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Mostrando postagens de abril, 2019

A Pessach e a Santidade.

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No meio cristão é muito comum que as pessoas definam SANTIDADE como seguir uma conduta moral. Esta definição, apesar de não completamente equivocada, está bem aquém do que realmente é a expressão de Santidade na Torá. A palavra "Kadosh" (Santo) em hebraico significa "separado". Quando a Torá diz que o Eterno é Santo, está dizendo que não há nenhum outro que possa ser comparado a Ele. Deus é separado de toda a sua criação tanto em seus valores (aspectos morais) como em seu poder e existência. Ser santo, como Ele é Santo, é uma exigência constante que a Torá faz para aqueles que fazem parte de seu povo: "Porque eu sou o Senhor vosso Deus; portanto vós vos santificareis, e sereis santos, porque eu sou santo" Levítico 11:44a E o Novo Testamento corrobora com isso quando diz: "Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor" Hebreus 12:14. O texto que lemos no segundo Shabat de Pessach é Êxodo 33:12

Matzot e a sinceridade.

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Desde o dia 19/04/2019 até o dia 26/04/2019 estaremos na festa de Matzot. Esta festa começa com o jantar de Pessach, e dura sete dias. O mandamento referente a esta festa é não comer hametz, que é a fermentação de cinco cereais: aveia, centeio, cevada, espelta e trigo. Assim, durante sete dias, comemos o Matzá, que é o pão feito sem fermento, e assado muito rapidamente, para que a massa de trigo não entre em fermentação após o contato com a água. Mas o significado desta festa vai muito além dos sete dias em que jejuamos fermento, ela está intimamente relacionada ao estilo de vida daquele que é discípulo de Yeshua (Jesus). Paulo ensina sobre esta festa: "Livrem-se do fermento velho, para que sejam massa nova e sem fermento, como realmente são. Pois Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado. Por isso, celebremos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da perversidade, mas com os pães sem fermento da sinceridade e da verdade.&quo

A Pessach e a restauração da fé.

Ao entardecer da próxima sexta feira (19/04/2019) estaremos celebrando a mais importante das festas bíblicas: a Pessach (páscoa). É na viração do dia 14 de Aviv para o dia 15 de Aviv que começa a celebração desta festa, repleta de significados, e que irá durar até o dia 21 de Aviv (26/04/2019). A celebração da Pessach deste ano irá coincidir com a celebração da páscoa "cristã". Apenas para contextualizar, no final do século II da era cristã, o papa Victor I ordenou a mudança da data da celebração da páscoa pelos cristãos, e a substituição dos elementos desta celebração, instituindo a páscoa "cristã". Polícrates de Éfeso foi um dos bispos que se levantaram contra esta alteração, juntamente com outros duzentos bispos escreveu uma carta ao papa Victor demonstrando as razões pelas quais continuaria celebrando a Pessach conforme a tradição recebida dos pais, entre eles, Policarpo de Esmirna e o próprio Apóstolo João. Para melhor compreensão, recomendo a leitura d

O Messias leproso

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A parasha Metsorá (Lv 14:1-15:33) é a continuação da parashá Tzaria (Lv 12:1-13:59). Ela vai falar a respeito da purificação do leproso e de outros tipos de impurezas. Mas há um mistério que permeia essas duas parashot, principalmente a parashá Metsorá. E este mistério começa logo no inicio da parashá: "Esta será a lei do leproso no dia da sua purificação: será levado ao sacerdote" Levítico 14:2. A pergunta que fazemos é: porque uma lei para o leproso se ele já não é leproso? Outro detalhe que aparece nesta parashá é a unção que o leproso recebia durante a cerimônia de purificação: "E o restante do azeite, que está na sua mão, o sacerdote porá sobre a ponta da orelha direita daquele que tem de purificar-se, e sobre o dedo polegar da sua mão direita, e sobre o dedo polegar do seu pé direito, em cima do sangue da expiação da culpa" Levítico 14:17. Esta unção é exatamente a mesma unção dada ao Sumo Sacerdote no dia da sua consagração (Lv 8:23). Porquê a T

Aviv

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Entramos no mês bíblico de Aviv. Aviv em hebraico tem vários significados, entre eles, é o estágio em que os cereais estão maturando, e é também o mês da primavera. Por isso mesmo este é conhecido como o mês da redenção. É também neste mês que celebramos a mais importante das festas bíblicas: a festa de Pessach.  Esta festa retrata exatamente a libertação de Israel do Egito, e, através de Yeshua (Jesus), nossa redenção do reino das trevas.  A festa de Pessach também é um marco, pois a partir dela é que contamos e celebramos as demais festas: Matzot, Bikurim e Shavuot. Mas, quando falamos da proximidade das festas, sempre somos questionados sobre as palavras de Shaul (apóstolo Paulo) na sua carta aos Gálatas: "Guardais dias, e meses, e tempos, e anos. Receio de vós, que não haja trabalhado em vão para convosco." Gálatas 4:10,11. Uma leitura superficial sobre este texto pode dar a impressão de que Paulo está recriminando quem celebra as festas bíblica

Solução para o pecado e para as impurezas

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A parashá Tsaria (Levíticos 12:1-13:59) fala a respeito de impurezas relacionadas ao nascimento de meninos e meninas, e também a respeito da Tzará, traduzida em nossas bíblias como "lepra" (embora traduzido por "lepra", Tzará não é hanseníase, mas um tipo de doença de pele que pode manifestar de várias formas, conforme descrito na parashá). Para entendermos alguns princípios desta parashá, precisamos primeiramente entender que impureza não é sinônimo de pecado.  Pecado é alguma atitude que contraria os mandamentos do Eterno. O pecado trás culpa, e o pecador necessita de perdão e expiação. A impureza é uma característica ou situação física (sangramentos, fluxos corporais, comidas, feridas e etc.) que impediam o indivíduo de ter qualquer contato com o Templo, ou com coisas sagradas, ou, dependendo da impureza, impedia até mesmo o convívio social. O impuro necessitava de ser purificado para voltar a ter contato com o Templo, com as coisas consagradas, ou retornar ao co

O Evangelho de Paulo.

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Rabino Shaul (apóstolo Paulo) inicia sua carta aos Gálatas expressando sua admiração ao fato de os crentes da Galácia terem se desviados tão rapidamente para o que ele chama de "outro evangelho".  "Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho;" Gálatas 1:6. Não vamos falar neste momento sobre este "outro evangelho", mas quero me ater mais detalhadamente ao evangelho anunciado por Paulo aos Gálatas, do qual eles não deveriam ter se apartado. E, para nossa felicidade, podemos encontrar o discurso em que Paulo apresentou seu evangelho aos Gálatas.  A íntegra deste discurso está registrado em Atos 13:14-41. https://www.bibliaonline.com.br/acf/atos/13 Neste discurso proferido na sinagoga de Antioquia da Psídia, primeira cidade da região da Galácia que Paulo ministrou, vamos conseguir destacar alguns pontos fundamentais do Evangelho de Paulo. Primeiro, Paulo introduz a apresentação de Yeshua com a hist