Justiça da Torá.

"Se um homem culpado de um crime que mereça a morte for morto e pendurado num madeiro, não deixem o corpo no madeiro durante a noite. Enterrem-no naquele mesmo dia, porque qualquer que for pendurado num madeiro está debaixo da maldição de Deus. Não contaminem a terra que o Senhor, o seu Deus, lhes dá por herança." Deuteronômio 21:22,23

A porção de leitura da Torá desta semana chama-se "Ki Tetse", ela vai de Deuteronômio 21:10 até 25:19. Esta porção é repleta de mandamentos que lidam com vários aspectos da vida social em Israel. 

E um detalhe interessante que vemos nesta porção é que, muitos destes mandamentos lidam com um cenário onde um princípio da Torá foi descumprido.

É o caso, por exemplo, do verso 15, que ordena ao israelita que viesse a se cassar com duas esposas, a tratar as duas de igual forma, inclusive, mantendo o direito da primogenitura, mesmo que o primogênito seja filho da esposa desprezada. 

Contrair um segundo casamento e, tratar com desprezo a esposa, são situações que contrariam os ensinos da Torá. Mas, mesmo assim, a Torá entra nestas situações, prevendo que seus princípios tenham sido descumpridos, para estabelecer justiça. 

"Justiça" é colocar as coisas no seu devido lugar. E como colocar algo de forma justa, depois que uma injustiça foi praticada?

Por isso que a Torá vem e estabelece meios para que, mesmo após uma injustiça praticada, haja condições de refrear as conseqüências da injustiça, e possa se restabelecer a justiça.

No entanto, algumas violações da Torá são tidas como injustiças graves. Essa porção trata de algumas. O filho contumaz, o adultério, a prostituição, o estupro, são alguns exemplos de transgressões que a Torá prevê que a pena seja a morte do transgressor.

O trecho da Torá que destacamos no início deste artigo fala justamente a respeito de alguém que foi executado por algum desses crimes.

Mas, lembremos que esta porção trata de "como restabelecer a justiça após uma injustiça praticada", e que as penas capitais aqui encontradas deveriam ser sempre executadas com o apedrejamento. Porque então a Torá fala a respeito de alguém que seria "pendurado no madeiro"?

Rabino Shaul faz uma conexão surpreendente, e escreve:

"Cristo nos redimiu da maldição da lei quando se tornou maldição em nosso lugar, pois está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado num madeiro". Gálatas 3:13

A Torá já estava anunciando sobre o meio pelo qual o Eterno estabeleceria a justiça, através do sacrifício de Yeshua.

Yeshua sendo justo, não tendo cometido nenhum pecado, tinha naturalmente o direito à vida. Mas, ao morrer pendurado num madeiro traz à máxima o tema central da porção da Torá onde encontramos sobre aquele "pendurado no madeiro": o restabelecimento da justiça. 

Ele morreu em nosso lugar, assumiu a culpa que era nossa, e recebeu em seu corpo a condenação pelos pecados de todos, fazendo a si mesmo maldito em nosso lugar. 

E depois de receber tal condenação em sua carne, ressuscitou dentre os mortos, para também poder dar a ressurreição a todos os que confiam em seu Nome.

Por ter-se feito maldito em nosso lugar, recebeu um Nome Bendito, Nome sobre todo o nome, ao qual se dobrará todo o joelho.

Portanto, "E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos." Atos 4:12.

Que possamos confiar, e descansar, nesta copiosa redenção anunciada na Torá, e executada por Yeshua.

O Eterno nos abençoe!

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