A
ressurreição de Jesus Cristo é a principal base da fé cristã!
Mas
infelizmente, em nossos dias, parece que as pessoas veem a ressurreição de
Jesus Cristo como uma lenda, ou um mito cristão, e de fato, se apegam às
interpretações alegóricas da ressurreição, para encherem seus corações de
mensagens de renovação e esperança, mas parece que o impacto da realidade da
ressurreição não tem produzido o mesmo efeito que produziu naqueles que
testemunharam a ressurreição de Jesus. Entender as evidencia que sustentam a
ressurreição de Jesus Cristo como um fato histórico, é o meu objetivo aqui.
Os mais
céticos podem afirmar que a ressurreição é um mito cristão pelo simples fato de
que a ressurreição de mortos não pode ser observado como algo natural. Na
verdade são poucos os relatos de ressurreição de mortos mesmo na bíblia, e quando
atentamos para os moldes de como foi a ressurreição de Cristo não temos nenhum
paralelo na história, e em nenhum outro tipo de registro, quer cristão, judeu
ou pagão. A ressurreição aos moldes como foi a ressurreição de Jesus Cristo
temos apenas a ressurreição de Jesus.
No entanto
renegar a ressurreição de Jesus a um mito cristão apenas por se tratar de um
milagre, implica em ignorarmos mais de dois mil anos de história, visto que foi
este evento que transformou toda a história da humanidade. Assim, tendo em
vista a importância do cristianismo na história da humanidade, e sabendo que a
base do cristianismo encontra-se na ressurreição, convém ao menos dar alguma
atenção aos argumentos e evidências desta ressurreição, antes de rejeitar a
historicidade deste acontecimento.
Quando
falamos da historicidade da ressurreição de Jesus normalmente apelamos para o
testemunho dos cristãos do primeiro século, que afirmaram ter visto Jesus
ressurreto, três dias após sua morte, e com toda certeza esta é a peça fundamental
das evidências acerca da ressurreição de Jesus. Mas esta não é a única
evidência que aponta para a ressurreição. Temos outros testemunhos que falam
tão forte quanto os dos cristãos, e sobre eles gostaria de falar.
A primeira
coisa que é necessária destacar foi o que o cristianismo significou para outra
religião da época, o judaísmo. Não podemos ignorar o fato de que Jesus, os
apóstolos e os primeiros cristãos eram judeus, que haviam nascido e crescido
sob o judaísmo. A pregação do evangelho tinha forte apelo sobre os judeus,
visto que apresentava Jesus como o Messias prometido ao povo judeu. Outro ponto
importante a destacar foi que Jesus foi condenado à morte pela pressão do clero
judaico. A liderança religiosa do povo judeu via na pessoa de Jesus um risco
eminente para sua religião e para a estabilidade política de Jerusalém. Os
evangelhos destacam vários momentos em que os lideres judeus formaram concílio
para matar a Jesus, e relatam que estes foram os primeiros a condenarem Jesus a
morte, e que mesmo Pôncio Pilatos desejando libertar a Jesus, foi constrangido
a condená-lo pelos representantes do sinédrio.
Quando os
discípulos de Jesus se levantaram pregando que seu mestre havia ressurgido
dentre os mortos, e que o haviam visto subindo aos céus, essa pregação foi
recebida como um violento terremoto pela liderança judaica da época.
Até meados do
primeiro século a comunidade cristã (que ainda não tinha esse nome) era
formada, em quase sua totalidade, por judeus que reconheciam a Jesus Cristo
como o Messias profetizado nas escrituras. E essa aceitação em massa levou o
clero judaico a uma resposta enérgica contra os judeus messiânicos. A partir de
então as disputas entre judeus que não criam em Jesus, contra os judeus que criam
em Jesus, foi intensa, culminando em grande perseguição contra os crentes.
Interessante
que não apenas nos evangelhos temos este registro, mas o historiador romano
Suetônio registrou da seguinte forma o motivo que levou o imperador Claudio a
expulsar os judeus da cidade de Roma:
“Como os judeus, por instigação de Chrestus, estivessem constantemente
provocando distúrbios, ele [Claudio] os expulsou de Roma”.
A maioria dos
historiadores é unanimes em afirmar que Chrestus é uma grafia errada de Cristo.
Isso nos leva a entender que os romanos de fato não entendiam os motivos pelos
quais aconteciam os distúrbios entre os judeus, mas podemos ver que era
justamente por causa de Cristo, e obviamente sua ressurreição.
O judaísmo
normativo (que até hoje não reconhece a ressurreição) ao invés de contestar a
mensagem da ressurreição apontando o túmulo de Jesus, e seus restos mortais,
alegou que os discípulos roubaram o corpo de Jesus.
Este consiste
na primeira grande evidência acerca da ressurreição, porque se os judeus
soubessem onde estaria o corpo de Jesus, desde o começo, eles seriam os
primeiros a apresentarem as provas de que Jesus não havia ressurgido. A não
ressurreição de Jesus implicaria em que o Jesus fosse uma farsa, portanto não
haveria mais disputas, nem judeus sendo convertidos à fé em Jesus.
O grande fato
que os levou a afirmar que os discípulos haviam roubado o corpo de Jesus é um
apenas: a tumba de Jesus estava vazia!
Os evangelhos
registram claramente que após a morte de Jesus, foram membros do sinédrio que
colocaram Jesus em uma tumba nova, recém-cavada na pedra, onde ainda nenhum
corpo havia sido depositado. Afirma ainda mais, diz que os membros do sinédrio
selaram a entrada da tumba com uma grande pedra, e solicitaram pessoalmente a
Pilatos que destacassem uma guarda para vigiarem o corpo de Cristo por três
dias.
Durante seu
ministério na terra Jesus havia afirmado por várias vezes que ele seria morto,
mas que ressurgiria ao terceiro dia, e este foi o argumento que os judeus
usaram com Pilatos, dizendo que para evitar que os discípulos roubassem o corpo
de Jesus e afirmasse que este havia ressurgido, uma guarda devia vigiar o túmulo,
afim de que isso não acontecesse.
“E no dia seguinte, que é o dia depois da Preparação, reuniram-se os
príncipes dos sacerdotes e os fariseus em casa de Pilatos, dizendo: Senhor,
lembramo-nos de que aquele enganador, vivendo ainda, disse: Depois de três dias
ressuscitarei.
Manda, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até ao terceiro
dia, não se dê o caso que os seus discípulos vão de noite, e o furtem, e digam
ao povo: Ressuscitou dentre os mortos; e assim o último erro será pior do que o
primeiro.
E disse-lhes Pilatos: Tendes a guarda; ide, guardai-o como entenderdes.
E, indo eles, seguraram o sepulcro com a guarda, selando a pedra.” Mateus
27:62-66
Vemos então
que o clero judaico proveu-se de todos os cuidados para evitar que o túmulo não
estivesse vazio, e, no entanto, três dias após a sua morte, o túmulo de Jesus
estava vazio, a grande pedra que lacrava a entrada do túmulo estava removida, e
mais e mais discípulos afirmavam terem estado com o mestre vivo. Nos próximos
quarenta dias o total de pessoas que afirmavam ter visto Jesus vivo, e
conversado com ele, chegou a quase quinhentos.
Vemos então
que a resposta dos judeus, membros do sinédrio, é uma confirmação clara de que
de fato o tumulo de Jesus estava vazio na manhã daquele primeiro dia da semana,
mesmo sabendo que haviam tomado todas as providencias para evitar que os
discípulos roubassem o corpo de Jesus, o corpo de Jesus não estava mais na
tumba, e eles insistiam em afirmar que a razão do túmulo estar vazio, era que
os discípulos haviam furtado o corpo.
No entanto,
neste momento entra outro testemunho muito importante que não podemos deixar de
ouvir. Vimos que os judeus concordam que o túmulo estava vazio, e vimos também
que eles haviam se cercado de todo o cuidado para que o corpo de Jesus
permanecesse na tumba após o terceiro dia, solicitando inclusive uma guarda
para Pilatos.
Normalmente
essa guarda é retratada como dois ou três soldados que estavam se revezando
diante do túmulo de Jesus, mas este retrato não faz juz à guarda romana.
O exercito
romano no primeiro século era talvez a força militar mais disciplinada e bem
treinada que já havia existido. A grandeza do império romano se devia a
valentia, disciplina e adestramento das grandes legiões. Sua maneira de lutar,
de se organizar, sua força e disciplina levou Roma a ser o império mais forte
que já existiu.
A Guarda Romana
era um destacamento de soldados de uma legião denominada de Custódia, ela tinha
o dever de proteger um prédio ou um acampamento. A Custódia podia ser formada
de 4 a 16 homens, que ficavam alinhados formando um quadrado. Acredita-se que
em formação de 4 homens de cada lado do quadrado a Custódia poderia defender um
perímetro de 36 metros quadrados contra um batalhão inimigo e manter o
território em seu poder.
Durante a
guarda os soldados se revezavam num período de 4 em 4 horas e seguia-se da
seguinte forma, os soldados em guarda ficavam em pé, em suas posições, formando
um quadrado sobre aquilo que estavam defendendo, enquanto isso os demais
soldados dormiam na linha exterior ao perímetro guardado. Eles dormiam com as
cabeças em direção ao perímetro e dispostos em semicírculo, ficando assim
impossível alguém penetrar no perímetro guardado sem que fosse percebido.
No caso do
tumulo de Jesus o mais aceito é que havia uma turma de 16 soldados da Custódia
Romana guardando o túmulo, revezando entre turnos de 4 horas, e por um espaço
de três dias. Nenhum destes soldados saía da área que estavam protegendo, mesmo
que não estivesse em seu turno de vigia, pois caso a Custódia falhasse em sua missão,
todos os soldados responsáveis pela guarda eram responsabilizados e mortos.
Assim a
presença da guarda romana protegendo o túmulo de Jesus invalida por completo o
argumento de que os discípulos haviam roubado o corpo de Jesus, visto que seria
impossível os medrosos discípulos de Jesus (que na prisão de Jesus haviam
fugido) romperem o perímetro da guarda romana sem que houvesse confronto e
certamente baixas. Os romanos guardaram aquele túmulo como suas vidas, mesmo
porque suas vidas dependiam do sucesso da missão.
Por isso
quando Jesus ressuscitou os soldados foram ter com os judeus e não com Pilatos,
pois se fossem até Pilatos seriam mortos pelo túmulo ter sido violado, assim
recorreram ao sumo sacerdote para que intercedessem por eles junto a Pilatos.
Mas o que
encontramos registrado nos evangelhos é o testemunho de que eles viram um anjo
removendo a pedra do sepulcro, e eles temeram muito. A imagem de um anjo
celestial avançando sobe suas linhas de defesa e removendo a pedra que lacrava
a entrada do túmulo, deve ter sido algo majestoso e totalmente fora da
compreensão daqueles soldados.
Lembrando que
estes soldados eram romanos, pagãos, não tinham qualquer conhecimento sobre
Cristo, nem sobre o plano de redenção da humanidade. Ao terem visto algo tão sobrenatural,
e consciente de que estavam no meio de um povo de religião estranha e de um
Deus estranho a eles, foram até o sumo sacerdote, esperando compreender o que
haviam visto.
Assim temos
mais um valioso testemunho em favor da ressurreição de Jesus, vindo agora dos
soldados romanos, que não tinham a menor ideia de quem era Jesus, nem do que
eles estavam de fato guardando ali, e quando avistaram o anjo perderam suas
forças e o medo se apoderou deles. Temendo ainda por suas vidas foram e
relataram tudo ao sumo sacerdote, que os subornou para que não contassem a
verdade, mas que dissessem que os discípulos haviam roubado enquanto dormiam, e
que se isso chegasse até Pilatos, eles iriam protegê-los.
Com certeza
algum ou alguns desses soldados não mantiveram sua palavra, pois seria
impossível aos evangelistas conhecerem este fato e registrarem, se eles não os
tivessem contado.
Mas nenhum
outro testemunho é tão forte quanto os discípulos que virão a Jesus,
conversaram com ele, comeram com ele, tocaram em seu corpo e viram suas marcas,
e ainda mais, viram Jesus subindo para os céus com seu corpo.
Não somente a
afirmação dos discípulos nos leva a concluir o fato da ressurreição de Jesus,
mas principalmente o impacto que a ressurreição de Jesus teve em suas vidas. Lembramos
que os apóstolos haviam fugido durante a prisão de Jesus, temendo por suas
vidas, e depois da ressurreição encontramos estes mesmos apóstolos
testemunhando com imensa propriedade, terem visto Jesus ressurreto.
Todos eles
persistiram em suas afirmações mesmo diante de perseguições e mortes cruéis.
Seria impossível aos discípulos manterem suas afirmações se não conhecessem
este fato como qualquer outro fato de suas vidas. A afirmação de que Jesus está
vivo não produziu nos apóstolos nenhum tipo de benefício próprio, o que
desmonta a acusação de que estariam tentando tirar proveito desta mensagem.
Além disto, a imensa quantidade de discípulos que afirmaram os fatos, sem
contradições, demonstra que aquele testemunho condizia com a verdade, eles de
fato haviam estado com Jesus.
Mas qual deve
ser o impacto da ressurreição de Jesus em nossas vidas? A ressurreição de Jesus
nos prova que Ele é quem de fato ele afirmou ser, o Filho de Deus. Assim pela
ressurreição podemos ter a certeza de que Deus se encarnou e se fez homem, e na
forma de homem sujeitou-se a morte mais vil e cruenta da época.
A
ressurreição nos prova também que sua morte na cruz atingiu plenamente o seu
objetivo, e que foi agradável ao Pai. Mostra que de fato podemos ter esperança
da remissão de nossos pecados. Podemos ter certeza de que Jesus pode
perdoar-nos, pois ele morreu por nossos pecados e ressurgiu. É a prova do amor
de Deus para conosco, em que Cristo pagou o preço de nossos pecados.
A
ressurreição ainda nos leva a uma esperança maior, a de que nós também, um dia,
seremos ressuscitados, assim como Ele mesmo nos prometeu.
Assim a
ressurreição de Jesus Cristo é a prova final de nossa fé, e por ela podemos
confiar em tudo o que Deus tem revelado ao longo dos séculos pelas sagradas
escrituras. Podemos crer com confiança que o nosso Deus, aquele que nos criou,
nos amou ao ponto de dar seu único filho, para que por Ele pudéssemos ser
perdoados, e alcançássemos reconciliação com o nosso Deus.
A mensagem da
morte e ressurreição de Jesus Cristo, durante milênios, tem levado pessoas e
mais pessoas ao genuíno arrependimento de seus pecados, e a se renderem e
confessarem a Cristo como Senhor. E este deve ser o impacto da ressurreição de
Jesus em nossas vidas. Porque Ele ressurgiu dentre os mortos, podemos ter firme
nossa fé.
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