Falar que o
homem é pecador e falho é como “chover no molhado”! Se existe algo que é de
pleno consenso entre todos os homens é a sua falibilidade.
Todos nós
temos consciência de que erramos, tanto que foi estabelecida até uma lei no
dito popular: “Errar é humano”.
De fato errar
é próprio do ser humano. Nós erramos de diversas formas, e em diversos
momentos, e mais, todos os homens tem a noção de que precisam ser melhores.
Precisam ser melhores pais, melhores filhos, melhores profissionais, melhores
amigos, e etc.
Portanto
ninguém em sã consciência tem dificuldade de reconhecer que erra em muitos
aspectos da sua vida, e que pode e precisa melhorar em diversos aspectos da
vida também.
O problema é
que esse reconhecimento por si só é incapaz de transformar o homem em sua
essência. Por mais que o homem reconheça suas falhas e empenhe forças em
promover mudanças, essas mudanças são pontuais e periféricas, o coração do
homem continua ainda inclinado para o mal, e por vezes abandonamos alguns
vícios para dar lugar a outros vícios.
Outro ponto é
que esse reconhecimento não leva ao entendimento da real gravidade de nossos
erros morais diante de Deus. Pelo contrario, o sentimento que se tem é que este
reconhecimento de depravação do gênero humano tem levado as pessoas a um
estagio de conformismo.
As pessoas
não creem nas graves consequências de seus pecados, porque o pecado é comum aos
seres humanos.
Entenda que
não é porque todos os homens pecam que o pecado tem uma implicação menor. Pelo
contrario, o fato de todos sermos pecadores nos coloca a todos na mesma
situação de condenados diante da justiça de Deus.
Por isso a
bíblia afirma:
“Porque todos pecaram e destituídos
estão da glória de Deus;” Romanos 3:23
É justamente
neste contexto que a mensagem do Evangelho de Jesus Cristo se torna poderosa!
Entenda que a
mensagem do evangelho não consiste em acusar o homem de seus pecados. Se você é
cristão, e tem pregado o evangelho enfatizando apenas a culpa e o pecado do
homem, desculpe-me, mas você não está pregando o Evangelho.
O Evangelho
de Cristo é a boa notícia de que Cristo pagou o preço de nossos pecados para
que obtivéssemos através dEle o perdão e a reconciliação com o Pai.
Esta obra de
salvação, que só poderia ser realizada por Cristo, e que foi cumprida
cabalmente na cruz, é apenas o inicio, a introdução da maravilhosa graça que
temos de Deus através de seu Filho.
Porém, a obra
de Cristo não se limita em apenas pagar o preço de nossos pecados, mas também
em nos dar aquilo que necessitamos para que aquela mudança na essência do
coração do homem seja alcançável.
Vimos que o
homem é capaz de reconhecer seus erros e desejar aplicar em sua vida mudanças.
Mas sabemos que por suas próprias forças o homem é incapaz de mudar seu
coração.
Mas a
promessa que temos em Cristo é que nEle, podemos ser feitos Novas Criaturas! E
para entender essa promessa é necessário voltarmos ao profeta Jeremias que diz:
“Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não
conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para
os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha aliança apesar de
eu os haver desposado, diz o Senhor. Mas esta
é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o
Senhor: Porei a minha lei no seu
interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o
meu povo. E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu
irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor
até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca
mais me lembrarei dos seus pecados.” Jeremias 31:31-34
Veja que
nessa profecia está prometida uma Nova Aliança, onde Deus escreveria no coração
do homem a sua Lei, e que não haveria mais a necessidade de um irmão ensinar ao
outro sobre o Senhor, porque todos o conhecerão, e nunca mais haveria memória
dos pecados do homem.
Esta profecia
aponta para um dia vindouro, um período que a humanidade ainda não conheceu.
Toda a vez que você ver nas profecias a expressão “Eis que vêm dias” ou
“Naqueles dias” ou ainda “No Dia do Senhor”, todas estas expressões se referem
a um futuro, quando a história como a conhecemos será drasticamente mudada.
O Dia do
Senhor chegará, e novamente Ele regerá as nações com “vara de ferro”. E para estes
dias está profetizado o estabelecimento eterno da Nova Aliança.
A Nova
Aliança foi inaugurada com Cristo quando Ele mesmo disse:
“E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele
todos; porque isto é o meu sangue, o
sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos
pecados.” Mateus 26:27-28
Mas essa Nova
Aliança, que começou com a cruz de Cristo, chegará à sua plenitude apenas no
Dia do Senhor, no Dia da sua Volta. No entanto, hoje a mensagem do Evangelho
tem chamado homens e mulheres a participarem dessa Nova Aliança em Cristo.
Perceba que
nesta Nova Aliança não é o homem que promove a mudança em seu coração, mas é
Deus quem escreve suas Leis no coração do homem, e é Deus quem não mais se
lembrará de nossos pecados. Ainda, no profeta Daniel, nós temos uma visão ainda
mais linda sobre o que acontecerá com o pecado do homem:
“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua
santa cidade, para cessar a transgressão,
e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a
profecia, e para ungir o Santíssimo.” Daniel 9:24
Literalmente
o pecado será extirpado de nossas vidas, teremos uma nova natureza,
incorruptível, sem a menor possibilidade de cometer pecados.
No entanto,
apesar de ser plena apenas no Dia da volta de Cristo, essa transformação já
pode começar a ser experimentada aqui e agora, através do Espírito Santo de
Deus que foi outorgado à Igreja.
Paulo nos
explica isso da seguinte forma:
“Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.
Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério,
fornicação, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias,
emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices,
glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como
já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de
Deus.
Mas o fruto do Espírito é:
amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
Contra estas coisas não há lei.” Gálatas
5:18-23
É muito
importante entendermos as palavras de Paulo neste contexto. Em nenhum momento
Paulo está dizendo que a Lei é ruim, ou que não devemos obedecer a Lei, mas
Paulo está ensinando que aqueles que são guiados pelo Espírito de Deus não
estão debaixo da Lei, ou, subjugado pela Lei.
Em sua carta
aos Gálatas, Paulo repreende aqueles que vinculavam a salvação à sujeição ao
judaísmo. Vemos este problema sendo extensamente discutido em Atos 15, e a
afirmação principal dos judaizantes era:
“Alguns, porém, da seita dos fariseus, que tinham crido, se levantaram,
dizendo que era mister circuncidá-los e
mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés.” Atos 15:5
Existiam
cristãos no meio da Igreja que ainda estavam querendo promover a mudança no
interior dos corações pela força da Lei, e não pela Nova Aliança.
A bíblia
ensina que é impossível ao homem mudar o seu próprio coração, e que essa
mudança é fruto do Espírito Santo:
“Mas o fruto do Espírito é: amor,
gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei.
E os que são de Cristo crucificaram
a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.” Gálatas
5:22-25
Em outras
palavras o que Paulo está dizendo é que, aquele que está fazendo parte da Nova
Aliança, tem o Espírito de Deus, que produzirá como fruto na vida do crente o
amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e
temperança. As práticas motivadas por esses novos atributos produzirão atos que
concordam com a Lei e não ferem a Lei.
E Paulo
completa dizendo que os que são de Cristo não vivem conforme suas paixões e
desejos, mas vivem em conformidade com o Espírito.
Ou seja, ao
ingressar na Nova Aliança, o Espírito Santo de Deus opera no cristão aquela
transformação em sua essência, que era impossível ao homem produzir em si
mesmo, conformando-o à Lei de Deus.
Assim, o
cristão não deve buscar a Lei para ser salvo, mas pratica a Lei porque é salvo!
Este processo
denominado de santificação é possível graças à aceitação do Evangelho de
Cristo, e é a única evidência sólida de salvação:
“Segui a paz com todos, e a
santificação, sem a qual ninguém
verá o Senhor;” Hebreus 12:14
No que
compreende então a mensagem do Evangelho?
O Evangelho
de Jesus Cristo vem nos convidar ao arrependimento de nossos pecados, e a nossa
rendição de nosso ímpeto de queremos nos justificar a nós mesmos, através de
práticas ou obras, pois é impossível que o homem corrompido possa mudar seu
coração, e com este arrependimento, e essa rendição, sujeitar-nos unicamente a
Ele para termos apenas nEle a esperança das promessas da Nova Aliança
profetizada pelos profetas.
A mensagem do
evangelho é poderosa porque ela apresenta que apenas em Cristo podemos ser
feitos Novas Criaturas. Que apenas por Sua Obra podemos ser justificados e
santificados, e apenas confiando nEle podemos ter esperança.
O Evangelho
nos ensina que Jesus, sendo Deus, fez-se como um de nós. E sendo o Deus Santo e
o Homem Puro se entregou em sacrifício para que se cumprisse a Justiça de Deus:
O Filho do Homem pagando pelos pecados da humanidade. E ressuscitou ao terceiro
dia, provando a todos que ele é quem disse ser: O Filho de Deus. E nos convida
agora a depositar nEle a nossa fé para termos a esperança de nos tornarmos
participantes da Nova Aliança, tendo uma nova natureza, e sendo transformados
pelo seu Poder.
Por isso o
Evangelho te convida hoje a arrepender-se de seus pecados, e render-se ao único
que pode te tornar participante da Nova Aliança!
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