Uma visão profética.

No capítulo 2 de Daniel encontramos um relato curioso.

Adonai concede um sonho ao rei da Babilônia Nabucodonozor. Um sonho a respeito dos últimos dias. O rei não compreende o sonho, e fica muito perturbado.

O rei ameaça de morte todos os magos e adivinhos da Babilônia, que não conseguiam desvendar o mistério deste sonho, mas o jovem hebreu Daniel, que estava cativo na Babilônia, recebe de Adonai a revelação de seu significado.

No sonho, Nabucodonozor vê uma imensa estátua com a cabeça de ouro, os peitos e braços de prata, o ventre e as coxas de bronze, as pernas de ferro e os pés de barro e ferro. Então o sonho muda, e uma grande pedra é cortada, mas não por mãos humanas, e é atirada contra os pés da estátua. Essa pedra esmiúça toda a estátua até que ela se torne pó, que é levado pelo vento. A pedra então cresce e se torna um grande monte que enche toda a terra.

Segundo a interpretação dada por Daniel, a estátua representa todos os reinos e impérios, desde o império babilônico, até o dia em que a "pedra cortada não por mãos humanas" destruiria todos os reinos humanos, estabelecendo um reino eterno.

O sonho representa o fim do governo humano sobre a terra. Todos os reinos e impérios serão destituídos e apenas o Messias reinará sobre toda a terra. O reino do Messias não terá fim, será um reino para toda a eternidade.

Mas gostaria de atentar para um detalhe desta narrativa.

No sonho dado por Adonai a cabeça desta estátua era o império babilônico. Segundo a história nos reporta, outros impérios grandes e poderosos existiram antes da Babilônia, mas por que neste sonho Adonai revela a Babilônia como a "cabeça" dos reinos humanos?

Se voltarmos um pouco mais na história, no evento da torre de Babel, teremos a resposta.

Até Gênesis capítulo 11, não encontramos o conceito de nações. Encontramos a humanidade vivendo em uma grande unidade. O relato diz:

"E o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer." Gênesis 11:6

Quando os seres humanos se reúnem como um único povo, e intentam construir uma cidade e uma grande torre para não serem espalhados por toda a terra, Adonai visita-os e lhes confunde a língua. A partir de então surgem as nações.

Portanto todas as nações e reinos têm como "cabeça" o evento de Babel, que é a mesma localidade de Babilônia, e tem o mesmo princípio.

A principal marca de Babilônia é a rebeldia contra Adonai, e o intento de um reino que abrangesse todos os homens, mas em afronta aos mandamentos do Altíssimo.

Logo após o evento em que Adonai divide a humanidade em nações, separando-os em línguas diferentes, no capítulo 12 Adonai chama a Abraão, para fazer dele uma nação especial, diferente das demais, uma nação pelo qual o Nome de Adonai seria conhecido em todas as demais nações.

O propósito de Israel é as nações!

Em conseqüência da rebelião de Babel, Adonai separa a humanidade em nações, e em seguida, prepara o remédio para unir novamente os povos através de uma nação.

Através de Israel Adonai revelou as Leis de seu Reino, e providenciou o Messias que estabelecerá este Reino sobre toda a terra, congregando novamente os povos, não mais em rebeldia, mas em sujeição a Deus.

"Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; e clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro." Apocalipse 7:9,10

Podemos concluir então que há dois reinos em questão, o reino de Babilônia, cabeça de todos os reinos humanos, fundada sobre o principio da rebeldia contra Adonai e seus mandamentos. E o Reino do Messias, que através de seu sangue reconcilia o homem com o Pai, escrevendo a Torá no coração de seu povo, conduzindo-os à obediência.

Um reino parece ser imponente, grandioso, rico, encanta as multidões por sua aparência, por sua exuberância, pela tecnologia e avanços científicos, pelo poder bélico e ideológico, mas seu fim está próximo.

Outro Reino se parece com uma pedra cortada, não tendo aparência, nem exuberância, mas é forte como a Rocha, e tem origem naquele que vem de Deus. Este Reino destituirá todos os seus inimigos, sendo um reino para toda a eternidade.

Cabe a você escolher a qual reino pertencerá!

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