Por que Deus nos criou?



Parece uma pergunta simples, mas ela é vital para o correto entendimento do propósito da nossa existência.
Sabemos que fomos criados por Deus, temos nossa origem em Deus, assim viemos dEle, e para Ele retornaremos um dia. No entanto, procurar entender os motivos pelos quais Deus criou-nos, leva-nos a entender também qual a posição que é esperada de nós diante de Deus.
Ou seja, entender o propósito de nossa criação nos leva a entender como nos posicionar diante de Deus a fim de agradá-lo. Se sabemos que viemos de Deus, então Ele é nosso Pai, portanto, é razoável que desejemos agradá-lo.
Para responder a essa pergunta devemos fazer outra pergunta:
Deus tinha alguma necessidade de nos criar?
“Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus.” Salmos 90:2
“O teu trono está firme desde então; tu és desde a eternidade.” Salmos 93:2
Conforme as palavras do salmista, desde a eternidade, o Senhor é Deus, e seu trono está firme desde a eternidade.
Assim podemos facilmente concluir que Deus não tinha nenhuma necessidade em nos criar. Deus sempre foi PLENO em si mesmo, sempre foi SOBERANO e sempre REINOU. Deus nunca teve a menor necessidade de criar o homem, não há nada, absolutamente nada que possamos acrescentar a Deus, muito pelo contrário, Ele que é a fonte de tudo o que necessitamos.
Assim a resposta para a primeira pergunta já temos: Deus tinha alguma necessidade em nos criar? Absolutamente não!
No entanto outra pergunta se faz necessário neste momento, para alcançarmos a resposta da pergunta principal (por que Deus nos criou?):
Deus sabia de antemão que iríamos pecar?
O pecado do homem é uma questão gravíssima.
Quando o homem pecou abriu uma ruptura no relacionamento entre Deus e os homens. A partir do pecado do homem, o mesmo passou a andar por caminhos muito diferentes daquele que é a vontade de Deus.
Por causa do pecado toda a criação de Deus ficou sujeita a corrupção, criando uma situação grave, pois Deus é Santo e não pode tolerar a iniquidade.
“E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, MALDITA É A TERRA POR CAUSA DE TI; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.” Gênesis 3:17
“Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da SERVIDÃO DA CORRUPÇÃO, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.” Romanos 8:20-21
“Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniqüidade, nem contigo habitará o mal.” Salmos 5:4
Sabemos também que em decorrência do pecado do homem, Deus enviou seu Filho Jesus Cristo para morrer pelos nossos pecados e nos propiciar um caminho de retorno para o Pai.
Assim, por causa de nossos pecados, o Filho de Deus se fez homem, e morreu pelos nossos pecados.
“E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.” 1 João 2:2
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16
Por isso essa pergunta se torna ainda mais relevante para entendermos o porquê Deus nos criou, visto que, se Deus sabia que o homem haveria de pecar, ao criar o homem o Pai estava destinando seu Filho à cruz para resgatar a humanidade.
Para responder essa pergunta crucial necessitamos olhar para a Palavra de Deus:
“E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” Hebreus 4:13
“SENHOR, tu me sondaste, e me conheces. Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos. Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó Senhor, TUDO CONHECES.” Salmos 139:1-4
Esses dois textos nos remete à ONICIÊNCIA de Deus, ou seja, nada há oculto aos olhos de Deus. Mas o texto seguinte é o que nos dá plena certeza de que Deus sabia que o homem iria pecar antes mesmo de cria-lo:
“E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do CORDEIRO QUE FOI MORTO DESDE A FUNDAÇÃO DO MUNDO.” Apocalipse 13:8
Esse texto nos revela que Cristo foi destinado à morrer na cruz por nós desde a fundação do mundo, portanto, antes mesmo da criação do homem. Assim Deus sabia de antemão que o homem iria pecar, e que para resgatar o homem seria necessário que seu Filho padecesse na cruz, em propiciação pelos nossos pecados.
Diante deste quadro, sabemos que Deus não tinha a menor necessidade em criar o homem, mas ao passo em que Ele decide criar o homem, Ele destina seu Filho à cruz. Assim, a resposta para a nossa pergunta principal (Por quê Deus nos criou) ganha uma única, simples, e poderosa resposta:
Porque Ele nos AMOU!
Deus nos amou o suficiente para nos chamar a existência, mesmo sabendo que a nossa criação custaria o sangue de seu Filho no madeiro. Mesmo sabendo de todos os nossos pecados e toda a maldade que iríamos experimentar, ainda assim Deus nos amou o suficiente para nos trazer à existência, mas não para que continuássemos em nossos pecados, mas para que fossemos transformados por Ele, e é por isso que Paulo nos escreve:
“Porque os que DANTES CONHECEU também os PREDESTINOU para serem conformes à IMAGEM de SEU FILHO, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.” Romanos 8:29
Aqui entra uma explicação sobre o que é a PREDESTINAÇÃO no sentido bíblico. Uma corrente de pensamento protestante transformou a predestinação em fatalismo, ou seja, segundo esse pensamento, Deus escolheu alguns para serem salvos e outros para serem condenados. Esse pensamento nega a grandeza do que Paulo escreveu.
Segundo Paulo Deus predestinou os que DANTES CONHECEU, ou seja, em sua oniciência, Deus sabia tanto que o homem iria pecar, como também saberia que após o pecado muitos se arrependeriam, e desejariam se reconciliar.
E mais, o foco da predestinação é “para serem conforme à imagem de seu Filho”, ou seja, Deus predestinou seu Filho Jesus Cristo para morrer pelos nossos pecados, a fim de que Ele fosse o caminho para o nosso resgate. Então a predestinação tem um LIMITE, e esse limite é Cristo.
Quem está em Cristo está predestinado a ser conforme a imagem de seu Filho, quem rejeita a Cristo rejeita também a predestinação.
Se Deus permitiu ao homem escolher o pecado, porque ele não permitiria ao homem escolher pela reconciliação?
Mas há outro fator que não pode ser ignorado.
Como vimos, Deus nos criou motivado por um único sentimento, o AMOR. Portanto, se Ele nos criou porque nos amou, é razoável entendermos que a resposta do homem à SALVAÇÃO oferecida por Ele, seja também uma resposta de AMOR.
Se Ele nos amou a ponto de nos chamar a existência, e predestinar seu Filho à cruz para nosso resgate, porque ele escolheria aleatoriamente pessoas para serem salvas, sem que houvesse uma resposta desse homem baseada no mesmo principio?
Para respondermos a isso é necessário atentarmos para as palavras do apóstolo João:
“Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. E a CONDENAÇÃO É ESTA: Que a luz veio ao mundo, e os homens AMARAM mais as TREVAS do que a LUZ, porque as suas obras eram más.” João 3:18-19
Perceba que João está dizendo o motivo pelo qual as pessoas serão condenadas, e o motivo não é meramente o pecado, mas o NÃO AMAR A DEUS.
Assim, o amor de Deus demonstrado ao homem tanto na sua criação como na sua oferta de salvação, exige do homem uma resposta baseada no mesmo princípio: AMAR A DEUS.
Não é por menos que Jesus elencou o maior de todos os mandamentos sendo:
“AMARÁS, pois, ao Senhor teu Deus de TODO O TEU CORAÇÃO, e de TODA A TUA ALMA, e de TODO O TEU ENTENDIMENTO, e de TODAS AS TUAS FORÇAS; este é o primeiro mandamento.” Marcos 12:30
Assim, sabemos agora que Deus nos amou a ponto de nos chamar a existência, não obstante ter de predestinar seu Filho ao madeiro, e deseja agora do homem que o mesmo responda ao seu ato de amor, amando-o acima de todas as coisas.
Amar a Deus implica voltar-se a Deus, voltar-se aos mandamentos de Deus, e viver para Deus.
Em nossos relacionamentos humanos, quando amamos uma pessoa, nós procuramos estar próximo desta pessoa, procuramos conhecer essa pessoa, e procuramos agradar essa pessoa. Evitamos fazer aquilo que ela não gosta, e procuramos agrada-la.
Ora, se em nossos relacionamentos humanos, tratamos assim a pessoa amada, porque imaginaríamos que amar a Deus seria diferente?
Infelizmente as pessoas hoje dizem amar a Deus, mas não andam com Deus, não procuram conhecer a Deus, não se esforçam para evitar o pecado que desagrada a Deus.
Precisamos abandonar a hipocrisia, e reconhecer que devemos amar aquele que nos amou primeiro. E para tanto devemos assumir uma posição conforme Jesus mesmo disse:

“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.” João 14:21
Deus espera de você uma prova de amor, e essa prova é o voltar-se a Ele, em obediência a seus mandamentos.
Aprouve a Deus ser o nosso Criador e também o nosso Salvador, e isso é a prova de amor que Ele nos deu. Se isso não bastasse, o mesmo Deus tem chamado a todos os homens, em todos os tempos, para que se arrependam de seus pecados e voltem-se para Ele em amor.
“Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam; porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do HOMEM QUE DESTINOU; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.” Atos 17:30-31






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