Princípios morais dos mandamentos - Não tomarás o nome de Deus em vão!

Veja antes:

“Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.” Êxodo 20:7.

Temos vivido uma época em que a irreverência tem sido cultuada. O estilo de vida irreverente tem sido mostrado pelos meios de comunicação, através das pessoas chamadas “famosas”.
A música, a dança, a moda, o linguajar, tudo isso tem sido apresentado pelos meios de comunicação em um formato que ignora a prudência, a pureza, o pudor e o respeito.
Tem sido caracterizado que é natural os “jovens” serem irreverentes, e que devemos tolerar isso. E mesmo com os exemplos autodestrutivos da maioria dos “ídolos teens”, as pessoas não têm sido demovidas deste pensamento.
Esta postura tem sido adotada também no meio cristão, infelizmente. As igrejas têm se curvado a um modelo de culto irreverente para angariar jovens. A chamada “música gospel” tem assumido ritmos, melodias e letras alternativas, com intuito de serem mais “agradáveis” aos jovens.
Não existe, nestas igrejas, nenhuma orientação quanto ao estilo de roupa que deve trajar aquele que está se dispondo a louvar e adorar o Deus dos Céus, pelo contrário, tem sido tolerado o uso de roupas sensuais, que expõe à lascívia, durante o culto ao Deus que condena a lascívia, a luxúria e a libertinagem.
É comum ouvir sermões que tratam as coisas santas como coisas naturais, e tem-se usado o nome de Deus de maneira supérflua, e até mesmo com tom de deboche.
Este cenário é totalmente contrário aos mandamentos do Senhor Deus.
Deus é Santo! Isso significa que Ele é Puro e imaculável. Quando se faz uso do nome de Deus, devemos ter em mente que estamos fazendo uso do nome do Santo, Puro e Imaculável Deus dos Céus.
Mas o que significa tomar o nome de Deus em vão?
A palavra em hebraico “Shav” traduzida aqui neste texto por “vão” pode significar: vacuidade, vaidade, falsidade, vazio de fala, mentira ou inutilidade de conduta.
Na bíblia o uso do nome de Deus em vão é associado ao jurar falsamente pelo nome de Deus, ao uso sem propósito do nome de Deus, ao defraudar alguém em nome de Deus, e ao dizer em nome de Deus aquilo que Deus não falou.

“Nem jurareis falso pelo meu nome, pois profanarás o nome do teu Deus. Eu sou o Senhor.” Levítico 19:12

“E chegar-me-ei a vós para juízo; e serei uma testemunha veloz contra os feiticeiros, contra os adúlteros, contra os que juram falsamente, contra os que defraudam o diarista em seu salário, e a viúva, e o órfão, e que pervertem o direito do estrangeiro, e não me temem, diz o Senhor dos Exércitos.” Malaquias 3:5

“Ouvi isto, casa de Jacó, que vos chamais do nome de Israel, e saístes das águas de Judá, que jurais pelo nome do SENHOR, e fazeis menção do Deus de Israel, mas não em verdade nem em justiça.” Isaías 48:1

“Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel, acerca de Acabe, filho de Colaías, e de Zedequias, filho de Maaséias, que vos profetizam falsamente em meu nome: Eis que os entregarei na mão de Nabucodonosor, rei de babilônia, e ele os ferirá diante dos vossos olhos... Porquanto fizeram loucura em Israel, e cometeram adultério com as mulheres dos seus vizinhos, e anunciaram falsamente, em meu nome uma palavra, que não lhes mandei, e eu o sei e sou testemunha disso, diz o Senhor.” Jeremias 29:21 e 23

Usar o nome de Deus em vão denota falta de temor e reverência ao Santo Deus, e este é o princípio deste mandamento. Temer a Deus e reverenciá-lo é exatamente o que se espera de quem deseja reconciliar-se com o Senhor.
Salomão sabiamente escreveu essas palavras:

“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo a prudência.” Provérbios 9:10

Em outras palavras o que Salomão estava dizendo é que é ser inteligente e esperto temer a Deus. É ser prudente o se dispor a conhecer a Deus.
Também Jesus ensinou em sua oração modelo:

“Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;” Mateus 6:9

“Santificado seja teu nome” não está sugerindo que Deus possa ser santificado por nossa declaração, pelo contrario, está clamando para que o nome dele seja santificado em nossos corações. Em outras palavras que em nossos corações haja temor pelo nome do Santo Deus.
Assim dentro da oração modelo de Jesus aprendemos que o “não tomar o nome de Deus em vão” não se restringe apenas a usar a palavra “Deus” de maneira vã, mas também consiste em que nossa vida seja condizente com quem teme a Deus. Isso envolve pensamento, vontade e conduta.
Não é coerente que alguém que se diga cristão, que proclame o nome de Cristo, viva de maneira contrária aos ensinos de Cristo, de forma consciente e determinada.
Isso envolve principalmente seu culto à Deus!
Como podemos “louvar” a Deus, cantando a Ele coisas das quais Ele discorda, apresentando a Ele frases que Ele condena. Isso não é “louvor” é blasfêmia.
Como podemos nos apresentar diante do Deus Santo trajado de forma inoportuna. A bíblia não diz em nenhum momento que devemos nos apresentar diante de Deus com trajes nobres ou sofisticados, pelo contrário nos ensina a nos trajar com modéstia e pudor.

“Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos,” 1 Timóteo 2:9

Assim devemos viver, dentro e fora do ambiente eclesiástico, de forma condizente a quem teme ao Senhor Deus.
Somos todos criados pelo Senhor, e seus mandamentos expressam sua vontade para o homem.
A religiosidade leva o homem a enxergar as leis de Deus como regras duras e difíceis de seguir, e que devemos nos sujeitar à essas regras para ser aceito por Deus.
O que a bíblia nos ensina não é isso.
Deus expressou suas leis e seus mandamentos aos homens para que encontrem neles a vida e a paz. Nas leis de Deus encontramos a sua vontade para o homem. Mas essas mesmas leis também apontam nossas imperfeições, nossas falhas de caráter e nossos pecados.
No entanto Deus não o faz para nos acusar, mas para mostrar a nós o quanto somos necessitados dEle. Por nós mesmos não temos condições de cumprir os seus mandamentos, por isso Jesus morreu na cruz por nossos pecados, para que pudéssemos ser aceitos por Deus não por nossas obras, mas pela Obra de Cristo, e agora o mesmo Cristo nos convida ao arrependimento.
Jesus Cristo que é o Deus encarnado, por quem fomos criados, que estava também no monte Sinai apresentando os mandamentos ao povo hebreu, sabendo de nossa incapacidade de cumpri a sua vontade por causa de nossos pecados, recebeu em si mesmo as nossas culpas, morrendo em nosso lugar, e provando a eficácia de sua Obra através da Ressurreição, para que Ele mesmo se tornasse ainda mais digno de amor, sujeição e temor.
Portanto ao conhecer as leis de Deus, e nos deparar com nossa pecaminosidade, somos convidados a arrependermos de nossos pecados, de nossa natureza caída, e desejar em Cristo uma nova vida, uma vida que seja sujeita aos seus mandamentos.

Assim, aquele que busca em temor conhecer a Deus, e a sua vontade expressa através de suas leis e mandamentos, quanto mais próximo de Deus estiver mais pecador se verá. Mas diante dessa perspectiva que Deus procura em nós um coração quebrantado e contrito, arrependido, para operar em nós uma nova natureza, a natureza de Cristo.

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