Entendendo a Nova Aliança.

"Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que farei um pacto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá, não conforme o pacto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, esse meu pacto que eles invalidaram, apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor. Mas este é o pacto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E não ensinarão mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior, diz o Senhor; pois lhes perdoarei a sua iniqüidade, e não me lembrarei mais dos seus pecados. Assim diz o Senhor, que dá o sol para luz do dia, e a ordem estabelecida da lua e das estrelas para luz da noite, que agita o mar, de modo que bramem as suas ondas; o Senhor dos exércitos é o seu nome: Se esta ordem estabelecida falhar diante de mim, diz o Senhor, deixará também a linhagem de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre. Assim diz o Senhor: Se puderem ser medidos os céus lá em cima, e sondados os fundamentos da terra cá em baixo, também eu rejeitarei toda a linhagem de Israel, por tudo quanto eles têm feito, diz o Senhor. Eis que vêm os dias, diz o Senhor, em que esta cidade será reedificada para o Senhor, desde a torre de Hananel até a porta da esquina." Jeremias 31:31-38
O que entender por Nova Aliança?
Este texto de Jeremias nos fala de uma Nova Aliança (aliança, pacto, acordo) com a casa de Israel e com o povo de Judá. Sim, essa nova aliança é prometida ao povo judeu, à nação de Israel.
Mas porque uma nova aliança?
O texto nos diz que a antiga aliança havia sido "invalidada" pelo próprio povo de Israel. Mas que aliança é essa? Muitos dizem que essa aliança é a Torá, ou o sacerdócio levítico. Nenhuma das duas respostas está correta.
"Agora, pois, se atentamente ouvirdes a minha voz e guardardes o meu pacto, então sereis a minha possessão peculiar dentre todos os povos, porque minha é toda a terra; e vós sereis para mim REINO SACERDOTAL e NAÇÃO SANTA. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel." Êxodo 19:5
O pacto entre Deus e Israel era para que Israel fosse uma nação sacerdotal, ou seja, um povo que transmitisse às nações o conhecimento de Deus.
A Torá e a Lei são os termos da Aliança, ou seja, o meio pelo qual a aliança se cumpriria era através da observação da Lei.
"Guardai-os e observai-os, porque isso é a vossa sabedoria e o vosso entendimento à vista dos povos, que ouvirão todos estes, estatutos, e dirão: Esta grande nação é deveras povo sábio e entendido. Pois que grande nação há que tenha deuses tão chegados a si como o é a nós o Senhor nosso Deus todas as vezes que o invocamos? E que grande nação há que tenha estatutos e preceitos tão justos como toda esta lei que hoje ponho perante vós?" Deuteronômio 4:6-8
Assim, ao observar os mandamentos da Torá, o povo de Israel testemunharia às nações à sua volta, e estas conheceriam a Deus e a sua Justiça.
O propósito de Deus para com Israel é de fazer seu nome conhecido entre os povos através do testemunho de Israel. Por isso Deus os tomou como povo seu, estabelecendo sua aliança com eles.
Mas quando essa aliança foi invalidada?
Desde o deserto o povo de Israel tem invalidado essa aliança, ou seja, tem descumprido os termos da aliança (a Lei). Desde o bezerro de ouro no deserto, passando pelas inúmeras idolatrias e a rejeição ao Messias. No entanto, mesmo assim, Deus não deixou de cumprir seu propósito para com Israel. Não obstante os muitos pecados de Israel, o Senhor não deixou de desposar a Israel.
"esse meu pacto que eles invalidaram, apesar de eu os haver desposado".
Mas Deus prometeu uma Nova Aliança, um novo pacto, um novo acordo. Mas o que há de diferente entre a antiga e a nova aliança?
Paulo nos ensina:
"sendo manifestos como carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne do coração." 2 Coríntios 3:3
Na primeira aliança a Lei (termos da aliança) foi apresentada de maneira externa, o que, debilitados pela natureza carnal, impedia Israel de cumpri-la, sendo necessário um sistema com sacrifícios diários para a expiação dos pecados.
Esses sacrifícios eram apenas figuras de algo superior que estava por vir. Esses sacrifícios não tinham o poder de mudar a natureza carnal, nem de livrar o povo de seus pecados definitivamente. Mas apontavam para um perfeito sacrifício que seria capaz de transformar a natureza humana.
Na Nova Aliança, aquilo que era impossível à Lei, devido à fraqueza da carne, Jesus Cristo por meio de seu sacrifício fez. O sacrifício perfeito do Messias proporcionou duas coisas muito importantes; primeiro a perfeita expiação dos pecados, segundo a outorga do Espírito Santo.
Agora podemos ser feitos novas criaturas, mediante o sacrifício de Jesus, e da ação do Espírito Santo em nossas vidas.
Na antiga aliança a Lei foi apresentada de forma externa, na Nova Aliança a Lei é escrita em nosso interior.
O objetivo principal sempre foi a Nova Aliança, a primeira Aliança apenas conduzia à segunda, que sempre foi o objetivo final de Deus para resgatar a sua criação de seus pecados.
Portanto a Nova Aliança não diz respeito a novas leis, mas numa nova posição da Lei, agora internalizada em nós através do Espírito Santo que produz em nós os seus frutos.
Apesar disso vemos que a Nova Aliança ainda não é plena em nossas vidas.
Relembre que a Nova Aliança será firmada com a casa de Israel e não com a Igreja. Essa aliança foi inaugurada por Jesus na cruz, mas ainda não foi completa devido a rejeição de Israel.
Como discípulos de Jesus, nós podemos experimentar uma pequena fração do que é essa Nova Aliança, visto que somos enxertados em Israel, mas perceba que mesmo crendo no Messias, e tendo o Espírito Santo sobre nós, ainda lutamos contra o pecado, e nos esforçamos para conhecer a Deus.
Este definitivamente não é o cenário anunciado pela Nova Aliança!
Quando Israel voltar-se para o Messias, então a Nova Aliança será plenamente estabelecida, o pecado será definitivamente extirpado, e todos conhecerão a Deus e ao seu Ungido.
Cristo nos conduz à Nova Aliança, que será estabelecida com a casa de Israel. E quando o processo de restauração do universo se concretizar, pela vinda do Messias, então nós, os que cremos nEle, nos tornaremos participantes dessa restauração.
“E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus.” Apocalipse 21:1-3
Participar dessa Nova Aliança é, portanto, voltar-se para Deus, arrependido dos seus pecados e erros, buscando ter a Lei de Deus escrita em seu coração, santificando-se para Ele, e tornando-se testemunha do seu Reino e de sua Justiça.
É necessário entender também que a Nova Aliança promete a restauração e redenção de Israel. Israel apesar de ter falhado em seu propósito para com Deus é o povo de Deus. Jesus mesmo disse “a SALVAÇÃO vem dos judeus” João 4:22b. Nosso Messias que inaugurou a Nova Aliança é judeu, da tribo de Judá. Ele veio pelo povo de Israel, e voltará para o povo de Israel.
Por isso, se desejamos adentrar na Nova Aliança, devemos deixar de lado todo o antissemitismo, reconhecendo as Alianças e as Promessas que Deus outorgou a Israel, e como Rute nós devemos declarar:

“...o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus;” Rute 1:16b

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