A qualidade da oferta.

“O filho honra o pai, e o servo o seu senhor; se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o meu temor?...” Malaquias 1:6a.

O livro do profeta Malaquias traz uma profunda exortação para Israel a começar pelo sacerdócio. O livro todo, principalmente o capítulo 3 é muito usado nos púlpitos de hoje para chamar as pessoas ao compromisso do dízimo. No entanto, o livro como um todo está alertando para algo muito mais profundo do que a ajuda financeira que as igrejas precisam para se manter.

O profeta Malaquias, principalmente no capítulo 1, destaca a qualidade, e não a quantidade. Deus exorta a seu povo que estava sendo desonrado não porque não haviam sacrifícios nem ofertas de pães, mas porque os sacerdotes e o povo estavam oferecendo a Deus sacrifícios sem qualidade.

No culto que o Eterno deu ao seu povo Israel a ser ministrado no Templo, haviam sacrifícios obrigatórios, a serem realizados nos dias e horários específicos, como os holocaustos da manhã e da tarde, os sacrifícios da lua nova, dos shabatot, das festas. Havia também os sacrifícios voluntários, aqueles que os israelitas ofereceriam de forma voluntária, fossem ofertas de paz ou ofertas pelo pecado.

Em todos os sacrifícios haviam requisitos para que a oferta fosse aceita, e o principal dos requisitos era de que, o animal a ser ofertado deveria ser perfeito. A lógica é muito simples, se para oferecer um presente a alguém você escolhe o melhor para presentear, e quão mais honrada for a pessoa maior dedicação haverá na escolha do presente, quanto mais a Deus não se deve oferecer o que há de melhor?

Este princípio é tão elementar que é o primeiro a ser tratado na Torá logo após o pecado do Éden, quando o livro de Gênesis (Bereshit) narra a história de Caim e Abel. Caim oferece a Deus os frutos da terra, mas Abel oferece o melhor do seu rebanho. A oferta de Caim é rejeitada, enquanto a de Abel é aceita. A narrativa nos revela que o problema da oferta de Caim não era o tipo de oferta, mas a qualidade da oferta. Enquanto Abel seleciona o melhor do seu rebanho para oferecer a Deus, Caim apenas separa os frutos, sem se preocupar em selecionar os melhores frutos. A oferta de Caim foi comum, enquanto a de Abel foi sublime.

Aquilo que ofertamos a Deus é reflexo do quanto consideramos o nosso Deus, e, novamente, não estou falando de quantias monetárias, mas da qualidade do seu serviço individual a Deus.

Da mesma forma como Caim ofereceu a Deus o comum, e Israel estava oferecendo a Deus o comum, muitas vezes fazemos da vida devocional algo comum, cotidiano, supérfluo. Este tipo de oferta Deus não aceitará.

Uma verdade clara das Escrituras é que Deus não aceitará nada de você que não seja o seu melhor. Ele não quer menos de você do que o seu todo. Se você acredita que está em paz com Deus porque dedica parte de sua vida a Deus, por maior que você considere esta parte, entenda que Deus não aceitará partes de sua vida. Deus exige sua dedicação total a Ele. E essa dedicação deve ser com a qualidade digna do Rei dos reis.

Isso implica em dizer que toda a sua vida deve estar devotada a Deus com entrega total e dedicação plena. Seja trabalhando, seja educando os filhos, seja tendo um tempo com a família, em qual circunstância seja, em qual local esteja. A vontade de Deus deve estar no centro absoluto de toda a sua vida.

A forma eficaz de executar esse princípio é estar atento aos mandamentos de Deus, e aplica-los em toda a sua vida. A Torá trás ensinamentos práticos para todas as áreas de nossas vidas. E ela foi-nos dada para que tivéssemos sabedoria, ou seja, para que soubéssemos como agir em diferentes momentos de nosso dia a dia.

Não haverá forma de você entregar sua oferta voluntária a Deus se não houver dedicação para conhecer e aplicar os mandamentos de Deus em sua vida.

Com respeito a isso Yeshua foi categórico:

“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.” João 14:21

Que o Eterno nos abençoe!

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