:10.
“Porque todos
devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o
que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.” 2 Coríntios 5:10.
De
todas as formas, a contagem do Ômer tem o objetivo de nos levar a refletir
sobre nossa vida, como temos produzido nossos frutos. Se estivermos produzindo
frutos de justiça para o nosso Deus, obedecendo seus mandamentos e amando ao próximo,
nós mesmos seremos guardados para o glorioso dia em que seremos apresentados
diante do nosso Deus ressurretos, incorruptos, santos e inculpáveis.
Que
o Eterno nos abençoe!
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