Escolha entre a bênção e a maldição.

"Eis que hoje eu ponho diante de vós a bênção e a maldição; a bênção, quando cumprirdes os mandamentos do Senhor vosso Deus, que hoje vos mando; porém a maldição, se não cumprirdes os mandamentos do Senhor vosso Deus, e vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes." Deuteronômio 11:26-28.

Esta porção da Torá começa com uma severa advertência. Advertência essa que vai ser repetida várias vezes até o final da leitura do livro de Deuteronômio.

O Eterno é claro em afirmar que tanto a bênção, como a maldição, está posta diante de nós. Ele é o Senhor da bênção, e também o Senhor da maldição. Tudo vem dele, mas a escolha de qual caminho seguir está diante de nós, é nossa escolha.

O caminho que definirá se perseguiremos a bênção ou a maldição é a sua Torá. Se cumprirmos os mandamentos do Senhor nosso Deus, perseguiremos um caminho de bênção. Se não cumprirmos os mandamentos do Senhor nosso Deus, perseguiremos um caminho de maldição.

Aqui cabe uma importante reflexão sobre Salvação e Santidade.

No hebraico, o termo "salvação" implica em uma situação de risco, ou perigo eminente, ou até mesmo uma situação de aprisionamento, do qual uma pessoa necessita ser salva. 

Já o termo "santo" significa "separado", algo que não é comum, o que é positivamente diferente dos demais.

A Torá afirma que, quem não obedece aos mandamentos do Eterno está debaixo de maldição, enquanto que quem obedece ao Eterno está debaixo de benção. 

Assim, podemos vislumbrar que, o nível de "bênção" que uma determinada pessoa se encontra pode ser medido somando-se as ações corretas, ações em concordância e obediência à Torá, subtraindo as ações incorretas, em desobediência à Torá.

Uma pessoa que esteja vivendo mais alinhada à Torá será mais abençoada do que alguém que está vivendo mais à revelia da Torá.

Por que isso acontece? 

Ao andarmos em conformidade com a Torá somos aproximados ao Eterno, sendo Ele o "Pai das Luzes" (Tiago 1:17). Quanto mais perto do Eterno, mais bênçãos nós teremos. Do mesmo modo, a desobediência à Torá é pecado, e o pecado nos afasta do Eterno, por conseqüência ficamos mais longe da Luz e do nosso abençoador.

Uma das funções da Torá é essa: garantir-nos uma vida tranqüila, sossegada e abençoada. Quanto mais obedecemos aos mandamentos da Torá, mais vida nós temos: 

"E dei-lhes os meus estatutos e lhes mostrei os meus juízos, os quais, cumprindo-os o homem, viverá por eles." Ezequiel 20:11 

Mas temos um problema aqui. 

Todos nós, em algum momento, desobedecemos algum mandamento da Torá, e por isso, mesmo que alguém consiga ter um saldo positivo, ao comparar suas ações de obediência com as ações de desobediência, por causa da desobediência todos nós estamos debaixo de certo nível de maldição.

Diante da justiça, um ato correto não apaga um ato falho. Assim, fazer coisas boas não extingue a culpa por coisas erradas que cometemos. Portanto, a Torá que nos foi dada para termos vida, é a mesma que nos acusa diante de Deus, e nos torna culpados.

Por estarmos debaixo de maldição, e correndo risco de sermos condenados por Deus por nossos pecados, todos nós necessitamos de Salvação.

Yeshua mesmo disse: "Porque o Filho do homem veio salvar o que se tinha perdido." Mateus 18:11.

E em outro lugar disse: "E Jesus, respondendo, disse-lhes: Não necessitam de médico os que estão sãos, mas, sim, os que estão enfermos; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento." Lucas 5:31,32.

Assim, a Salvação consiste na ação do Eterno de resgatar aqueles que, por causa da sua desobediência, estão debaixo de maldição. E isso não pode ser por mérito, mas unicamente por Graça.

O mérito é dar a alguém o que ela merece; benção a quem obedece, e maldição a quem desobedece. 

E por mais que alguém possa ser tremendamente abençoado nesta vida, por ter tido muitas ações em conformidade com os mandamentos da Torá, a maldição ainda persiste devido às ações de desobediência.

Assim, a Salvação que necessitamos é sermos livres das maldições, frutos de nossos pecados, para que sejamos aproximados do Eterno nosso Pai, e recebermos dele a Vida Eterna.

Como essa Salvação aconteceu?

Yeshua, sendo o Filho de Deus, veio a terra como homem, e como homem viveu em plena obediência ao Pai. Assim, por seu mérito, ele tinha total direito a todas as bênçãos contidas na Torá, inclusive a Vida Eterna. 

Mas tendo total direito de receber por seu mérito, ele se entregou à morte, para receber em seu corpo as conseqüências de nossos pecados. Ele recebeu em si a maldição que estava sobre nós.

Três dias depois o Pai o ressuscitou dentre os mortos, dando a ele não apenas a recompensa por sua obediência, mas também a autoridade de dar a Vida a quem cresse em seu Nome.

"E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos." Atos 4:12.

Assim, ao passo em que todos nós necessitamos de Salvação, por causa de nossos pecados, essa Salvação se manifestou a nós através do Justo Yeshua, o Homem perfeito que obteve o mérito por sua justiça, e nos concede seu mérito por Graça.

Por isso Paulo ensina que, quem está conectado ao Messias, não está debaixo da maldição da Torá, pois Ele se fez maldição em nosso lugar, e nos deu a sua Vida. (Gálatas 3:13)

Por meio da obra de Yeshua somos perdoados quando nos voltamos à Deus, arrependidos de nossos pecados. Ele é quem nos perdoa e quem nos livra da maldição advinda de nossos pecados.

No entanto, uma vez salvos, ou seja, livres da maldição de nossos pecados, devemos buscar viver de maneira coerente à essa nova condição. Ou seja, não é coerente alguém ser Salvo, e continuar vivendo em práticas pecaminosas que continuam a trazer maldição.

Não é que a salvação em Yeshua não seja eficiente, é que simplesmente estamos escolhendo voltar ao caminho de maldição do qual outrora fomos livres.

Mas como perseverar no caminho da Salvação, da obediência e da benção? 

Sabemos que somos falhos, e que por mais que tenhamos nos arrependido de vários pecados, e crido em Yeshua, ainda temos de lutar contra a velha natureza que insiste em viver em rebeldia ao Eterno e sua Torá.

Por isso necessitamos de Santificação!

A Santificação é o processo pelo qual a Torá é escrita em nosso coração e em nosso entendimento, levando-nos a viver cada dia mais em perseverança no caminho da bênção.

Em Jeremias 31:33, o Eterno anuncia a Nova Aliança, onde a Torá seria escrita no coração e na mente de cada servo do Eterno. Essa Aliança foi inaugurada com Yeshua na cruz, mas ela ainda não se tornou plena. 

Assim que Yeshua subiu aos céus, ele nos enviou o seu Espírito, que age em nós transformando-nos de dentro pra fora. Colocando a Torá do Eterno em nosso interior.

A Santificação se torna realidade em nossas vidas na medida em que buscamos, e desejamos viver em conformidade com a Vontade do Eterno, em obediência a seus mandamentos. Então, de forma sobrenatural, aquilo que nos parecia impossível, abandonar certas práticas, certos pecados, acontece de dentro para fora.

O que cabe a nós? 

O Eterno nos deu a sua Torá, que nos mostra o caminho da bênção; nos deu seu Filho, que nos proporcionou grande Salvação; nos deu seu Espírito, que nos santifica e nos transforma de dentro para fora.

Cabe a nós escolhermos, desejarmos, e perseverarmos na busca pelo conhecimento de sua Torá, pela experiência pessoal com Yeshua, e pela santificação através do enchimento do Espírito Santo.

"Hoje invoco os céus e a terra como testemunhas contra vocês, de que coloquei diante de vocês a vida e a morte, a bênção e a maldição. Agora escolham a vida, para que vocês e os seus filhos vivam, e para que vocês amem o Senhor, o seu Deus, ouçam a sua voz e se apeguem firmemente a ele. Pois o Senhor é a sua vida, e ele lhes dará muitos anos na terra que jurou dar aos seus antepassados, Abraão, Isaque e Jacó." Deuteronômio 30:19,20

Que o Eterno nos abençoe!

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