Motivados e perseverantes.


Números capítulo 32 relata um momento crítico da posse da terra de Canaã pelos israelitas.

As tribos de Rúbens, Gade, e meia tribo de Manassés pedem a posse de suas terras do lado oriental ao rio Jordão, antes que as demais tribos tomassem posse do restante das terras a ocidente do Jordão.

O lado ocidental era, sem dúvidas, o lado onde Israel teria que enfrentar as mais duras batalhas. Ali ficavam Jericó, Hebrom, Láquis, Eglom. 

A tensão gerada pelo pedido das duas tribos e meia podem ser traduzidas nas palavras de Moisés:

"Porém Moisés disse aos filhos de Gade e aos filhos de Rúben: Irão vossos irmãos à peleja, e ficareis vós aqui? Por que, pois, desencorajais o coração dos filhos de Israel, para que não passem à terra que o Senhor lhes tem dado? Assim fizeram vossos pais, quando os mandei de Cades-Barnéia, a ver esta terra." Números 32:6-8

Os eventos de Cades-Barnéia vieram à mente de Moisés naquele instante, quando os espias retornaram e começaram a espalhar o medo no acampamento israelita.

Foi esse desânimo que levaram os israelitas a desanimar e duvidar de que o Eterno daria a eles a posse da terra prometida.

Por dessa rebeldia contra o Eterno em Cades-Barnéia, Israel peregrinou por quarenta anos no deserto.

E agora, depois de quarenta anos, as duas tribos e meia estavam gerando o mesmo desanimo no coração dos israelitas.

Há um ponto muito importante aqui.

Não podemos deixar-nos abater pelas dificuldades frente à promessa de Deus. 

Em Yeshua temos promessas de redenção, de restauração, e de santificação. Mas junto à essas promessas temos a responsabilidade de confessar seu Nome, resistir ao inimigo, e às inclinações de nossa carne, perseverando na fé até o fim.

Yeshua disse que não seria fácil, mas que poderíamos confiar, pois Ele venceu o mundo:

"Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo." João 16:33.

Somos tentados, o tempo todo, a acomodação, a manter-nos em uma zona de conforto, muitas vezes nos conformando com nossas inclinações carnais, e pecados. 

Essa tentação deve ser vencida todos os dias. Precisamos ter em mente nosso alvo, como apóstolo Paulo também nos orientou:

"Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus." Filipenses 3:13,14

Além disso, aqueles que já têm um tempo maior de caminhada, e que por vezes são tidos como referência para outros discípulos, precisam estar atentos para não propagar desânimo naqueles neófitos na fé.

Obreiros, discipuladores, pastores, todos os que ocupam um papel de referência, têm de ter bem firme em suas mentes que suas ações podem desencadear sentimentos diversos naqueles que os observam. 

O pecado dos espias, e que os líderes das duas tribos e meia estavam prestes a cometer, era justamente produzir desânimo em outros na luta pela promessa que o Eterno os deu.

Moisés apenas concordou em dar-lhes a herança pedida sob o compromisso de passarem à frente de todo o Israel, e ajudá-los até que todas as tribos tivessem posse de sua herança.

"Então chegaram-se a ele, e disseram: Edificaremos currais aqui para o nosso gado, e cidades para as nossas crianças; porém nós nos armaremos, apressando-nos adiante dos de Israel, até que os levemos ao seu lugar; e ficarão as nossas crianças nas cidades fortes por causa dos moradores da terra. Não voltaremos para nossas casas, até que os filhos de Israel estejam de posse, cada um, da sua herança." Números 32:16-18.

Essa é a postura que o Eterno espera de nós como seus servos.

Os verdadeiros discípulos devem estar sempre motivados, e motivando outros à perseverança na fé, na prática da Palavra de Deus, e na luta que nos está proposta.

Só assim, como um corpo, unidos e motivados, poderemos experimentar mais e mais daquilo que o Eterno deseja nos dar.

Que o Eterno nos abençoe!



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