Quem nunca
ouviu essa pergunta? Ou até mesmo já não a fez?
Afinal, por
que Deus condenaria ao inferno eterno pessoas que cometeram pecados dentro de
uma esfera de tempo? Não parece muito injusto essa condenação
"eterna"?
A bíblia nos
informa que a Torá (os primeiros cinco livros escritos por Moisés) é quem
define o que é pecado, sendo a Lei de Deus para o homem.
No entanto
isso não tem sido bem compreendido pela maioria de nós, pois a palavra Torá não
significa Lei, mas sim “instrução”.
Ou seja, a
Torá não deve ser vista como um conjunto de regras impostas por Deus a nós. Mas
deve ser entendida como "instrução" de Deus para vivermos bem, para
termos sabedoria, e termos melhor qualidade de vida.
“Vedes aqui vos
tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o Senhor meu Deus; para que
assim façais no meio da terra a qual ides a herdar. Guardai-os pois, e
cumpri-os, porque isso será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os
olhos dos povos, que ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo é
nação sábia e entendida.” Deuteronômio 4:5,6
Quando
obedecemos à instrução de Deus revelada a nós através da Torá, estamos
assumindo um comportamento que irremediavelmente nos conduzirá a uma melhor
qualidade de vida. Por exemplo: se alguém honra seu pai e sua mãe, tal
desfrutará de um melhor relacionamento familiar; quem não profere falso
testemunho, gozará de reputação e confiança perante outros; quem evita a cobiça
vive melhor e mais satisfeito com o que tem, e etc.
Em contrapartida
quem descumpre os preceitos da Torá tem como consequência uma pior qualidade de
vida, pois, quem não honra seu pai e sua mãe não desfrutará de um saudável
relacionamento familiar; e quem profere falso testemunho perde sua
credibilidade diante da sociedade; quem vive em cobiças nunca terá satisfação
com o resultado de seu trabalho; e etc.
Por isso
mesmo Salomão chega a chamar a Torá de Árvore da Vida: “É árvore de vida
para os que dela tomam, e são bem-aventurados todos os que a retêm.” Provérbios
3:18.
Mas essa
perspectiva faz com que a pergunta inicial ganhe ainda maior relevância,
afinal, por que uma condenação eterna por pecados que promovem consequências
imediatas já em vida?
A resposta
para essa pergunta está nas palavras de Jesus Cristo.
Quando
questionado sobre qual o maior dos mandamentos Jesus foi enfático e direto: “Ouve,
Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus
de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças.” Deuteronômio
6:4,5 || Marcos 12:29,30.
Jesus ainda
complementa: “Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” Mateus
22:40.
Ou seja,
segundo a perspectiva do Filho de Deus, da observância destes dois mandamentos (amar
a Deus e ao próximo) DEPENDE a obediência a todos os demais mandamentos.
Isso nos
remete que a Torá não foi dada apenas para que tivéssemos melhor qualidade de
vida, mas que por meio dela, podemos conhecer melhor a Deus, seu Reino e sua
Justiça. Portanto, ninguém é capaz de cumprir qualquer um dos mandamentos da
Torá com justiça se a motivação desta observância não vier do amor genuíno por
Deus.
Aqui então
podemos começar a entender o porquê de uma condenação eterna para pecados
transitórios. Porque a motivação da maioria dos pecados que cometemos está
justamente no desprezo a Deus.
A Torá também
anuncia sobre o amor de Deus, pois é Ele quem nos escolheu, e foi Ele quem se
propôs a revelar sua Torá, e por meio dEle também viria a redenção de nossos
pecados. Desde os primeiros capítulos de Genesis já estava anunciada a vinda do
Filho de Deus que receberia em sua carne a condenação dos nossos pecados, para
nos reconciliar com Deus.
Assim, ao
passo em que o homem se recusa a “ouvir” ao único e verdadeiro Deus e Pai, desobedecendo
aos seus mandamentos e rejeitando à redenção propiciada através do Filho de
Deus, tal homem passa a ser passível de uma condenação eterna, pois não está
cometendo um pecado transitório ou temporal, mas rejeitando ao Eterno Deus.
O mais
perturbador é que todos nós um dia já rejeitamos ao Deus eterno, descumprindo
muitos de seus mandamentos apenas por amar mais as nossas próprias vontades do
que a Vontade de Deus.
Por isso
mesmo, apenas a redenção proporcionada pelo Filho de Deus é capaz de nos livrar
dessa condenação eterna, pois Ele também, assim como o Pai, é Eterno, como diz
o profeta: “E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá,
de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos
antigos, desde os dias da eternidade.” Miquéias 5:2.
Este que é
Eterno se fez carne, assumiu nosso lugar, e mesmo tendo cumprido todos os
preceitos da Torá, recebeu em sua carne a condenação de nossos pecados. Passados
três dias ressuscitou dentre os mortos, e hoje vive.
Por isso
mesmo Ele é o único que tem poder e autoridade para conceder livremente a vida
a todos aqueles que o amam, e confessam seu Nome. “Portanto, qualquer que me
confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos
céus.” Mateus 10:32.
Da mesma
forma como Deus não impôs sua Torá ao homem, a salvação proporcionada por Jesus
não é imposta a nós, mas cabe a nós o arrepender-se de nossos pecados e decidir
amá-lo, confessando o Nome de seu Filho.
“Assim como o Pai,
que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também
viverá por mim.” João 6:57
Que Adonai
nos abençoe, e nos conduza no conhecimento de seu amor, escrevendo em nossos
corações a sua Torá, por meio da Nova Aliança inaugurada com o sangue de Jesus
Cristo. (Jeremias 31:33)
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