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Mostrando postagens de setembro, 2019

A Justiça que vem da fé.

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Na parashá desta semana (Nitsavím – Dt 29:10-30:20) vamos encontrar um trecho muito interessante, que foi citado pelo apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos no capítulo 10: “Mas a justiça que é pela fé diz assim: Não digas em teu coração: Quem subirá ao céu? (isto é, a trazer do alto a Cristo.) ou: Quem descerá ao abismo? (isto é, a tornar a trazer dentre os mortos a Cristo). Mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos, a saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.” Romanos 10:6-9. Quando analisamos este texto de Paulo à luz do contexto da Torá, vamos ter uma dimensão muito mais assertiva das palavras de Paulo. Estes versos de Paulo têm sido usado para afirmar que a Salvação pela fé desobriga o crente de obediência, pois, segundo o entendimento destes, a confissão apenas é suficiente para dar ao crente o status de Salvo. É com ba

Rosh HaShaná: Memorial de nossa esperança.

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Estamos nos aproximando da festa de Rosh HaShaná. É o inicio do ano cívico judaico. Na cultura judaica existem dois calendários. Há o calendário litúrgico, que começa no mês de Aviv com a celebração da festa de Pessach, e vai até o mês de Adar. E o calendário cívico, que começa em Tishrei e vai até Elul. Enquanto o calendário litúrgico é o calendário das festas que o Eterno deu a Israel, o calendário cívico remonta à criação. Segundo este calendário, no próximo dia 29 de Setembro de 2019, ao pôr do sol, nós entraremos no ano de 5.780 desde a criação do homem. Mas este dia também coincide com a festa bíblica de Yom Terua. O dia 01 de Tishrei é o inicio do ano cívico, e ao mesmo tempo o início do sétimo mês do calendário litúrgico. E como mandamento, neste dia é tocado o shofar nas cidades de Israel "Semelhantemente, tereis santa convocação no sétimo mês, no primeiro dia do mês; nenhum trabalho servil fareis; será para vós dia de sonido de trombetas." Números 29:1. O

Remédio contra o orgulho.

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A parashá desta semana (Ki Tavô: Dt. 26:1-29:9) trás uma mensagem muito especial a respeito de como devemos manter nosso coração agradecido a Deus. Ela começa com um mandamento muito interessante. Quando Israel tivesse entrado na terra prometida, e tivesse colhido as primícias dos frutos da terra, o que acontecia durante a festa de Sucot, o israelita deveria separar alguns destes frutos e colocar em um cesto. Este cesto deveria ser levado até o Templo, e lá, o israelita faria a seguinte declaração diante do Eterno: "Arameu, prestes a perecer, foi meu pai, e desceu ao Egito, e ali peregrinou com pouca gente, porém ali cresceu até vir a ser nação grande, poderosa, e numerosa. Mas os egípcios nos maltrataram e nos afligiram, e sobre nós impuseram uma dura servidão. Então clamamos ao Senhor Deus de nossos pais; e o Senhor ouviu a nossa voz, e atentou para a nossa miséria, e para o nosso trabalho, e para a nossa opressão. E o Senhor nos tirou do Egito com mão forte, e com braço e

A realidade da Nova Aliança.

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Existe algo que passa despercebida da maioria dos cristãos que se gabam por estarem vivendo na Nova Aliança. É muito comum alguns cristãos que defendem a desobrigatoriedade da Torá, ou que defendem a teologia da substituição (teologia esta que ensina que a Igreja substituiu Israel nos planos de Deus), alegarem que suas posições se devem ao fato de estarem vivendo debaixo de outra aliança, diferente daquela estabelecida entre Deus e a nação de Israel. Segundo estes, a Nova Aliança feita através do Messias na cruz, sustentaria essas posições. Porém, quando analisamos a Nova Aliança sob a perspectiva do seu anúncio pelos profetas, a realidade é bem diferente. A primeira Aliança estabelecida no monte Sinai entre Deus e Israel era bem clara: "Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha. E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as

Cuide dos pássaros.

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A parashá desta semana (Ki Tetsê: Deuteronômio 21:10-25:19) é a parashá com maior número de mandamentos em toda a Torá. Dos 613 mandamentos da Torá 74 encontram-se nesta parashá. São mandamentos que lidam com vários aspectos da vida prática do servo de Deus, e que demonstram o nível de cuidado que o Eterno tem para conosco em nos ensinar a praticar a justiça. Um pequeno mandamento, mas que trás um profundo ensinamento, é a proibição de apanhar a mães dos passarinhos juntamente com seus filhotes, ou com seus ovos. "Quando encontrares pelo caminho um ninho de ave numa árvore, ou no chão, com passarinhos, ou ovos, e a mãe posta sobre os passarinhos, ou sobre os ovos, não tomarás a mãe com os filhotes; deixarás ir livremente a mãe, e os filhotes tomarás para ti; para que te vá bem e para que prolongues os teus dias." Deuteronômio 22:6,7 Podemos nos perguntar: porque será que o Eterno está preocupado com os pássaros a ponto de colocar este mandamento na sua Torá? Há duas

Aliança e compromisso.

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O capítulo 6 do evangelho de João é uma passagem muito interessante. Começa com o relato da multiplicação dos pães e peixes, o que levou muitas pessoas a seguir Yeshua (Jesus) com um entusiasmo diferente. Sabendo disto, Yeshua fez um discurso muito duro na sinagoga de Cafarnaum. E Ele usou uma figura de linguagem bastante interessante: "Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos." João 6:53. Yeshua usava muitas figuras de linguagem em seus discursos, e muitas vezes seus discípulos não entendiam de imediato o que ele estava dizendo. O "fermento dos fariseus" é um exemplo claro disto. Mas, no caso deste discurso, seus discípulos entenderam a mensagem, e disseram: "Duro é este discurso; quem o pode ouvir?" João 6:60b. É muito importante atentarmos para a profundidade do discurso de Yeshua, e o que compreende o "comer da sua car

O justo e o voto.

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A parashá desta semana (Shoftim - Dt. 16:18-21:9) começa com um mandamento bem interessante; o de estabelecer juízes e oficiais. É muito interessante que a Torá se preocupa, e ordena, a respeito da organização social da nação de Israel, não apenas dando leis morais, mas estabelecendo lideranças civis. Muito antes dos gregos inventarem a "democracia", a Torá já ordenava os israelitas e elegerem líderes civis que estabelecessem a justiça em meio a comunidade. "Juízes e oficiais porás em todas as tuas cidades que o Senhor teu Deus te der entre as tuas tribos, para que julguem o povo com juízo de justiça." Deuteronômio 16:18. No decorrer de toda a parashá vamos encontrar mandamentos e instruções a respeito de como estes líderes deveriam agir, ordenando inclusive o procedimento do rei que Israel um dia teria. "Porás certamente sobre ti como rei aquele que escolher o Senhor teu Deus; dentre teus irmãos porás rei sobre ti; não poderás pôr homem estranho sobr

O que nos faz feliz?

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Ser feliz é o que qualquer pessoa deseja, afinal, este é o sentimento que ocorre sempre que algo bom nos acontece. Não por menos, Yeshua (Jesus) inaugura seu discurso mais importante, chamado de "Sermão do Monte", justamente descrevendo quem, na ótica do Eterno, é de fato feliz. Em Mateus 5, versos 3 a 12 encontramos as "bem-aventuranças". É uma seqüência de versos que seguem basicamente a mesma estrutura dizendo: "Bem-aventurados os que... porque..." O intrigante é que, nos itens que Yeshua declara no "que", normalmente não vemos ali razão para felicidade. Dificilmente associamos à felicidade coisas como: "ser humilde", "chorar", "sofrer perseguições". Yeshua ensina aqui um princípio muito importante; a felicidade nem sempre está no "os que", mas no "porque". Às vezes, fazer o que é certo pode ser difícil, e exigir renúncia, mas com certeza o fazer o certo sempre vai produzir no final ale