Solução para o pecado e para as impurezas

A parashá Tsaria (Levíticos 12:1-13:59) fala a respeito de impurezas relacionadas ao nascimento de meninos e meninas, e também a respeito da Tzará, traduzida em nossas bíblias como "lepra" (embora traduzido por "lepra", Tzará não é hanseníase, mas um tipo de doença de pele que pode manifestar de várias formas, conforme descrito na parashá).

Para entendermos alguns princípios desta parashá, precisamos primeiramente entender que impureza não é sinônimo de pecado. 

Pecado é alguma atitude que contraria os mandamentos do Eterno. O pecado trás culpa, e o pecador necessita de perdão e expiação.

A impureza é uma característica ou situação física (sangramentos, fluxos corporais, comidas, feridas e etc.) que impediam o indivíduo de ter qualquer contato com o Templo, ou com coisas sagradas, ou, dependendo da impureza, impedia até mesmo o convívio social.

O impuro necessitava de ser purificado para voltar a ter contato com o Templo, com as coisas consagradas, ou retornar ao convívio social. 

Essa purificação acontecia mediante o término do processo que o tornou impuro, e, as vezes, a limpeza cerimonial com água. 

Essa limpeza com água era realizada em uma Mikvê. (A foto desta publicação é uma Mikvê). Na entrada do Templo havia várias Mikvot com água corrente, usadas para que o judeu se purificasse antes de entrar no Templo.

Ao passo em que o sangue no altar é o que proporciona expiação dos pecados, a água é o que proporciona a limpeza e purificação de impurezas.

O Templo era o reflexo da glória de Deus em meio a seu povo, e, por causa do Templo, havia a necessidade do povo, que habitava ao redor do Templo, estar puro.

Isso evoca a necessidade de cuidados com o corpo, com a higiene, com a limpeza. Este cuidado também é uma característica da Santidade.

Olhando para toda a Torá, nós vamos encontrar várias circunstâncias em que o homem e a mulher seriam consideradas imundas. E, apesar de parecer-nos um tanto estranho, e muitas vezes não conseguirmos entender de fato as razões por considerar aquela situação uma impureza, devemos ter a ciência de que o propósito era despertar em nós a realidade da nossa natureza atual.

Diante da santidade e da pureza do Eterno, somos todos tanto pecadores como impuros, e, portanto, indignos da presença do Santo.

Mas há um precioso detalhe relatado no evangelho de João que nos dá grandes esperanças com relação a essas duas questões:

"Mas, vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas.
Contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.
E aquele que o viu testificou, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que é verdade o que diz, para que também vós o creiais." João 19:33-35.

Yeshua havia sido crucificado, e havia já morrido na cruz. Os soldados romanos foram quebrar as pernas dos crucificados, mas ao chegar a Yeshua, viram que ele já estava morto.

Um dos soldados pega uma lança e fura o lado do corpo de Yeshua, e sai daquele furo sangue e água.

Perceba que João deu grande ênfase neste relato, afirmando que ele mesmo havia visto a cena, e que havia saído sangue e água.

O sacrifício de Yeshua é o que nos proporcionou o sangue para expiação de nossos pecados, e a água para a purificação de nossas imundícias.

E a consumação tanto do pecado como das impurezas se dará quando Ele nos ressuscitar, pois, assim como ele ressuscitou, nós também ressuscitaremos com um corpo incorruptível, e livre das imundícias próprias desta natureza caída que herdamos de Adão.

Que o Eterno nos abençoe.

#Parashá #Tzaria
#Impureza #Pecado
#Expiação #Purificação


Comentários