Princípios morais dos mandamentos - “Não furtarás.” Êxodo 20:15


Já foi dito aqui, em outros estudos, que nós somos maus por natureza, pecadores e tendenciados ao pecado. Na verdade o pecado habita em nosso homem interior e a bíblia deixa claro isso quando afirma:
“Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis.” Gálatas 5:17
“Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.” Romanos 7:19-20
Assim é impossível a nós, naturalmente, obedecer aos mandamentos do Senhor, sem errar.
 Mas outra característica nata do ser humano é a inclinação a se justificar quando seus erros são apresentados. Dificilmente o homem enxerga seus pecados da maneira correta, como algo imundo e espúrio. É muito comum quando somos confrontados com nossos erros buscar explicações ou tentar amenizar, pelo menos na consciência, a gravidade dos erros.
Afinal, apenas pela operação sobrenatural do Espírito Santo em nossas vidas podemos conceber a gravidade de nossos erros, sentir toda a nossa imundícia, e então cair aos pés de Cristo clamando a Ele perdão.
Entenda que enquanto não houver total reconhecimento da dimensão e profundidade de sua culpa, é impossível haver genuíno arrependimento!
Veja o caso do filho pródigo, na parábola contada por Cristo. Apenas quando ele percebeu, e viu que estava em um chiqueiro, e desejando comer o alimento destinado aos porcos, ele caiu em si e viu a gravidade de seu pecado. Enquanto ele estava tentando em sua consciência amenizar suas culpas, tentando se justificar, nenhuma transformação aconteceu no coração dele.
Portanto, ao sermos confrontados com as leis de Deus, exposta é nossas culpas, e neste momento há dois caminhos, ou tentamos nos justificar dizendo: “bem, eu não sou tão mau assim” ou reconhecemos que temos pecado contra um Deus Santo, e que nossas obras não passam de trapos de imundícia, e clamamos ao Senhor sua misericórdia e perdão!
Talvez ao ler o mandamento que estamos estudando agora: “Não furtarás”, você tenha dito em seu coração: “este pecado eu nunca cometi, não sou um ladrão, nunca roubei ninguém”!
Vejamos as definições que o dicionário nos apresenta sobre o verbo furtar:

Como verbo transitivo
1.  apoderar-se de (uma coisa alheia) contra a vontade do dono ou sem que ele o saiba; roubar; subtrair fraudulentamente
2.  apresentar como seu (o que é de outra pessoa)
3.  falsificar
4.  desviar; afastar
5.  não dar; recusar
Como verbo intransitivo
1. apoderar-se do que não é seu; roubar
Como verbo pronominal
1.  não fazer ou assumir o que se devia; esquivar-se; negar-se; desviar-se
2.  esconder-se
furtar In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. [Consult. 2014-02-10]. Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/lingua-portuguesa/furtar;jsessionid=FkFM0xCustLsvlnBLDRaFw__>.

Será mesmo que você nunca se apoderou de algo que não era seu? Que tomou emprestado e não devolveu? Que desviou algo para que não fosse encontrado, e permanecesse em seu poder? Será que você, como cidadão que tem a obrigação de pagar impostos, nunca fraudou informações para não pagá-los? Será que você como funcionário não tem furtado sua empresa, atribuindo a ela despesas para seu próprio favor (como usar o carro da empresa para assuntos pessoais sem autorização)?
Toda a vez que alguma dessas ações é praticada, o nome disto é furto!
Normalmente o homem julga que seu pecado é contra seu próximo, contra aquele que está sendo defraudado pelas suas ações. E com isso de certa forma tenta minimizar as consequências de seus erros, talvez por crer que fulano merecia algo assim, ou talvez por crer que seu ato não o irá prejudicar tanto assim.
Mas vejamos, quando alguém é pego em um crime em nossa sociedade, a quem este criminoso é apresentado? A aquele a quem defraudou ou à justiça?
Imagine o caso de um ladrão que roubou uma farmácia e foi pego em flagrante, quem irá julga-lo? O dono da farmácia ou o estado através de um juiz?
O criminoso é levado ao juiz porque, apesar dele ter cometido um mal contra o dono da farmácia, este homem infringiu uma lei do estado. Por isso será julgado e condenado pelo estado, mesmo que devolva o bem (ou valor) furtado ao dono da farmácia.
A própria sociedade exigirá a justa retribuição ao crime cometido!
Com Deus não é diferente.
Apesar de nossos pecados defraudarem as pessoas à nossa volta ou a nós mesmos, ao desobedecermos a uma lei de Deus, é a Ele quem estamos afrontando, e é Ele quem irá nos julgar!
Portanto se você tem roubado o estado, sonegando seus impostos, é a Deus quem você está afrontando, desobedecendo a suas leis.
Essa real visão sobre nosso pecado é muito importante, porque ao contrário do que se possa imaginar, o pecador não está afrontando outro pecador, mas ao Deus Santo e Justo. Por isso nossos pecados são gravíssimos, pois estamos afrontando àquele que nos criou, a quem pertencemos, de quem saímos, e a quem deveremos um dia prestar contas da vida que Ele nos deu.
Se desprezarmos e afrontarmos àquele que nos dá a vida, o que poderemos esperar como recompensa senão a morte?
Por isso a bíblia nos ensina tão claramente:
“Porque o salário do pecado é a morte,...” Romanos 6:23a
E ainda:
“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;” Romanos 3:23
Mas por seu grande Amor para conosco, Deus não nos permite viver sem esperança, pois Ele enviou Jesus Cristo, seu único Filho, para morrer em nosso lugar.
Como vimos a morte é o resultado do pecado. Por afrontar e desprezar aquele que nos dá a vida, estamos condenados à morte. Mas Jesus Cristo, mesmo vivendo sem pecado, e tendo alegrado e honrado a Seu Pai, como diversas vezes vemos nos evangelhos:
“E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.” Mateus 3:17
“E saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu amado Filho; a ele ouvi.” Lucas 9:35
“Porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido.” 2 Pedro 1:17
Este mesmo Filho Amado que alegrou à Deus de forma plena, recebeu em sua carne a morte, não por sua culpa, visto que agradou ao Pai, mas por nossas culpas, pois dEle estava profetizado que:
“Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” Isaías 53:5
Unicamente por Jesus Cristo, por sua morte e ressurreição podemos ter esperança de vida Eterna. Pois Ele morreu a nossa morte, para que nEle pudéssemos ter Vida.
Por isso mesmo ele tem nos chamado a arrependermos de nossos pecados, de nossas obras más, e sujeitarmos novamente à Deus em obediência e devoção.
Portanto fuja da auto justiça, não engane seu próprio coração, mas quando confrontado com as Leis de Deus, e sendo exposta a sua culpa, simplesmente arrependa-se, deseje reconciliar com teu criador, e confie unicamente em Jesus Cristo para isso. Pois assim o apóstolo nos alerta:

“Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam; Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.” Atos 17:30-31

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