Em Gênesis
capítulo três nós temos o relato da queda do homem, quando Adão decide se
rebelar contra Deus, buscando por sua própria experiência ter o conhecimento do
bem e do mal.
No capítulo
quatro temos o registro do primeiro homicídio. Caim, cheio de inveja contra seu
irmão Abel, arma uma cilada, e o mata no campo.
Alguns pontos
nós podemos destacar destes dois relatos.
No caso do
pecado de Adão, a tentação estava em um fator externo e não interno. Deus criara
Adão como um ser perfeito, bom, sem pecados nem inclinação para o mal.
O pecado de
Adão estava em desejar algo que estava fora de sua natureza, que não fazia
parte dos atributos dados a ele na criação, e que estava ao alcance dele
através do fruto do conhecimento do bem e do mal.
Quando Adão
come do fruto trás para dentro de si algo que não estava nele, e então o pecado
contamina-o.
No caso de
Caim, a tentação não foi por um fator externo, mas sim por um fator interno. A
inveja de Caim contaminou sua consciência, e o levou ao homicídio. O pecado já
estava dentro dele, contaminando seus desejos, e o levando à loucura.
Reconstruindo
os passos de Caim vamos perceber que:
1 - ele não
ofereceu seu sacrifício com inteireza de coração, como Abel fez.
O relato da
oferta de Caim é bem sucinto, enquanto que o relato da oferta de Abel expressa
a preocupação em escolher o melhor que tinha para ofertar a Deus.
2 - por consequência
de sua falta de reverência sua oferta foi recusada, enquanto a de Abel foi
aceita.
Deus não
aceita de nossa parte manifestações religiosas desconectadas do íntimo de nossos
corações.
3 - a
rejeição lhe fez descair o seu semblante.
O
distanciamento de Deus nos leva ao sentimentos de vazio, tristeza, amargura. A
Vida está em Deus, e quanto mais distante de Deus, mais vazio o homem é.
Ao invés de
reconhecer o seu erro e submeter- se à Deus em amor, Caim deu vazão ao
sentimento de mágoa.
Neste ponto,
Deus visita a Caim e diz:
"Se bem fizeres,
não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e
sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar." Gênesis 4:7
Essas
palavras de Deus a Caim é extremamente atual e aplicável a nós.
O problema de
Caim era a rejeição, fruto do pecado que já estava seduzindo o seu coração, e o
levara a dar uma oferta sem que seu coração estivesse nela.
Deus diz:
"se fizeres bem não serás aceito"?
O problema
começa quando o coração do homem se afasta de Deus.
Deus
continua: "se não fizerdes o bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o
teu desejo, mas cabe a ti dominá-lo".
O pecado já
estava contaminando Caim, e os seus desejos estavam sendo postos contra ele.
No original
este termo "jaz à porta" é semelhante ao animal selvagem que anda a
espreita, armando o bote para atacar sua vítima.
"Sede sóbrios,
vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, e
procurando a quem possa tragar;" 1 Pedro 5:8
O pecado, que
até então estava contaminando o seu íntimo, desejava dominar a consciência de
Caim, mas cabia a Caim dominá-lo.
Sabemos que
Caim não dominou seus desejos, e entregou-se ao pecado, matando seu irmão, se
tornando escravo de seu próprio erro, sendo forasteiro na terra.
Mas o que
podemos aprender desse episódio?
Da mesma
forma como Caim, nós também lutamos contra um inimigo interno. O pecado está em
nossa natureza, contaminando nosso coração, nossos desejos e sentimentos.
Como Caim, as
vezes nosso coração se afasta de Deus. Caímos no comodismo da religiosidade,
priorizamos o secular, deixamos de nos entregar a Deus de todo o nosso coração.
E quando as
coisas começam a dar errado, fruto do nosso afastamento de Deus, normalmente
nós nos rebelamos contra nossos lideres, contra os irmãos em Cristo, e até
contra a Santa Palavra. Muitos se desviam do Caminho Eterno, outros extravassam
em pecados e escândalos.
Quando viemos
a Cristo, viemos escravos de nossos pecados, de nossos prazeres carnais, de
nossos medos e incertezas. Redemos-nos a Cristo e recebemos por sua Graça o
perdão.
Mas o pecado
ainda está em nossa natureza carnal, e ainda trabalha, minando nosso coração,
procurando nos escravizar novamente.
A grande
pergunta é: Como exercer o domínio sobre nossos desejos? Como dominar o pecado?
O que Deus
disse era que cabia a Caim dominar seus desejos. Mas como o homem pode dominar
seus desejos?
Cristo nos
liberta de nossos pecados para que possamos exercer o arbítrio de rejeitar o
pecado e render-se à Deus.
Mas o único
meio eficaz de dominar o pecado não está no homem, mas fora do homem.
"Digo, porém:
Andai pelo Espírito, e não haveis de cumprir a cobiça da carne. Mas o fruto do
Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a
fidelidade, a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há
lei." Gálatas 5:16;22- 23
Apenas
através da ação do Espírito Santificador o homem pode manter-se livre do
domínio do pecado.
E como isso
acontece?
"Pelo que eu vos
digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; pois
todo o que pede, recebe; e quem busca acha; e ao que bate, abrir-se-lhe-á. Se
vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais
dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?" Lucas
11:9;10-13
Portanto é
através da busca, da dedicação, da devoção, da piedade que é possível ao homem
ter o domínio sobre o pecado.
Se Caim
tivesse se sujeitado a Deus, se tivesse buscado a face de Deus, com certeza sua
história seria outra.
E se você
hoje, se arrepender de seus pecados, buscar a Deus de todo o coração,
sujeitando-se a Ele, buscando o Espírito do Senhor, Ele irá te capacitar a
resistir o pecado, gerando cada vez mais em você o domínio próprio.
Comentários
Postar um comentário