O pecado e suas implicações.

“Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.” Genesis 4:7

Entendemos por pecado qualquer transgressão ou desobediência aos mandamentos divinos. O pecado está intimamente ligado à lei de Deus, afinal se não existisse lei, não haveria o que ser transgredido. Leis divinas sempre existiram, foram dadas pelo próprio Deus, confirmadas por Jesus; o salmista Davi diz que “A lei do SENHOR é perfeita, e refrigera a alma;” Salmos 19:7a. Mesmo no éden Adão tinha um mandamento a ser obedecido:

“E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” Gênesis 2:16-17

Mas você pode se perguntar por que a Adão foi dado apenas um mandamento e a nós tantos? É muito simples, a obediência aos mandamentos seriam naturalmente cumpridas por Adão, visto que ele estava em comunhão com Deus e possuía uma natureza perfeita. A única coisa capaz de quebrar essa natureza pura, sem pecado, seria a rebelião expressa contra Deus, que aconteceu quando Adão optou livremente por desobedecer ao mandamento divino e comeu do fruto.

A este pecado de Adão chamamos de pecado original, afinal foi a partir deste momento que o pecado entrou no mundo, passando por todos os homens lançando toda a humanidade em uma condição de morte física e espiritual. Apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos dispensa muitos capítulos a explicar sobre o pecado e seus efeitos na humanidade.

“Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.“ Romanos 5:12

“Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos.” Romanos 5:19

O pecado de Adão corrompeu nossa natureza, nos tornando maus e tendenciados para o pecado. A dificuldade que temos hoje em obedecer às leis de Deus se deve a nossa natureza estar corrompida pelo pecado de Adão.

“Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.” Romanos 7:18-19

O problema do pecado é grave e atinge a todos os homens, a bíblia diz expressamente que:

“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;” Romanos 3:23

O pecado nos separa de Deus, e atrai sobre nós a sua ira. É muito comum vermos as pessoas tratando o pecado como sendo algo irrelevante. Não é pelo fato de que todos os homens pecam que o pecado se torna menos importante ou minimize suas implicações, desde o éden o pecado é a causa de todas as desgraças vivenciadas pela humanidade.

“Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;” Romanos 2:5

“Mas a prostituição, e toda a impureza ou avareza, nem ainda se nomeie entre vós, como convém a santos; Nem torpezas, nem parvoíces, nem chocarrices, que não convêm; mas antes, ações de graças. Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus. Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.” Efésios 5:3-6

“Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.” João 3:36

“Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.” Romanos 5:12

Um engano muito comum é achar que o pecado só acontece a partir do momento em que conhecemos a lei. Ou seja, se não conheço a lei e peco, não tenho culpa. Isso não é verdade, veja este versículo:

“Mas, se toda a congregação de Israel pecar por ignorância, e o erro for oculto aos olhos do povo, e se fizerem contra alguns dos mandamentos do SENHOR, aquilo que não se deve fazer, e forem culpados,” Levítico 4:13

Perceba que mesmo que o pecado seja por ignorância, não muda a situação de “culpados”, e ainda quando tomasse conhecimento do pecado, o povo deveria fazer o sacrifício para a expiação (sacrifício em que um animal morria no lugar do pecador):

“E quando o pecado que cometeram for conhecido, então a congregação oferecerá um novilho, por expiação do pecado, e o trará diante da tenda da congregação,” Levítico 4:14

Portanto mesmo que não se conheça os mandamentos de Deus, aquele que transgride é considerado pecador e culpado pela transgressão. Apostolo Paulo escreve o seguinte acerca dos gentios que não conheciam os mandamentos de Deus:

“Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas. Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os;” Romanos 2:11-15

Portanto é necessário tomar conhecimento das leis de Deus a fim de obedecê-lo. Assim como todo o cidadão deve conhecer as leis de seu país, visto que o descumprimento de alguma lei, mesmo que seja por ignorância, o torna réu de um processo penal, muito mais devemos buscar conhecer as leis de Deus, do qual somos réus para uma condenação eterna.

O pecado é terrível, suas conseqüências são eternas, e a prática dele se estende a todos os homens. O que podemos esperar diante deste quadro tão terrível que nos coloca como réus diante de Deus?

Deus estabeleceu através de Cristo uma única oportunidade de salvação, Cristo que não pecou, recebeu em sua carne a culpa de todos os nossos pecados, fazendo expiação por nós. O sacrifício de Jesus Cristo na cruz do calvário foi o único que agradou a Deus e satisfez a sua justiça, estabelecendo assim um único caminho para nos reconciliarmos com Deus.

“Mas este, havendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados, está assentado à destra de Deus, Daqui em diante esperando até que os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés. Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados.
E também o Espírito Santo no-lo testifica, porque depois de haver dito: Esta é a aliança que farei com eles Depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações, E as escreverei em seus entendimentos; acrescenta: E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniqüidades. Ora, onde há remissão destes, não há mais oblação pelo pecado. Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne,” Hebreus 10:12-20

Sendo através do sangue de Cristo o único caminho estabelecido por Deus para que haja perdão dos pecados, qualquer outro tipo de penitencia, rito, caridade, crença, ações ou qualquer outra coisa, é ineficaz. Não há outro meio para salvação:

“E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” Atos 4:12

Somente o sacrifício de Jesus é capaz de resolver o problema do pecado, mas o que cabe ao pecador? O sacrifício de Jesus satisfez a justiça de Deus, mas é necessária uma resposta do pecador para que este seja justificado diante de Deus, e esta resposta é o arrependimento.

“E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo;” Atos 2:38

O arrependimento não é apenas um sentimento, mas deve ser seguida de atitudes que o comprove. Atitudes de abandono das práticas pecaminosas e devoção a Deus. Quando os fariseus vinham até João batista para serem batizados, este os repreendeu porque não demonstravam seu arrependimento em atitudes:

“E, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus, que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento;” Mateus 3:7-8

Ao arrepender-se de seus pecados e aceitar a salvação que Cristo propõe, o homem pode novamente desfrutar de um relacionamento com Deus. Isso não quer dizer que este homem esta isento do pecado, pelo menos não ainda, pois haverá um dia em que Cristo retornará, e aqueles que foram justificados serão transformados, tendo a natureza que foi perdida no éden restaurada, e assim não haverá mais pecado. Mas enquanto estas coisas não acontecem, nossa natureza continua tendenciada ao pecado.

“Esta é a aliança que farei com eles Depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações, E as escreverei em seus entendimentos; acrescenta: E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniqüidades.” Hebreus 10:16-17

Porem existe uma diferença entre o pecado do ímpio e o pecado do cristão, o cristão quando peca sente dor e desprezo pelo pecado cometido, arrepende-se e busca novamente o perdão do Pai, enquanto que o ímpio não tem preocupação quanto às implicações de seu pecado.

Portanto é muito importante atentarmos para as conseqüências do pecado em nossas vidas, quer sejamos cristãos ou não, ao não cristão cabe arrepender-se e aceitar a salvação de Cristo, conhecer suas leis e praticá-las. Ao cristão cabe evitar o pecado com todas as suas forças, e se caso cair, buscar arrependimento genuíno junto a Deus através da confissão do pecado.

Lembrando sempre que esta cada vez mais perto o dia em que Cristo haverá de remover completamente o pecado de nossas vidas, nos dando a eterna salvação, restaurando todas as coisas e estabelecendo de vez o seu reino.

“E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” Apocalipse 21:4