Trazer à memória o que dá esperança.

A parashá desta semana, parashá Devarim, abre o último livro da Torá: Deuteronômio 1:1-3:22. Neste ano de 2019, a leitura desta parashá coincide com o Tisha B'Av, dia 9 do mês de Av.

Este dia é muito importante, é um dia de jejuns e lamentos, onde o povo judeu relembra terríveis catástrofes que aconteceram neste dia, inclusive as duas destruições do Templo.

Tanto a destruição ocorrida por Nabucodonosor, como a destruição ocorrida pelo imperador Tito, ambas aconteceram no dia 9 de Av.

Por isso, o dia 9 de Av é tido como um dia de introspecção e reflexão, com o objetivo de evitar os pecados que levaram a tais catástrofes, trazendo à memória o propósito final que o Eterno tem para Israel. E é exatamente isso que vemos na parashá desta semana.

Israel estava prestes a entrar na terra prometida, era um momento de profundas mudanças, e que exigiria de Israel fé para tomar posse da promessa do Eterno.

Moisés então chama o povo à relembrar os acontecimentos mais importantes da travessia, com o objetivo de despertar no povo as razões pelas quais estavam ali, e dar ânimo para que cumprissem a tarefa que estava proposta pelo Eterno.

Em seu discurso, Moisés elenca alguns pontos importante:

- O chamado a praticar a justiça (Dt 1:15-17).
- O pecado de Cades Barnéia (Dt 1:26-28).
- O cuidado de Deus em todo o tempo (Dt 1:31-33)

São três pontos importantes que nós também devemos ter sempre em mente. Devemos agir como disse o profeta Jeremias:

"Todavia, lembro-me também do que pode dar-me esperança" Lamentações 3:21.

Assim como Israel, estamos num chamado do Eterno para adentrar na terra prometida, e, lembrar estes pontos é o que nos dará a força necessária para perseverar no propósito do Eterno.

Temos um chamado para praticar a justiça. Somos salvos para sermos luz neste mundo. Não estamos nesta vida por acaso.

Se cremos em Yeshua como nosso Senhor e Salvador, também somos constituídos embaixadores de seu Reino. Para tanto, devemos viver as Leis do seu Reino, testemunhando da Justiça de nosso Deus praticando a retidão.

Também devemos nos lembrar de onde caímos. Resgatar à memória os nossos pecados. Não para trazer culpa à nossa consciência, mas para arrepender e lutar contra a nossa natureza pecaminosa.

Não há como cumprir o chamado do Eterno de conquistar a terra prometida se persistirmos na rebeldia contra o Eterno. Yeshua alertou a sua igreja dizendo:

"Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio." Apocalipse 2:5a.

A luta contra o pecado deve ser levada a sério. Devemos ter na mente que nosso pior inimigo é nossa inclinação carnal.

"Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência." Tiago 1:14.

Um meio eficiente de manter-se vigilante é lembrar-se das suas fraquezas e evitá-las.

Mas é necessário ter em mente o terceiro ponto: o cuidado do Eterno por nós, não obstante as nossas falhas.

Mesmo Israel tendo sido rebelde no deserto, Deus cuidou deles. O aspecto mais eminente do caráter de Deus é a sua Graça.

Manter em mente o cuidado do Eterno para conosco nos faz refletir sobre quão bom nosso Deus é, e nos constrange a perseverar no Caminho que Ele nos deu, a fim de honrar tão grande amor Ele tem demonstrado por nós, não importando o quão difícil esteja a caminhada.

Ter em mente que Yeshua pagou um alto preço para nos garantir a Salvação, e lembrarmos de todas as beneficências que Ele tem nos dados desde o nascimento, deve nos impelir a sujeitar ainda mais à Ele, mesmo em meio às lutas.

Assim como Israel, estamos cada dia mais próximos de entrar na terra prometida, de ter a recompensa de nossa fé. Não podemos esmorecer, nem desconfiar da promessa de nosso Deus.

Manter bem firme nossa memória naquilo que nos dá esperança, e perseverar até o fim. Este é o nosso desafio.

Que o Eterno nos abençoe.

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