O capítulo 6 do evangelho de João é uma passagem muito interessante. Começa com o relato da multiplicação dos pães e peixes, o que levou muitas pessoas a seguir Yeshua (Jesus) com um entusiasmo diferente. Sabendo disto, Yeshua fez um discurso muito duro na sinagoga de Cafarnaum. E Ele usou uma figura de linguagem bastante interessante:
"Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos." João 6:53.
Yeshua usava muitas figuras de linguagem em seus discursos, e muitas vezes seus discípulos não entendiam de imediato o que ele estava dizendo. O "fermento dos fariseus" é um exemplo claro disto. Mas, no caso deste discurso, seus discípulos entenderam a mensagem, e disseram:
"Duro é este discurso; quem o pode ouvir?" João 6:60b.
É muito importante atentarmos para a profundidade do discurso de Yeshua, e o que compreende o "comer da sua carne" e "beber do seu sangue".
Na Torá, nos sacrifícios de paz, o ofertante tinha que comer da oferta. Já em alguns sacrifícios de expiação de pecados, era o sacerdote quem deveria comer da oferta. Foi num desses sacrifícios que Arão, triste pela perda de seus dois filhos, não comeu do sacrifício e foi inquirido por Moisés:
"E Moisés diligentemente buscou o bode da expiação, e eis que já fora queimado; portanto indignou-se grandemente contra Eleazar e contra Itamar, os filhos de Arão que ficaram, dizendo: Por que não comestes a expiação do pecado no lugar santo, pois é coisa santíssima e Deus a deu a vós, para que levásseis a iniqüidade da congregação, para fazer expiação por eles diante do Senhor?" Levítico 10:16,17.
Outro aspecto relevante que aparece na Torá é que, sempre que ocorria uma aliança, esta aliança envolvia também alguma refeição.
Foi assim na aliança entre Abraão e Melquisedeque, onde Melquisedeque trouxe pão e vinho, na aliança entre Abimeleque e Isaque, e na primeira Aliança que o Eterno estabeleceu com Israel:
"E subiram Moisés e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel. E viram o Deus de Israel, e debaixo de seus pés havia como que uma pavimentação de pedra de safira, que se parecia com o céu na sua claridade. Porém não estendeu a sua mão sobre os escolhidos dos filhos de Israel, mas viram a Deus, e comeram e beberam." Êxodo 24:9-11.
O "comer" na Torá tem um significado muito interessante. Ao comer estamos internalizando algo, e trazendo para a nossa natureza.
O "comer" de um sacrifício consiste em fazer parte daquele sacrifício, trazendo para dentro de si aquilo que está representado no sacrifício. Da mesma forma, o "comer" na aliança está representando a internalização daquela aliança.
Este "comer" implica um nível de comprometimento pessoal com aquilo que está representado no alimento, seja a oferta a Deus, seja a refeição da aliança. Implica em um comprometimento profundo e pessoal com tudo aquilo que envolve aquela oferta, ou aquela aliança.
Quando Yeshua disse que era necessário "comer sua carne", ele estava falando sobre este nível de comprometimento pessoal que devemos ter com Ele, para ter a vida dEle em nós.
Outro ponto muito interessante é o "beber seu sangue". A Torá proíbe ingerir qualquer tipo de sangue. Isso é tido como abominação pelo Eterno. Porém, a mesma Torá explica o porquê ingerir sangue é abominável aos olhos do Eterno:
"Porque a vida da carne está no sangue; pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que fará expiação pela alma." Levítico 17:11.
O sangue de Yeshua foi apresentado no altar do Tabernáculo celestial, e fez por nós verdadeira expiação. Ele mesmo anunciou que seu sangue era o sangue da Nova Aliança:
"Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós." Lucas 22:20.
"Beber" do sangue de Yeshua implica em viver plenamente esta Nova Aliança, que nos trás expiação. Isso implica em um compromisso especial em servi-lo, e obedecer aos seus mandamentos.
Por isso Paulo recomenda cuidado com participar da Santa Ceia, visto que é a refeição que fazemos em memória da Aliança que temos com Yeshua. Comer desta refeição sem de fato estar na Aliança consiste em pecado.
“Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor.” 1 Coríntios 11:28,29
É muito importante atentarmos para o fato que a Torá é os termos da Aliança que temos com Yeshua. Este ponto pode ser pouco compreendido. Alguém pode até dizer que não, que a Torá era os termos da aliança feita no Sinai. De fato, a Torá é os termos da primeira Aliança, mas também é os termos da Nova Aliança. Basta atentarmos para as palavras de Jeremias:
"Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei (Torá) no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados (expiação)." Jeremias 31:33,34.
Yeshua fez citação direta a este texto em seu discurso:
"Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim." João 6:45.
E em outro discurso foi ainda mais claro:
"Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele." João 14:21.
Em suma, o discurso de Yeshua foi um chamado profundo à reflexão por parte daqueles que estavam seguindo-o por ter multiplicado os pães e os peixes. E também o é a nós, que dizemos ser seus discípulos.
Por qual razão seguimos a Yeshua?
Yeshua não está a procura simpatizantes. Yeshua tem muitos simpatizantes hoje, assim como teve muitos simpatizantes naquele tempo. Muitas pessoas se simpatizam com o discurso de Yeshua, com os milagres de Yeshua, com o estilo de vida de Yeshua. Muitas pessoas oram e vão às igrejas por compartilharem com Yeshua de suas ideias e valores.
Mas aqueles que serão ressuscitados por Ele no último dia não serão os simpatizantes. Yeshua procura pessoas que estejam comprometidas e aliançadas com Ele. Pessoas que estejam dispostas a arrepender-se de seus pecados, e que procurem viver de maneira a agradá-lo.
Não somos perfeitos. Yeshua sabe disto. Mas Ele também sabe qual é o desejo íntimo de nosso coração. Se desejarmos ardentemente servi-lo, mesmo que isso custe tudo que temos, até mesmo nossas vidas, então estaremos de fato comendo sua carne, e bebendo o seu sangue.
"Ora, ia com ele uma grande multidão; e, voltando-se, disse-lhe: Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo." Lucas 14:25-27.
Que o Eterno nos abençoe!
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#Discípulo #Aliança
#ComerCarne #BeberSangue
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"Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos." João 6:53.
Yeshua usava muitas figuras de linguagem em seus discursos, e muitas vezes seus discípulos não entendiam de imediato o que ele estava dizendo. O "fermento dos fariseus" é um exemplo claro disto. Mas, no caso deste discurso, seus discípulos entenderam a mensagem, e disseram:
"Duro é este discurso; quem o pode ouvir?" João 6:60b.
É muito importante atentarmos para a profundidade do discurso de Yeshua, e o que compreende o "comer da sua carne" e "beber do seu sangue".
Na Torá, nos sacrifícios de paz, o ofertante tinha que comer da oferta. Já em alguns sacrifícios de expiação de pecados, era o sacerdote quem deveria comer da oferta. Foi num desses sacrifícios que Arão, triste pela perda de seus dois filhos, não comeu do sacrifício e foi inquirido por Moisés:
"E Moisés diligentemente buscou o bode da expiação, e eis que já fora queimado; portanto indignou-se grandemente contra Eleazar e contra Itamar, os filhos de Arão que ficaram, dizendo: Por que não comestes a expiação do pecado no lugar santo, pois é coisa santíssima e Deus a deu a vós, para que levásseis a iniqüidade da congregação, para fazer expiação por eles diante do Senhor?" Levítico 10:16,17.
Outro aspecto relevante que aparece na Torá é que, sempre que ocorria uma aliança, esta aliança envolvia também alguma refeição.
Foi assim na aliança entre Abraão e Melquisedeque, onde Melquisedeque trouxe pão e vinho, na aliança entre Abimeleque e Isaque, e na primeira Aliança que o Eterno estabeleceu com Israel:
"E subiram Moisés e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel. E viram o Deus de Israel, e debaixo de seus pés havia como que uma pavimentação de pedra de safira, que se parecia com o céu na sua claridade. Porém não estendeu a sua mão sobre os escolhidos dos filhos de Israel, mas viram a Deus, e comeram e beberam." Êxodo 24:9-11.
O "comer" na Torá tem um significado muito interessante. Ao comer estamos internalizando algo, e trazendo para a nossa natureza.
O "comer" de um sacrifício consiste em fazer parte daquele sacrifício, trazendo para dentro de si aquilo que está representado no sacrifício. Da mesma forma, o "comer" na aliança está representando a internalização daquela aliança.
Este "comer" implica um nível de comprometimento pessoal com aquilo que está representado no alimento, seja a oferta a Deus, seja a refeição da aliança. Implica em um comprometimento profundo e pessoal com tudo aquilo que envolve aquela oferta, ou aquela aliança.
Quando Yeshua disse que era necessário "comer sua carne", ele estava falando sobre este nível de comprometimento pessoal que devemos ter com Ele, para ter a vida dEle em nós.
Outro ponto muito interessante é o "beber seu sangue". A Torá proíbe ingerir qualquer tipo de sangue. Isso é tido como abominação pelo Eterno. Porém, a mesma Torá explica o porquê ingerir sangue é abominável aos olhos do Eterno:
"Porque a vida da carne está no sangue; pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que fará expiação pela alma." Levítico 17:11.
O sangue de Yeshua foi apresentado no altar do Tabernáculo celestial, e fez por nós verdadeira expiação. Ele mesmo anunciou que seu sangue era o sangue da Nova Aliança:
"Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós." Lucas 22:20.
"Beber" do sangue de Yeshua implica em viver plenamente esta Nova Aliança, que nos trás expiação. Isso implica em um compromisso especial em servi-lo, e obedecer aos seus mandamentos.
Por isso Paulo recomenda cuidado com participar da Santa Ceia, visto que é a refeição que fazemos em memória da Aliança que temos com Yeshua. Comer desta refeição sem de fato estar na Aliança consiste em pecado.
“Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor.” 1 Coríntios 11:28,29
É muito importante atentarmos para o fato que a Torá é os termos da Aliança que temos com Yeshua. Este ponto pode ser pouco compreendido. Alguém pode até dizer que não, que a Torá era os termos da aliança feita no Sinai. De fato, a Torá é os termos da primeira Aliança, mas também é os termos da Nova Aliança. Basta atentarmos para as palavras de Jeremias:
"Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei (Torá) no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados (expiação)." Jeremias 31:33,34.
Yeshua fez citação direta a este texto em seu discurso:
"Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim." João 6:45.
E em outro discurso foi ainda mais claro:
"Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele." João 14:21.
Em suma, o discurso de Yeshua foi um chamado profundo à reflexão por parte daqueles que estavam seguindo-o por ter multiplicado os pães e os peixes. E também o é a nós, que dizemos ser seus discípulos.
Por qual razão seguimos a Yeshua?
Yeshua não está a procura simpatizantes. Yeshua tem muitos simpatizantes hoje, assim como teve muitos simpatizantes naquele tempo. Muitas pessoas se simpatizam com o discurso de Yeshua, com os milagres de Yeshua, com o estilo de vida de Yeshua. Muitas pessoas oram e vão às igrejas por compartilharem com Yeshua de suas ideias e valores.
Mas aqueles que serão ressuscitados por Ele no último dia não serão os simpatizantes. Yeshua procura pessoas que estejam comprometidas e aliançadas com Ele. Pessoas que estejam dispostas a arrepender-se de seus pecados, e que procurem viver de maneira a agradá-lo.
Não somos perfeitos. Yeshua sabe disto. Mas Ele também sabe qual é o desejo íntimo de nosso coração. Se desejarmos ardentemente servi-lo, mesmo que isso custe tudo que temos, até mesmo nossas vidas, então estaremos de fato comendo sua carne, e bebendo o seu sangue.
"Ora, ia com ele uma grande multidão; e, voltando-se, disse-lhe: Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo." Lucas 14:25-27.
Que o Eterno nos abençoe!
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