Transmitindo a Fé

"Disse-lhes: Aplicai o vosso coração a todas as palavras que hoje testifico entre vós, para que as recomendeis a vossos filhos, para que tenham cuidado de cumprir todas as palavras desta lei. Porque esta palavra não vos é vã, antes é a vossa vida; e por esta mesma palavra prolongareis os dias na terra a qual, passando o Jordão, ides a possuir." Deuteronômio 32:46,47

O capítulo 32 de Deuteronômio é uma canção dada ao Eterno para Moisés, onde o Eterno alerta Israel sobre as conseqüências de sua idolatria.

A canção diz que Israel iria engordar-se, e que nos dias de abundância iria esquecer-se de seu Deus, que os tinha resgatado do Egito, e serviria a outros deuses que não havia conhecido.

Além do alerta, que fala particularmente a nós, para não nos esquecermos do Eterno nosso Deus nos momentos de abundância e paz, o texto dá a dica para evitar que a idolatria entrasse em Israel nas gerações futuras.

Muitas vezes temos a dificuldade de transmitir a nossos filhos as experiências que nos levaram onde estamos. O mesmo aconteceu com Israel.

Aquela geração que havia saído do Egito quando ainda eram pequenos, e que viram os milagres do Eterno, tanto no Egito como no deserto, estes se mantiveram fieis a Deus durante todos os dias de Josué. 

Mas conforme essa geração foi passando, e sendo substituída por outra geração, que não tinha vivido aquelas mesmas experiências, a idolatria, bem como outros pecados, começaram a entrar em Israel e corromperam o povo de Deus.

A questão central levantada pelo canto de Moisés então é: como transmitir a experiência que temos com o Eterno, e que nos firma na fidelidade a Deus, aos nossos filhos?

Os rabinos afirmam, principalmente na festa de Pessach, que cada judeu deve celebrar essa festa como se ele próprio estivesse vivenciando o momento da partida do Egito.

Transmitir a Torá aos filhos, para os judeus, é levá-los a vivenciarem o que está escrito, como se eles mesmos estivessem naquela geração que ouviram as Leis de Deus sendo pronunciadas desde o monte Sinai.

As palavras da Torá não podem ser transmitidas como algo dado a um povo há mais de três mil anos atrás. As palavras de Yeshua, nos evangelhos, não podem ser transmitidas como algo dado a um povo há dois mil anos atrás.

As palavras das Escrituras não são palavras vãs, que envelhecem com o tempo, ou que podem sugerir opiniões diferentes ao longo dos anos. Não, as palavras das Escrituras é Vida do Eterno para nós. Não é por menos que Salomão a chama de Árvore da Vida:

"Os seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as suas veredas de paz. É árvore de vida para os que dela tomam, e são bem-aventurados todos os que a retêm." Provérbios 3:17,18

Devemos ter a Palavra do Eterno em nosso coração com apreço e com realidade. Precisamos tê-la como vívida, e transmiti-la a nossos filhos de forma que eles as entendam desta forma, e orar intensamente para que essas palavras sejam escritas em nosso coração e em nossa mente.

Somente assim poderemos manter a fidelidade ao Eterno, mesmo em dias de abundâncias. 

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