“Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu
criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas.“ Apocalipse 4:11
Este
versículo de apocalipse nos ensina algumas coisas interessantes, primeiramente
que tudo o que existe foi em algum momento criado por Deus. Deus criou todas as
coisas, tanto espirituais como materiais, visíveis e invisíveis, Ele é o
Criador de tudo!
E por ser
Deus o criador de todas as coisas, Ele está acima de todas as coisas, e nada
pode ser comparado à Ele, Deus é único! Deus é imensuravelmente maior que
qualquer criatura, pois ao contrario das criaturas Ele sempre existiu, e sua existência
é absoluta em si mesmo desde a eternidade. Por essa mesma razão Deus é o único Eterno,
pois todas as outras criaturas, mesmo que não tenham um fim, tiveram um inicio.
Ao contrario das criaturas Deus é eterno em si mesmo. Assim podemos ter uma
vaga ideia do quão grande é Deus em poder, magnificência e autossuficiência.
Outra
coisa interessante que dificilmente as pessoas pensam quando falamos que Deus é
o Criador, é que por ser Criador, automaticamente Deus é uma pessoa, com mente
e vontade. Qualquer criação demonstra características da pessoa que o criou. Se
dermos uma folha de papel em branco para cada pessoa e pedirmos para que seja
feito um desenho, cada um irá expressar um desenho conforme sua habilidade,
conhecimento, vontade, visão de mundo e etc. Então a criação acaba por
demonstrar características do criador.
Portando
ao olharmos para a criação divina podemos ter certeza de que em tudo vamos
encontrar características da pessoa de Deus. E nisso podemos ver o quanto Deus
é perfeito em tudo o que faz. Porque quanto mais conhecemos a criação de Deus,
mais ficamos perplexos com tudo o que Ele criou. Assim a própria criação mostra
quão grande é Deus.
Mas este
texto ainda fala algo mais, diz que todas as coisas foram criadas por Deus, por
sua vontade são e foram criados.
Assim o
propósito da criação está na vontade de Deus! Deus criou o universo porque
assim o desejou, criou a terra porque essa era a sua vontade e criou o homem
por e para sua vontade.
Não somos
obra do acaso, ou um rascunho que Deus criou e abandonou, mas somos fruto da
vontade de Deus. Fomos criados porque Deus nos desejou criar. Então encontramos
na vontade de Deus o propósito da nossa existência.
Mas mesmo
tendo sido criados por Deus, por sua vontade e tendo em sua vontade o propósito
de nossa existência, a bíblia nos relata que o homem pecou contra Deus. O mais
interessante que quando analisamos a motivação do pecado de Adão e Eva, e de
toda a humanidade, nos esbarramos na questão da vontade.
Quando
Eva sentiu-se tentada a comer do fruto do conhecimento do bem e do mal no
jardim do Éden, o argumento que satanás usou e que convenceu Eva a comer do
fruto foi que: “porque Deus sabe que no
dia em que comerdes do fruto, abrir-se-vos-ão os olhos, e sereis como Deus,
conhecendo o bem e o mal.” Gênesis 3:5.
Ora
precisamos entender o que significava para Eva o “conhecer o bem e o mal”. Adão e Eva eram dependentes de Deus e
recebiam de Deus todo o conhecimento. Adquirir o conhecimento do bem e do mal
através do fruto proibido significava independência de Deus. Indicava que Adão
e Eva iriam poder decidir seus parâmetros de certo e errado por si mesmos, sem
a interferência de Deus.
Assim
poderiam seguir suas próprias vontades, sob seus próprios conceitos, sem se
sujeitar à vontade do Criador. Houve em Adão e Eva um conflito de vontades, a
vontade do homem passou a ser contrária à vontade de Deus. O interessante que
aquilo que começou no Éden tem se perpetuado por toda a humanidade. Os homens
não querem se sujeitar à vontade de Deus, porque querem continuar seguindo suas
próprias vontades.
Quando
dissemos que a bíblia afirma que certo procedimento é errado, o homem natural
argumenta que não vê nada de mal nisso, e expressa a sua vontade em
contrariedade à vontade de Deus expressa na bíblia.
Porém ao
dar as costas à vontade de Deus, o homem está dando as costas ao propósito de
sua existência, porque fomos criador por e para a vontade de Deus. Assim toda a
maldade que existe hoje na humanidade é fruto justamente do distanciamento da
vontade de Deus.
Deus é
perfeito, justo e bom. Sua vontade é igualmente perfeita, justa e boa. Quando o
homem se posiciona em contrariedade à vontade perfeita, justa e boa, ele está assumindo
uma vontade imperfeita, injusta e má. Assim a causa de toda a maldade e
injustiça da humanidade está em sua rebelião contra a vontade de Deus.
Observando
este quadro podemos agora contemplar o magnífico e insondável amor de Deus para
conosco. Pois antes mesmo de nos criar Deus sabia que o homem iria se rebelar
contra a sua vontade. Mesmo assim ele nos criou, e nos criou por sua vontade.
E não
somente nos criou, mas também projetou o meio pelo qual poderíamos ser salvos
de nossa rebeldia. Jesus Cristo sendo Deus se fez homem, sendo o Senhor se fez
Servo, e como servo sujeitou-se à morte na cruz, para que nossos pecados
pudessem ser perdoados.
Ele não se
sujeitou à morte porque algo deu errado na criação e havia a necessidade de
salvar os homens. Ele sujeitou-se à morte porque, antes mesmo de nos criar, ele
sabia que iríamos pecar, mas ele nos amou o suficiente para nos trazer a existência
mesmo assim, e por sua própria vontade desejou que fôssemos criados e salvos
por Ele.
Quando
analisamos estas coisas podemos ter a plena certeza de que ninguém é capaz de
te amar mais do que Cristo nos amou!
E agora
que o preço de nossos pecados foi pago, e podemos receber perdão de Deus,
Cristo nos convida agora ao arrependimento. Mas o que vem a ser arrependimento?
A melhor definição para a palavra arrependimento é justamente essa: Mudança de
Vontade!
Assim
Cristo nos chama a mudar nossa vontade. Nós que nos rebelamos contra a vontade
de Deus, seguimos nossa própria vontade, alheia à vontade de Deus, e Cristo nos
chama agora a reconciliarmos com Deus, nos sujeitando novamente à sua vontade!
Somente
na vontade de Deus encontraremos paz, pois é justamente a sua vontade que é o
propósito de nossa existência. Cristo abriu o caminho para reconciliação com
Deus através de seu sangue na cruz e agora nos chama a abandonar aquela vontade
que é contraria à vontade de Deus e sujeitarmos novamente à vontade de nosso
criador.
Por isso
que Paulo escreve aos colossenses que: “Por
isso nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e
de pedir que sejais cheios do pleno conhecimento da sua vontade, em toda a
sabedoria e entendimento espiritual, de sorte que andeis de uma maneira digna
do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra e crescendo
no pleno conhecimento de Deus” Colossenses 1:9-10
Perceba
que é o “pleno conhecimento de sua
vontade” que capacita o homem a “frutificar
em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus”. Assim o homem
só pode ser bom, se estiver em consonância com a vontade boa do Deus bom.
Mas qual
a vontade de Deus? Como podemos conhecer a sua vontade? A vontade de Deus está
expressa em seus mandamentos e na sua Palavra. Paulo escreve em tessalonicenses
4:3: “Porque esta é a vontade de Deus, a
vossa santificação;”, portanto para conhecer a vontade de Deus o caminho é
conhecer e viver o que ensina a bíblia.
Assim
Cristo nos chama ao arrependimento, a mudança em nossa vontade, à sujeição à
vontade de Deus, e com isso, vivermos plenamente o propósito de nossa criação.
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