A biblia de antigamente é a mesma de hoje?

Vimos no post anterior que existem alguns críticos que alegam que a bíblia foi escrita e manipulada durante os séculos para atender a uma causa específica, usando a fé das pessoas para favorecer algum poder.
É o caso de Israel Finkelstein e Neil Asher Siberman, arqueólogos que afirmam que a bíblia foi escrita por volta do século VII no reinado do rei judeu Josias. Este teria se baseado nas lendas de seu povo para escrever este livro, usado ele para, através da fé do povo, legitimar seu reinado, reprimindo assim os seus opositores e promovendo uma grande renovação na fé de seu povo.
Pois bem, no post anterior vimos que existem evidências suficientes para atestar a historicidade da bíblia, e que outros documentos da época confirmam dados contidos na bíblia. Vamos ver, portanto se existe coerência nas afirmações destes críticos, se a mensagem da bíblia está realmente favorecendo algum propósito.
Imagine que você seja um rei, que esteja enfrentando fortes oposições políticas quanto à legitimidade de seu trono, você então resolve escrever um livro, para através de este formar uma opinião a seu favor, fazendo o seu povo tornar-se seu aliado. Pois bem, nestas circunstancias será que você contaria neste livro que o primeiro rei da sua dinastia adulterou com a mulher de um de seus oficiais? E que depois de ter adulterado, e engravidado esta mulher, ele expressamente deu ordem ao general de seu exercito que colocasse o oficial no ponto mais perigoso da batalha, e recuasse o exercito para que este oficial fosse morto (Samuel 11)? Será que você contaria também que um príncipe da sua dinastia estuprou a própria irmã (Samuel 13)? E que outro príncipe matou seu irmão, depôs seu pai, e ainda teve relações sexuais com as concubinas de seu pai em publico (Samuel 13: 23-36; Samuel 15; Samuel 16:21-23)? Contaria que o rei mais importante de sua dinastia foi o responsável por mergulhar o seu povo da idolatria e que por culpa dele o reino estava dividido (I Reis 11)? Qualquer pessoa em sã consciência concordaria que este livro, num tempo de muitas oposições políticas, não seria de grande valia, muito pelo contrario, ajudaria a depor o rei.
E a igreja? Será que a bíblia foi usada durante a idade média para manipulas as pessoas a aceitarem o domínio da igreja romana? Será mesmo que a igreja manipulou a bíblia para que atendesse as suas reivindicações?
Bom se a igreja fez isso ela esqueceu de manipular os textos onde Paulo afirma expressamente que o bispo deve ser marido de uma mulher, e que tenha filhos (I Timóteo 3:2-4) sem falar no texto onde o mesmo Paulo diz que viria um tempo onde homens mentirosos, levantariam falsos ensinos, proibindo o casamento e a comida (I Timoteo 4:1-5). Esqueceram também de reeditar os dez mandamentos, já que o primeiro diz claramente: “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas de baixo da terra.” (Êxodo 20:4). Sem falar no texto onde o próprio Pedro afirma ser Cristo a Pedra da igreja, e não ele como a igreja romana afirma (I Pedro 2:4). E com toda a certeza a vida da igreja romana seria muito mais fácil se os “reeditadores” da bíblia simplesmente apagassem o texto de Efésio 2:8 e 9, que foi o estopim da reforma protestante, onde Paulo categoricamente afirma: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” Sem falar em tantos outros textos que falam sobre a ministração da santa ceia, o batismo, o significado da cruz, e tantas outras passagens que confrontam abertamente dogmas da igreja romana.
E se a bíblia realmente houvesse sido manipulada pelo clero, não haveria necessidade alguma da igreja proibir a leitura da bíblia sob pena de ser queimado na fogueira da inquisição, como fez.
Bom, vemos que pelo seu conteúdo, se a bíblia houvesse sido forjada para atender a algum interesse, essa obra foi muito mal elaborada. A verdade é que a mensagem bíblica é imparcial, ela não esconde os erros dos seus personagens, e não endossa nenhuma pratica religiosa, muito pelo contrário, combate veementemente à adoração religiosa a Deus, que não seja de coração totalmente entregue à sua vontade.
A mensagem bíblica é clara em afirmar que todos os homens estão condenados por seus pecados, carentes da graça e da misericórdia de Deus, que nenhum dos esforços humanos foi suficientemente capaz para aproximar o homem de Deus, a humanidade por si só tem cada vez se afastado mais de Deus, somente através do sacrifício de Jesus Cristo na cruz é que podemos ter alguma chance de salvação.
Mas será que temos a garantia de que a bíblia que temos hoje, ela é exatamente a mesma que foi escrita durante séculos e séculos? Existe alguma prova de que, em nenhum momento, a bíblia não foi alterada?
Você já ouviu falar sobre os manuscritos de Qumrã? (http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuscritos_do_Mar_Morto) Pois bem, em 1947 um pastor beduíno encontrou dentro de algumas cavernas, uns vasos de barro, e dentro destes vasos muitos pergaminhos. Muitos destes pergaminhos estavam em bom estado de conservação, e eles foram datados como sendo entre os séculos III a.C. e o século I d.C., provavelmente escrito por monges essênios, estes pergaminhos nada mais eram do que cópias de livros do antigo testamento. Foram encontrados fragmentos de todos os livros com exceção do livro de Ester, e várias cópias completas do livro de Isaías.
O mais espantoso (espantoso para os críticos da bíblia), porém foi que os textos encontrados nestes pergaminhos são rigorosamente compatíveis com os mesmos manuscritos que temos, e dos quais foram traduzidos em nossas bíblias atualmente. Uma prova contundente que a bíblia passou por séculos e séculos, culturas e culturas, e não sofreu nenhuma violação em seu conteúdo.
Bom até aqui estamos analisando a historicidade e integridade da bíblia, no próximo post vamos ver sobre cumprimentos proféticos da bíblia. Será que um texto escrito a mais de 2 mil anos atrás tem alguma coisa a ver com os nossos dias?



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