Fé e experiência!



Conheço muitas pessoas que decidiram por servir a Yeshua, frequentam uma igreja, oram e jejuam, mas sentem uma certa frustração em sua caminhada por não conseguir alinhar a vida secular com as expectativas da vida religiosa.

Muitos crentes participam de cultos abençoados, onde sentem a presença do Eterno, são tocados pela Palavra ministrada, e pelos louvores, mas no dia seguinte, quando se defrontam com a rotina do dia a dia, parece que toda aquela experiência renovadora fica no passado.

Essa constante decepção leva a uma sensação de que a vida religiosa é um aparte na vida do discípulo de Yeshua, e que a santidade e a consagração são apenas para líderes eclesiásticos.

A principal razão para este efeito na vida de muitos cristãos é que a Bíblia não é estudada como deveria. Não é evidenciado os aspectos práticos e literais das Escrituras.

Quando observamos as ministrações nos cultos, em quase sua totalidade, os textos bíblicos são “espiritualizados” e descontextualizados, e, em nome da interpretação alegórica das Escrituras, os pregadores criam uma sensação de relativização das Escrituras, que impedem os cristãos de enxergarem no texto bíblico instruções claras e necessárias para o dia a dia.

E isso tem impacto direto em nossa Fé, pois a Fé é fruto da Experiência.

A definição correta de Fé é: Firme convicção da Verdade. Confiança na realidade. Expressão da veracidade do que se afirma.

Aos Hebreus o escritor afirmou:

“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem”. Hebreus 11:1.

Segundo o escritor da carta aos Hebreus, a Fé é a convicção, a certeza de coisas que se esperam, e a prova cabal e conclusiva daquilo que não se vê.

Não há como ter essa firme convicção e confiança se houver dúvidas de que “o que se espera” e “o que não se vê” seja verdadeiro. E é a experiência com a Verdade que nutri em nós a Fé. Por isso Paulo escreveu:

“E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”. Romanos 5:3-5.

Ao experimentar a Verdade das Escrituras em nossas vidas somos fortalecidos em nossa fé. Entramos em um ciclo virtuoso, onde saímos cada vez mais fortalecidos e convictos da Verdade.

Mas como ter essa experiência com a Verdade se não somos encorajados a obedecer às Escrituras?

Paulo advertiu dizendo:

“De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus”. Romanos 10:17.

O que era a Palavra de Deus para Paulo? No tempo de Paulo a Palavra do Eterno era o que hoje é conhecido por TANACH, ou seja: Torá, Neviim e Ketuvim. O que chamamos de Antigo Testamento é exatamente o que Paulo chama de Palavra de Deus. E é por meio do ouvir esta Palavra que a Fé é gerada.

Mas tem um outro detalhe que para nós passa desapercebido nas palavras de Paulo. A palavra SHEMÁ (ouvir) que Paulo se refere não compreende apenas escutar, mas ouvir com a atenção necessária a fim de aprender.

O maior mandamento da Torá, segundo Yeshua em Marcos 12:29 começa justamente com essa palavra: SHEMA ISRAEL! Ouve Israel, o Eterno nosso Deus, o Eterno é um.

Não se trata apenas de ouvir, mas de internalizar essas palavras de forma a produzir em nós experiência. Ou seja, é necessário ouvir a Palavra do Eterno, assimilar seus aspectos práticos, e viver segundo a verdade aprendida.

Quando o povo de Israel foi liberto do Egito, encontraram com o Eterno no monte Sinai, onde foi estabelecida uma aliança. Essa aliança tinha por objetivo fazer de Israel uma nação santa, um sacerdócio para todas as nações da terra. Para tanto, para que Israel se distinguisse das demais nações, e cumprisse o seu propósito, o Eterno lhes concedeu a sua Torá.

A Torá traz aspectos práticos da vida do servo do Eterno. Ela ensina o servo de Deus a andar e viver em justiça, fazendo daquele que a pratica um representante do Reino de Deus.

Sabemos que Israel falhou em muitos pontos do propósito inicial que o Eterno havia estabelecido em Êxodo 19, e justamente por causa destas falhas que o Eterno prometeu uma Nova Aliança a ser estabelecida com seu povo (Jeremias 31:31-34).

Nesta Nova Aliança a Torá não mais seria escrita em pedras, externa ao judeu, mas seria escrita em seus corações e mentes. A mesma Torá que fora dada por intermédio de Moisés, e que segundo Paulo, ao ouvir e obedecer, teríamos produzido em nós a Fé.

Portanto é o ouvir e praticar os princípios da Torá que produz em nós a fé que necessitamos para vencer na vida como servos do Eterno.

Yeshua mesmo disse:

“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus”. Mateus 5:17-19

Precisamos resgatar o ensino e a prática da Torá em nossas vidas, para que possamos crescer em Graça e Conhecimento do Eterno. Sendo assim vitoriosos em nossa caminhada como discípulos de Yeshua.


Que o Eterno nos abençoe e nos conduza durante nossa caminhada.

Comentários

  1. Namorados que moraram juntos por quase um ano( ambos sairam da casa de seus pais, sendo o rapaz por causa de trabalho e a moça para acompanha-lo), depois de rompido, casaram-se com outras pessoas, cometeram adulterio?

    Qual uniao é a verdadeira para o Criador?

    E quanto aos conjuges dos ex-namorados, se houver divorcio, como estão diante Dele? Se casarem com pessoas solteiras estão em pecado?

    Agradecida.
    Tereza

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    1. Segue um estudo sobre o tema.
      https://fesalvacaoeobras.blogspot.com/2014/10/divorcio-e-segundo-casamento.html

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