A realidade da Nova Aliança.

Existe algo que passa despercebida da maioria dos cristãos que se gabam por estarem vivendo na Nova Aliança. É muito comum alguns cristãos que defendem a desobrigatoriedade da Torá, ou que defendem a teologia da substituição (teologia esta que ensina que a Igreja substituiu Israel nos planos de Deus), alegarem que suas posições se devem ao fato de estarem vivendo debaixo de outra aliança, diferente daquela estabelecida entre Deus e a nação de Israel.

Segundo estes, a Nova Aliança feita através do Messias na cruz, sustentaria essas posições. Porém, quando analisamos a Nova Aliança sob a perspectiva do seu anúncio pelos profetas, a realidade é bem diferente.

A primeira Aliança estabelecida no monte Sinai entre Deus e Israel era bem clara:

"Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha. E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel." Êxodo 19:5,6.

Israel quebrou esta Aliança no episódio do bezerro de ouro, pois violou os primeiros mandamentos da Aliança. Este episódio foi especialmente trágico para Israel. Moisés percebeu o quão terrível tinha sido aquele acontecimento, pois a quebra desta Aliança não afetaria apenas Israel, mas também todas as nações.

Perceba que a primeira Aliança visava que, através de Israel, o Eterno fosse conhecido por todas as nações da terra. Assim, a quebra da Aliança por parte de Israel afetaria também esta representatividade.

Percebendo o problema que Israel havia causado, por não permanecer fiel à Aliança, Moisés viu a necessidade urgente de expiação, e se pôs diante do Eterno para fazer tal expiação:

"Agora, pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito." Êxodo 32:32.

O Eterno não aceitou a oferta de Moisés, afinal, por mais que Moisés tenha sido um servo fiel ao Eterno, ele não tinha as condições necessárias para tal missão. Mas o Eterno faz uma promessa à Moisés:

"Então disse o Senhor a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este riscarei do meu livro. Vai, pois, agora, conduze este povo para onde te tenho dito; eis que o meu anjo irá adiante de ti; porém no dia da minha visitação visitarei neles o seu pecado." Êxodo 32:33,34.

O Eterno promete que um ANJO (mensageiro) iria à frente de Moisés naquilo que Moisés queria fazer. A expiação não seria feita por meio de Moisés, mas por meio daquele que seria enviado pelo Eterno. Malaquias fala deste ANJO dizendo:

"Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais; e o mensageiro da aliança, a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos." Malaquias 3:1.

Desde este momento havia a necessidade de uma Nova Aliança, que foi anunciada pelo profeta Jeremias no capítulo 31 de seu livro:

"Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha aliança apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor.
Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados." Jeremias 31:31-34.

Todo o capítulo 31 de Jeremias trata da restauração física e espiritual de Israel. Em meio a esta restauração temos a Nova Aliança, prometida à Israel, e que resolveria os problemas ocorridos na primeira Aliança.

Na primeira Aliança a Torá foi apresentada à Israel, mas estava nas mãos de Israel obedecer à Torá para manter-se na Aliança.

Nesta Nova Aliança, a Torá seria escrita no coração e na mente dos Israelitas, de forma que todos conheceriam ao Eterno. Assim, a obediência se daria pela transformação da natureza de cada indivíduo.

O Eterno enviou se Filho, Yeshua, como o ANJO da Aliança anunciado à Moisés e a Malaquias, para através dEle estabelecer uma Nova Aliança anunciada por Jeremias.

Quando Yeshua nasceu, Simeão, homem temente a Deus, pegou Yeshua nos braços e profetizou:

"Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, Segundo a tua palavra; pois já os meus olhos viram a tua salvação, a qual tu preparaste perante a face de todos os povos; Luz para iluminar as nações, E para glória de teu povo Israel." Lucas 2:29-32.

E Yeshua lamentou o fato de Israel não perceber o tempo da sua visitação, anunciada a Moisés, e não terem naquele momento entrado na Aliança:

"Dizendo: Ah! se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos. Porque dias virão sobre ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te estreitarão de todos os lados; e te derrubarão, a ti e aos teus filhos que dentro de ti estiverem, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois que não conheceste o tempo da tua visitação." Lucas 19:42-44

Observando os profetas vamos entender que, a Nova Aliança realizada por Yeshua na cruz tem por objetivos prover a expiação, restaurar Israel, e levar o conhecimento do Eterno e a Salvação para todas as nações.

"Disse mais: Pouco é que sejas o meu servo, para restaurares as tribos de Jacó, e tornares a trazer os preservados de Israel; também te dei para luz dos gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra." Isaías 49:6.

Perceba que desde o início estamos vendo a relação Eterno, Israel e nações?

A realidade da Nova Aliança passa pela restauração plena de Israel. A comunidade cristã tem entendido muito bem os aspectos da expiação de pecados e da salvação para as nações da Nova Aliança.

Mas creio que ainda têm muita dificuldade de entender que a Nova Aliança não será plena sem a restauração de Israel.

A restauração plena de Israel deveria ser a preocupação de todo o discípulo de Yeshua, e deveria ser o principal alvo das reuniões de oração.

Apesar de entrarmos na Nova Aliança pela fé no Filho de Deus, e estarmos experimentando as benesses de ter o Espírito de Deus habitando em nós, nos santificando, ainda não vivemos os efeitos plenos da Nova Aliança.

Ainda temos de lutar contra o pecado, ainda temos que estudar, ensinar e aprender sobre o Eterno. A Torá ainda não está plenamente escrita em nossos corações e mentes.

Sem medo de errar, posso afirmar que só teremos os efeitos plenos da Nova Aliança quando Israel entrar nela. Afinal, foi exatamente isso que rabino Shaul (apóstolo Paulo) ensinou ao dizer:

"Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos?" Romanos 11:15.

Que o Eterno nos abençoe!
#NovaAliança #Yeshua
#Torá #Israel
#RestauraçãoJá

Comentários

  1. Nossos pecados, estão sempre nos seguindo,mais O Senhor nosso Deus,nos purifica de todos.

    ResponderExcluir

Postar um comentário