"Mas, se é
pelo Espírito de Deus que eu expulso os demônios, logo é chegado a vós o reino
de Deus... Portanto vos digo: Todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens;
mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém disser alguma
palavra contra o Filho do homem, isso lhe será perdoado; mas se alguém falar
contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no
vindouro." Mateus 12:28;31-32
Este texto de
Mateus 12 é preocupante para qualquer um que teme a Deus. Talvez essas sejam as
palavras mais duras de Jesus, pois fala sobre um tipo de pecado que nunca será
perdoado "nem neste mundo, nem no vindouro".
Normalmente
se diz no meio cristão que não há “pecadinho” nem “pecadão”; bom, não nego que
todo o tipo de pecado é um problema, mas esse texto nos mostra sim que há
pecados mais graves que outros, e este em especial é gravíssimo.
Muitas
teorias têm sido levantadas sobre o que é a blasfêmia contra o Espírito, mas
apesar de todas as “explicações” o contexto é muito claro, e está diretamente
ligado ao que Jesus estava fazendo, e ao que os fariseus estavam falando.
Jesus veio
para desfazer as obras de Satanás, trazendo cura e libertação, trazendo o
conhecimento da Lei e manifestando a Graça de Deus em nosso meio, sendo ungido
pelo Espírito de Adonai.
Ele mesmo
afirma que expulsava demônios pelo Espírito de Deus, e todo o povo se
maravilhava e adorava à Deus por isso.
Mas aqueles
fariseus, movidos por inveja, ao verem o povo maravilhado pela obra de Jesus,
tentaram desqualificar a obra de Jesus, atribuindo aquela obra a demônios.
Quão grave
pecado!
Ao rejeitar
os sinais e a maravilhosa ação do Espírito Santo, operado por intermédio de
Jesus, atribuindo essas mesmas obras ao inimigo, aqueles fariseus rejeitaram o
Messias, o Pai e a oportunidade de arrependimento.
O que vamos
ver é que a blasfêmia contra o Espírito consiste em denegrir a ação de Deus em
nossas vidas, rejeitando a sua Obra em nosso favor. Mas por que alguém cairia
em tão perverso pecado?
O que vemos
neste relato é que a blasfêmia daqueles fariseus contra o Espírito de Deus foi
o último estágio de uma série de pecados.
Antes de
cometerem essa blasfêmia, aqueles fariseus haviam colocado os preceitos
religiosos acima da misericórdia de Deus. Agiram com legalismo Demonstraram
que, para eles, a Lei não tinha o viés de instruir e apresentar a Deus, mas sim
de julgar e condenar os atos alheios.
"Naquele
tempo passou Jesus pelas searas num dia de sábado; e os seus discípulos,
sentindo fome, começaram a colher espigas, e a comer. Os fariseus, vendo isso,
disseram-lhe: Eis que os teus discípulos estão fazendo o que não é lícito fazer
no sábado." Mateus 12:1-2
A
religiosidade é mestra em deturpar o ensino, substituindo-o por dogmas. Aqueles
fariseus demonstraram sua religiosidade ao colocar o dogma acima do principal
da Lei, o AMOR! Jesus combateu o ensino deles dizendo:
"Mas, se vós
soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios, não
condenaríeis os inocentes." Mateus 12:7
Mesmo sendo
alertados, rejeitaram a verdade e usaram de sagacidade para tentar
desqualificar o ensino de Jesus.
"E eis que
estava ali um homem que tinha uma das mãos atrofiadas; e eles, para poderem
acusar a Jesus, o interrogaram, dizendo: É lícito curar nos sábados?"
Mateus 12:10
Em nenhum
momento a Lei de Deus proibia curar no dia de sábado, quem afirmava isso eram
os líderes religiosos, que por não entenderem o sábado, criaram dogmas pesados,
que transformavam o dia de descanso e deleite em um peso.
Jesus
novamente os faz lembrar do principal da Lei, e diz:
"E ele lhes
disse: Qual dentre vós será o homem que, tendo uma só ovelha, se num sábado ela
cair numa cova, não há de lançar mão dela, e tirá-la? Ora, quanto mais vale um
homem do que uma ovelha! Portanto, é lícito fazer bem nos sábados." Mateus
12:11-12
Ainda
motivados pela resistência em reconhecer seus erros, entregaram seus corações
ao ódio e desejaram matar o Messias.
"Os fariseus,
porém, saindo dali, tomaram conselho contra ele, para o matarem." Mateus
12:14
Saindo Jesus
do meio deles, operou ainda muitos sinais e maravilhas, cumprindo as profecias
e mostrando ser Ele o Messias:
"Jesus,
percebendo isso, retirou-se dali. Acompanharam-no muitos; e ele curou a todos,
e advertiu-lhes que não o dessem a conhecer; para que se cumprisse o que foi
dito pelo profeta Isaías: Eis aqui o meu servo que escolhi, o meu amado em quem
a minha alma se compraz; porei sobre ele o meu espírito, e ele anunciará aos
gentios o juízo. Não contenderá, nem clamará, nem se ouvirá pelas ruas a sua
voz. Não esmagará a cana quebrada, e não apagará o morrão que fumega, até que
faça triunfar o juízo; e no seu nome os gentios esperarão." Mateus
12:15-21
Mesmo diante
de grandes evidências de que estavam errados e de que Jesus é o Messias,
aqueles homens mantiveram seus corações endurecidos, e então blasfemaram contra
o Espírito, pecando gravemente.
“Mas os fariseus,
ouvindo isto, diziam: Este não expulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe
dos demônios.” Mateus 12:24
Tiago nos
ensina que de Deus vem todo o dom perfeito, tudo o que é bom, todos os
sentimentos corretos e íntegros, pois Ele é o Pai das luzes:
“Toda a boa dádiva
e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há
mudança nem sombra de variação.” Tiago 1:17
Paulo
corrobora com este ensino, mostrando que todos os “frutos do Espírito” são
perfeitos, e concernentes com a Lei de Deus:
“Mas o fruto do
Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão,
temperança. Contra estas coisas não há lei.” Gálatas 5:22,23
Ao nos criar,
Adonai “soprou” sobre nós seu Espírito, nos fazendo conforme sua Imagem e
Semelhança:
“E criou Deus o
homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” ... “E
formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego
da vida; e o homem foi feito alma vivente.” Gênesis 1:27; 2:7
No hebraico a
palavra “Ruach” que é traduzido por Espírito significa “sopro”, neste texto
então, o que a Torá está nos ensinando é que Adonai deu-nos do seu Espírito
(Ruach) dando-nos do “fôlego da vida”, nos fazendo “alma vivente”. Portanto
todos os homens possuem uma flâmula de Deus, que dentro de nós clama por
Adonai. Esta mesma flâmula nos leva a reconhecer e distinguir os caminhos bons
e maus, e desejar as coisas excelentes.
Paulo nos faz
recordar disso ao ensinar que:
“Porque somos
feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou
para que andássemos nelas.” Efésios 2:10
Adonai nos
criou de maneira peculiar, colocando em nós seu Espírito, para que vivêssemos
em boas obras, andando corretamente, conforme o ensino correto da Lei,
manifestando os frutos do Espírito de Adonai.
Blasfemar
contra o Espírito, denegrindo aquilo de mais legitimo temos de Adonai, que
segundo as palavras do Messias é quem nos conduz em “toda a Verdade”, é o ato
mais vil de um coração que caminha para a destruição.
Devemos estar
atentos para com aquilo que há em nosso coração!
Deus age de
várias maneiras, de várias formas, chamando o homem ao arrependimento,
oferecendo seu perdão. Mas se o homem rejeita ao ponto de blasfemar contra o
Espírito, já não lhe resta esperança.
Mas este
pecado também pode ser cometido por aqueles que um dia se arrependeram de seus
pecados. Caso aquele que tenha experimentado das benesses do Espírito de Deus,
tenha conhecido e vivenciado o poder restaurador de Adonai, e depois tenha
rejeitado a Deus, a Salvação conquistada por Jesus na cruz, não há como ser
restaurado, pois isso também é uma blasfêmia contra o Espírito.
"Porque é
impossível que os que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e
se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus, e
os poderes do mundo vindouro, e depois caíram, sejam outra vez renovados para
arrependimento; visto que, quanto a eles, estão crucificando de novo o Filho de
Deus, e o expondo ao vitupério." Hebreus 6:4-6
Por isso,
todos nós devemos fugir da religiosidade que nos cega, devemos estar atentos à
exortação de Deus, mantendo o coração sempre arrependido e disposto à
obediência. Devemos manter a humildade e a misericórdia em nossos corações e
ter o temor de Deus, glorificando-O por todas as suas excelentes Obras.
Que Deus nos
abençoe!
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