O Arrependimento Muda Decretos!

"Assim diz o Senhor: Registrem esse homem como homem sem filhos. Ele não prosperará em toda a sua vida; nenhum dos seus descendentes prosperará nem se assentará no trono de Davi nem governará em Judá". (Jeremias 22:30).

Essa maldição proferida pelo profeta Jeremias foi direcionada ao rei de Judá de seu tempo: Jeconias (ou Conias/Joaquim).

Jeconias reinou por um curto período, apenas três meses, mas as Escrituras atestam que ele perseverou na maldade e idolatria de seu pai (2 Reis 24:9). Por causa de sua desobediência e obstinação, ele foi amaldiçoado no capítulo 22 de Jeremias.

O ponto mais intrigante desta maldição é que, segundo o evangelista Mateus, Yeshua é descendente de Jeconias (Mateus 1:12).

Como poderia o Messias de Israel, aquele que se assentará sobre o trono de Davi, vir da descendência de um rei amaldiçoado, cuja maldição invalidava justamente sua linhagem como herdeiros ao trono?

Este é um ponto fundamental que pode nos ensinar muito sobre o poder do arrependimento.

Jeconias foi levado cativo para a Babilônia por Nabucodonosor e foi mantido na prisão por 37 anos, tratado com severidade pelo rei babilônico.
Mas, ao final de 37 anos, quando Evil-Merodaque subiu ao trono, Jeconias viveu uma grande reviravolta. Ele foi tratado com bondade pelo novo rei. Os textos de 2 Reis 25:27-30 e Jeremias 52:31-34 atestam que ele foi honrado mais do que todos os demais reis que estavam com ele, comendo à mesa do rei e recebendo uma pensão diária.

Os rabinos, estudando essas passagens e, principalmente, a vida e as profecias sobre Zorobabel (neto de Jeconias), entenderam que, para que houvesse tal mudança, Jeconias deve ter experimentado um profundo arrependimento durante seus 37 anos de prisão.

Esse arrependimento teria sido tão sincero e profundo que levou o Eterno a revogar o decreto e restaurar a sua linhagem a partir de Zorobabel.

Um ponto das Escrituras que sustenta essa ideia está na palavra do Eterno a Zorobabel, neto de Jeconias:

"'Naquele dia', declara o SENHOR dos Exércitos, 'eu o tomarei, meu servo Zorobabel, filho de Sealtiel', declara o SENHOR, 'e farei de você um anel de selar, porque o tenho escolhido', declara o SENHOR dos Exércitos." (Ageu 2:23).

O anel de selar, ou sinete, era um objeto de grande autoridade, utilizado para autenticar decretos reais. Essa expressão atribuída a Zorobabel indica que o Eterno estava dando a ele autoridade real sobre Seu povo.

Essa profecia contrasta diretamente com a maldição proferida contra Jeconias, onde o verso 24 afirma:

"Vivo eu, diz o Senhor, que, ainda que Jeconias, filho de Jeoaquim, rei de Judá, fosse o anel do selo da minha mão direita, eu dali o arrancaria." (Jeremias 22:24).

Enquanto na maldição de Jeconias o Eterno está revogando sua autoridade real, em Zorobabel essa autoridade é restaurada, o que a tradição associa ao arrependimento que Jeconias experimentou em seu cativeiro.

Se o arrependimento de Jeconias revogou o decreto de maldição sobre sua descendência, sendo a linhagem restabelecida em Zorobabel, o que impediria você de, em sua vida e família, experimentar profundas transformações? Basta que você se arrependa de coração de seus pecados e restaure sua aliança com o Eterno através da confiança em Yeshua.

Yeshua veio de uma linhagem toda problemática. Em sua genealogia encontramos um sogro que teve filhos com sua nora (Judá e Tamar), uma prostituta (Raabe), uma moabita idolatra (Rute) e um rei amaldiçoado (Jeconias).

A única característica que une todos esses personagens não é a perfeição, mas o arrependimento que muitos experimentaram e a transformação que adveio a partir dele.

Yeshua veio para transformar nossa história, revogar os decretos de maldição e restaurar a bênção do Eterno sobre nós. Mas o caminho para isso é o arrependimento.

Que o Eterno nos abençoe!

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