“Não adulterarás.” Êxodo 20:14
Não há como tratarmos deste assunto sem entendermos
corretamente, à luz das escrituras, a finalidade da relação sexual.
Existe uma ideia, propagada principalmente pelo
catoliscismo, de que a relação sexual, quando não com o propósito de
procriação, consiste em pecado. No entanto, quando olhamos para a Palavra de
Deus, não encontramos qualquer indício de que este pensamento seja verdadeiro,
pelo contrário.
De fato o que vemos na bíblia é que o sexo foi
criado por Deus, e a relação sexual foi autorizada por Deus para o casal,
dentro do contexto do matrimônio. Deus criou o homem e a mulher, e, portanto o
sexo, depois de criá-los, os uniu, ordenando que crescessem e multiplicassem
sobre a terra.
O que aprendemos pela Palavra de Deus é que o sexo
é pecado quando realizado fora do contexto matrimonial. Neste aspecto nós temos
condenados na Bíblia o adultério (relação sexual de alguém casado com outro que
não é o seu cônjuge), a fornicação (relação sexual entre solteiros), a
prostituição (relação sexual casual e frequente com vários parceiros, e/ou por
dinheiro) e a lascívia (sensualidade exagerada, desejo incontrolado pelo sexo e
pela libertinagem e pensamentos pervertidos).
Mas antes de entrarmos no mandamento (Não adulterarás.) vamos entender mais o
que a bíblia nos ensina sobre o casamento.
“E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem
esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora
idônea para ele.
Havendo, pois, o Senhor Deus
formado da terra todo o animal do campo, e toda a ave dos céus, os trouxe a
Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma
vivente, isso foi o seu nome. E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos
céus, e a todo o animal do campo; mas para o homem não se achava ajudadora idônea.
Então o Senhor Deus fez cair um
sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas, e
cerrou a carne em seu lugar; e da costela que o Senhor Deus tomou do homem,
formou uma mulher, e trouxe-a a Adão.
E disse Adão: Esta é agora osso
dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do
homem foi tomada. Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á
à sua mulher, e serão ambos uma carne.” Gênesis 2:18-24
“E Deus os abençoou, e Deus lhes
disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai
sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se
move sobre a terra.” Gênesis 1:28
Quando olhamos para o relato da criação em Genesis
capítulo 1 e 2, vemos que Deus criou o homem, e depois de cria-lo, trouxe à
Adão todos os animais que havia sobre a terra, e ali Adão os nomeou, mas não
havia para Adão uma “ajudadora idônea”.
Por “ajudadora
idônea” entendemos alguém que estivesse apta, capacitada, própria para
auxiliar Adão em suas tarefas e em sua missão.
Foi o próprio Deus quem declarou a necessidade do
homem em ter uma ajudadora idônea quando disse: “Não é bom que o
homem esteja só;”. Assim Deus criou, a partir dos
ossos de Adão, a Eva! O próprio Deus celebra o casamento entre Adão e Eva,
ordenando-lhes frutificar e povoar a terra.
Alguns detalhes podem ser observados nessa
narração. Primeiro que Deus criou os animais macho e fêmea, com o intuito de
que procriassem e perpetuassem as suas espécies. Mas no caso do homem não foi
assim.
Deus criou inicialmente o homem, mostrando que este
é superior e cabeça da criação, visto que ao homem foi ordenado governar a terra.
Mas era impossível ao homem sozinho cumprir esta tarefa, sendo necessário criar
a mulher para lhe ser auxiliadora.
Fica evidente o papel de destaque da mulher junto
ao homem para o cumprimento de um propósito maior. A mulher foi criada não para
que fosse uma empregada de Adão, mas para que o auxiliasse de maneira idônea.
Ou seja, a mulher foi criada de maneira capacitada a suprir Adão em suas
limitações, tendo a incumbência de estar ao seu lado, ajudando-o.
Diferentemente dos animais, os seres humanos não
foram criados macho e fêmea apenas para perpetuar a espécie, mas para que os
dois (macho e fêmea) se unissem e trabalhasse juntos, em acordo, o marido como
cabeça e a mulher como auxiliadora, para o cumprimento da ordenança divina de
governar a terra.
Assim o casamento nasceu na vontade de Deus para o
homem.
Não por outro motivo, o próprio Deus usa da imagem
do casamento para ensinar-nos sobre o relacionamento de Cristo e a igreja. A
imagem do Noivo (Cristo) que desposará sua Noiva (Igreja) é uma das figuras
mais mencionadas no novo testamento, inclusive por Cristo, como na parábola das
dez virgens.
Assim o casamento é uma instituição sagrada, que
nasceu na vontade de Deus, que tem um plano e um propósito deste a criação do
homem, e que figura a nossa união final com Cristo quando Ele voltar.
O casamento também apresenta o propósito da
família. A partir do casamento são dados ao casal os filhos, e estes devem ser
educados e ensinados nos caminhos do Senhor pelos seus pais. A criação dos
filhos de forma correta e saudável começa com um casamento correto e saudável.
A relação sexual dentro do matrimônio é então uma
coroação de tudo aquilo que o matrimônio simboliza. Primeiro a fidelidade do
casal, a lealdade, a cumplicidade, o companheirismo, a comunhão e o
compartilhar da intimidade.
Portanto o matrimônio deve ser recheado de todas
essas qualidades e a relação sexual deve ser a completude delas. Quando essas características não se fazem
presentes no matrimônio, temos um relacionamento tendenciado ao desgaste, e a
relação sexual tende a não ser tão prazerosa.
Assim a finalidade da relação sexual no matrimônio
é o compartilhamento da intimidade, do prazer, de um relacionamento saudável,
onde o homem e a mulher estão em unidade; uma só carne.
Justamente por isso o adultério, a fornicação, a
prostituição e a lascívia são apresentados como algo tão vil, e repugnante aos
olhos de Deus!
Vivemos dias em que não é dada a devida importância
ao casamento. As pessoas casam e se separam e casam-se novamente sem dar a
mínima importância à origem divina do matrimônio.
Casais se traem mutuamente e tratam o casamento
como algo secular, apenas enquanto houver algum benefício próprio, ignorando
que esta união deve ser parte de um plano maior. Agem em suas relações
matrimoniais como meros animais, são apenas macho e fêmea e não homem e mulher.
Desde os anos 60 estamos vivendo gerações que
buscam o sexo não para ser a coroação de uma relação terna, cúmplice e
companheira, mas apenas para a satisfação de um prazer carnal. Desprezaram o
propósito de Deus que é o matrimonio, para buscar apenas o prazer sexual,
deturpando completamente sua finalidade.
Por isso o adultério é pecado!
O adultério acaba por destruir uma relação de
confiança, companheirismo, destruindo as bases da família, e quando a família de
alguma forma é fragilizada, invariavelmente os mais atingidos são os filhos, a
parte mais indefesa da família.
São inúmeras as passagens na bíblia que condenam a
prática do adultério, alertando severamente que os que tal coisa pratica, não
herdaram o Reino dos céus.
“Porque as obras da carne são
manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, idolatria,
feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões,
heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a
estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que
cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.” Gálatas 5:19-21
“Venerado seja entre todos o
matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos
adúlteros, Deus os julgará.” Hebreus 13:4
“Não erreis: nem os devassos, nem
os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os
ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os
roubadores herdarão o reino de Deus.” 1 Coríntios 6:10
Devemos ver o adultério assim como Deus o vê, como
algo repugnante e inconcebível.
É necessário entender os riscos e perigos que o
adultério traz. Quem ama sua família, seus filhos, deve fugir do adultério como
quem foge da morte.
Mas infelizmente muitos, inclusive cristãos, ainda
brincam com este pecado, permitindo-se à tentações, não guardando os olhos e a
mente como deveria.
Jesus alertou os seus discípulos dizendo:
“Ouvistes que foi dito aos
antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar
numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.
Portanto, se o teu olho direito te
escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se
perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.
E, se a tua mão direita te
escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos
teus membros se perca do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.” Mateus
5:27-30
Alguns podem considerar essas palavras pesadas
demais, no entanto Cristo está mostrando como Deus vê o pecado do homem. Na
ótica divina não há necessidade do pecado ser consumado, apenas a aceitação do
pecado em seu coração já é, para Deus, como se o pecado já tivesse sido
consumado.
Fato é que o homem que lança olhares lascivos,
desejando em seu coração o adultério, só ainda não o cometeu por falta de
oportunidade.
Portanto cabe ao cristão se guardar. Guardar seus
olhos e seu coração para que não seja engodado pela lascívia.
A relação sexual foi criada para ser o ponto de
maior intimidade entre o casal, e essa intimidade deve ser preservada. A
vontade de Deus expressa neste mandamento é justamente a preservação da
intimidade para aquele ou aquela que é ou será seu parceiro(a) idôneo. A fim de
ter um matrimonio saudável e completo.
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