A palavra
justiça é muito conhecida por nós, mas talvez nem todos compreendem
corretamente o seu significado. A definição de justiça é dar a alguém aquilo
que lhe compete, ou, ser da maneira como deve ser.
Quando
colocamos uma roupa que nos cai muito bem, vestindo com precisão nosso corpo,
dizemos que aquela roupa esta “justa”, ou seja, não está sobrando nem faltando.
Em outras
palavras podemos definir “justo” como aquele que está na posição correta, em
atitudes corretas, e “justiça” a pratica de atribuir corretamente o que compete
a outros e a si mesmo.
Assim a “justiça”
é uma característica daquele que vive corretamente e que trata outros da
maneira como cada um deve ser tratado.
Por isso que
quando um assassino é preso, sabemos que foi feito justiça, pois foi tratado da
maneira como deveria ser tratado aquele que é homicida. O mesmo quando alguém
ganha na justiça o que lhe é de direito, ou quando a justiça obriga outro a
pagar por um dano. Perceba que em todos esses casos a Justiça se define em
atribuir a cada um aquilo que lhe é meritório, sejam compensações, sejam
punições.
Perceba
também que é impossível definir corretamente a Justiça sem que haja Leis. A lei
existe com um propósito, definir aquilo que é correto e aquilo que não é
correto.
A lei é quem
protege os direitos de cada um, define os deveres de cada um, e determina a
punição daqueles que a transgridem. Definindo o que é certo ou errado, enfim,
definindo aquilo que é Justo.
A justiça
então só é possível ser praticada quando se há a observância das leis. Sem lei
não há justiça. Não há como punir alguém sem que haja transgressão, nem é possível
compensar alguém sem que haja direito.
Portanto a
Justiça e a Lei andam juntas, é necessário que haja leis para que a justiça
seja praticada.
Como seres
humanos vivemos socialmente, e em nossa sociedade existem leis que regem nosso convívio,
protegendo nossos direitos e atribuindo nossas obrigações como cidadãos da
sociedade.
No entanto se
olharmos para a história, vamos ver que a Lei não teve origem no homem.
Os homens ao
longo de toda a história promulgaram e anularam leis. Algumas leis que existem
em nossa sociedade nós as consideramos até mesmo injustas. Mas como podemos
considerar uma lei injusta? Como podemos anular uma lei e continuarmos sendo
Justos, visto que a justiça está ligada à lei?
Ora isso só é
possível porque há outra Lei que está acima das leis que os homens promulgaram,
e que serve de parâmetro moral para que os homens promulguem suas leis.
Esta Lei que
é Eterna, Perfeita, e que nos revela a verdadeira Justiça é a Lei que emana de
Deus.
Desde quando
Deus criou o homem, ainda no jardim do Éden, Deus tem revelado sua Lei. Há
alguns que dizem que no Éden não havia Lei, no entanto, Deus ordenou a Adão que
não comesse do fruto que estava no meio do jardim, da arvore chamada “do
conhecimento do bem e do mal”.
“E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim
comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não
comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” Gênesis
2:16-17
Nunca houve
nenhum momento em que o homem não tivesse Lei, e nunca haverá, pois a Lei de
Deus é Eterna e Perfeita.
Se no Éden a
Lei de Deus para Adão era não desejar o “conhecimento do bem e do mal”, havendo
a desobediência desta lei, e agora conhecendo mal, foi então necessário Deus revelar
ao homem toda a Lei.
Antes que
Adão pecasse, não era necessário ensiná-lo que não poderia assassinar, pois
como ainda não conhecia o mal, naturamente ele nunca assassinaria ninguém. Mas
a partir do momento em que o homem conheceu o mal, e o mal passou a habitar seu
interior, então foi necessário instruir o homem que não poderia cometer o
assassinato.
Obedecendo ao
único mandamento de Deus, o de não comer do fruto do “conhecimento do bem e do
mal”, Adão naturalmente estaria obedecendo toda a Lei de Deus. E da mesma
maneira, quando Adão desobedeceu a Deus, comendo do fruto, automaticamente Adão
desobedeceu toda a Lei de Deus, pois quando o mal passou a habitar o interior
do homem, o homem passou a praticar tudo quanto era condenado pela Lei.
Assim
percebemos que a Lei de Deus tem dois propósitos distintos para nossas vidas.
Primeiro nos mostra a Perfeita Vontade de Deus para o homem, e em segundo, a
Lei evidencia o nosso pecado. Não haveria “mentira” se a Lei não dissesse “Não
dirás falso testemunho contra teu próximo”. Só sabemos que a mentira é pecado
porque a Lei proíbe essa prática.
Outro ponto
importante a respeito da Lei é que, evidenciando nossos pecados, ela nos acusa
como transgressores diante de Deus. Somos todos pecadores, todos somos
influenciados pelo mal que habita nosso interior, todos nós somos culpados
diante da Lei de Deus. E da mesma forma como a lei dos homens prevê punição
para os transgressores, a Lei de Deus prevê punição para todos os pecadores. E
a punição é a mesma dita por Deus a Adão:
“porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” Gênesis 2:17b
Assim Paulo
também ensina aos romanos:
“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;” Romanos
3:23
“Porque o salário do pecado é a morte,” Romanos 6:23a
Mas sabemos
que Jesus Cristo morreu pelos nossos pecados, Ele sendo Justo e vivendo em
plena Justiça, se sacrificou a si mesmo, assumindo sobre si nossa culpa. Assim
diante da Lei somos culpados, mas pelo sacrifício de Jesus Cristo, somos feitos
Justos por sua Graça.
“Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem
ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede
por nós.” Romanos 8:34
A Graça de
Deus então nos coloca em uma posição que não deveríamos estar. A Graça nos
coloca em posição de perdoados pelo Pai, nos atribui a Justiça de Deus, e nos
livra da condenação da qual não poderíamos nos salvar.
Jesus cumpre
a Justiça de Deus em que, aquele que foi feito Homem, pagou o preço dos pecados
de todos os homens, para dar aos homens uma oportunidade de reconciliação.
Em Cristo
então alcançamos a Graça de Deus, somos salvos, temos agora uma esperança. Ao arrependermos-nos
de nossos pecados, e clamar pelo nome dAquele que nos comprou com seu sangue,
podemos ter a esperança da salvação eterna.
Mas este é
apenas o primeiro passo da vida Cristã!
Infelizmente
é neste ponto que a imensa maioria daqueles que são cristãos erram. Pois chegam
ao arrependimento de seus pecados, abraçam a Fé em Cristo, mas esquecem-se do
motivo pelo qual eles alcançaram a Graça.
A Graça de
Deus te coloca na posição que você não deveria estar. Você deveria estar morto
por causa de seus pecados, mas Deus por sua misericórdia te fez conhecer a
Graça, e te levou ao conhecimento de Cristo.
Você chegou a
uma posição que não foi por seus méritos, mas pelo mérito de Cristo você tem
sido feito participante das promessas de Deus, da esperança do Reino vindouro.
Mas você foi
salvo por Cristo para agora, a partir deste momento, viver a Justiça do Reino.
Jesus disse:
“Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça,” Mateus 6:33a
E Paulo também registra:
“De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por
nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com
Deus.” 2 Coríntios 5:20
Somos salvos
para vivermos desde já a Justiça do Reino de Deus, anunciando as suas leis,
clamando para que este mundo mal se arrependa e se reconcilie com Deus. Somos
chamados a viver neste mundo as Leis de Deus, amando nossos semelhantes,
retribuindo a todos conforme o que é justo da parte de Deus.
É uma visão
muito mesquinha e egoísta imaginar que agora, porque está salvo, nada mais
importa. Não é pra isso que você tem sido salvo. Você tem sido salvo para que a
partir você, o mundo conheça a Justiça de Deus.
Infelizmente
o que vemos são esses que se chamam cristãos, viverem de maneira frívola, não
respeitando seus semelhantes, não demonstrando amor nem afeto, não sendo justo
em seus relacionamentos, nem em seus negócios.
Pessoas que
arrogam para si o titulo de cristãos e vivem em dividas, que agem de má fé, que
mentem, que odeiam seu próximo. Desculpe-me, mas a Graça de Deus ainda não
alcançou estes que vivem desta forma.
A Graça de
Deus coloca o homem na posição em que ele não deveria estar, mas ao passo em
que o homem não vive a Justiça do Reino, este caiu da Graça.
Portanto o
verdadeiro cristão é aquele que pela Graça de Deus foi perdoado de seus
pecados, para agora viver uma nova vida, uma vida pautada pela Justiça do Reino
de Deus. E através de seu viver, o mundo pode conhecer a Justiça de Deus.
“Todo aquele que nele permanece não está no pecado. Todo aquele que
está no pecado não o viu nem o conheceu.” 1 João 3:6
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