O que é Santidade?

O tema central da parashá desta semana (K'doshim - Lv 19:1-20:27) é a santidade. Nenhum livro das Escrituras fala tanto sobre santidade quanto Levítico. E esta parashá em especial centraliza todo o seu discurso na santidade.

O que vamos entender desta parashá é que a santidade envolve vários aspectos de nossa vida com o Eterno e com o próximo, e o meio pelo qual somos santificados é através dos mandamentos do Eterno.

Não por menos, as bênçãos proclamadas pelo povo de Israel normalmente dizem: "Bendito sejas tu, Eterno nosso Deus, Rei do universo, que nos santificastes pelos teus mandamentos".

De fato, é a obediência aos mandamentos do Eterno que nos santifica (separa, faz distinção) dos demais povos e costumes do mundo. Vamos, neste estudo, sintetizar os principais tópicos elencados nesta parashá como observâncias para sermos santos. 

O primeiro aspecto da santidade é apresentada no verso 3:

"Cada um temerá a sua mãe e a seu pai, e guardará os meus sábados. Eu sou o Senhor vosso Deus." Levítico 19:3.

Qual a relação entre "temer mãe e pai" e "guardar sábados" com a santidade?

Nossos pais são as primeiras autoridades sobre nossas vidas. São eles quem nos ensinam as primeiras coisas, os primeiros valores. Não por menos o Eterno associa-se à imagem de Pai. Se não temermos aos nossos pais terrenos, como temeremos ao Eterno?

Guardar os shabatot do Eterno, e aqui estão incluídas todas as festas da Torá, é o reflexo deste temor, pois, através dos que estas festas nos ensinam conhecemos mais ao Eterno como nosso Pai celestial, que cuida de nós, conhecemos suas promessas, e seus feitos do passado e do futuro. Acima de tudo, os shabatot apontam para Yeshua, nos apresentando sua obra. Por isso encontramos rabino Shaul falando sobre os shabatot:

"Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo." Colossenses 2:17.

Quando Shaul diz que os shabatot são sombras, ele não está desabonando as festas, mas alegando que elas são imagem, projeções da obra do Messias, afinal, toda a sombra tem um corpo, e o corpo das festas é Yeshua.

O princípio deste terceiro versículo de Levítico é o temor que devemos a Deus, por isso, o princípio da santidade é o temor ao Senhor. Sem temê-lo, não haverá em nós santidade.

Os dois versos seguintes vão falar um pouco mais sobre a santidade e nosso relacionamento com o Eterno:

"Não vos virareis para os ídolos nem vos fareis deuses de fundição. Eu sou o Senhor vosso Deus. E, quando oferecerdes sacrifício pacífico ao Senhor, da vossa própria vontade o oferecereis." Levítico 19:4,5.

Como resultado do temor ao Eterno, a santidade se reflete em não cair na idolatria. E mais, a adoração ao Senhor não será fruto de medo, mas sim do reconhecimento de quem é o Eterno. Por isso a santidade requer que as ofertas sejam feitas de forma voluntária.

Portanto, aquele que caminha em santidade demonstra seu temor ao Eterno honrando os pais, reconhecendo os shabatot, por conseqüência foge da idolatria, e tem um coração voluntário para com o Eterno.

O reflexo direto deste relacionamento santo para com o Eterno, será o relacionamento com o próximo, principalmente com o necessitado. Conforme encontramos nos versos seguintes:

"Quando também fizerdes a colheita da vossa terra, o canto do teu campo não segarás totalmente, nem as espigas caídas colherás da tua sega. Semelhantemente não rabiscarás a tua vinha, nem colherás os bagos caídos da tua vinha; deixá-los-ás ao pobre e ao estrangeiro. Eu sou o Senhor vosso Deus." Levítico 19:9,10.

Não é possível ter um coração voluntário para com o Eterno, e não olhar para o próximo com o mesmo coração. Por isso a santidade se reflete em um comportamento gracioso para com os mais necessitados.

Por isso apóstolo João vai escrever: 

"Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?" 1 João 4:20

Todos os versos seguintes tratarão deste aspecto muito relevante para a santidade. E é aqui que vamos encontrar o segundo maior mandamento da Torá:

"Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor." Levítico 19:18.

No capítulo 20, vamos encontrar outros dois aspectos muito relevantes para a santidade. Não oferecer os filhos a Moloque, e não praticar imoralidades sexuais.

Segundo o Eterno foram estes dois aspectos levaram os cananitas a serem expulsos da terra dada aos filhos de Israel. São aspectos que diante do Eterno consistem em abominação.

Moloque era uma divindade cananita que recebia sacrifícios de crianças. Como santos, devemos ter em alta conta a nossa descendência, que são os presentes do Eterno para nós. Não sacrificá-los à Moloque também fala da responsabilidade que temos de consagrá-los ao Eterno.

Devemos ter o cuidado de transmitir aos nossos filhos os princípios de santidade que recebemos do Eterno. Ensiná-los a viverem para o Eterno, e não os entregá-los aos cuidados deste mundo.

E por fim, fugir de toda a prática sexual imoral. A lista de imoralidades sexuais descritos em Levítico 20 é bem extensa. Como santos devemos guardar nosso corpo para o Eterno, e não deturpar aquilo que ele nos deu de mais sublime para ser realizado no matrimônio.

Não por menos o Eterno usa a figura da intimidade do homem e sua mulher para ensinar sobre o relacionamento de Yeshua com sua Igreja.

Vivemos dias em que a sexualidade tem sido deturpada, transformada em uma verdadeira confusão. Como santos devemos buscar manter nossas consciências puras da perversão sexual que nos é apresentada todos os dias em nossa geração.

Santidade é o tema mais importante da Torá, e o assunto ao qual devemos dar toda a importância e relevância. Pois como nos ensinou o escritor de Hebreus:

"Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;" Hebreus 12:14.

O Eterno nos abençoe!
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