O justo e o voto.

A parashá desta semana (Shoftim - Dt. 16:18-21:9) começa com um mandamento bem interessante; o de estabelecer juízes e oficiais.

É muito interessante que a Torá se preocupa, e ordena, a respeito da organização social da nação de Israel, não apenas dando leis morais, mas estabelecendo lideranças civis.

Muito antes dos gregos inventarem a "democracia", a Torá já ordenava os israelitas e elegerem líderes civis que estabelecessem a justiça em meio a comunidade.

"Juízes e oficiais porás em todas as tuas cidades que o Senhor teu Deus te der entre as tuas tribos, para que julguem o povo com juízo de justiça." Deuteronômio 16:18.

No decorrer de toda a parashá vamos encontrar mandamentos e instruções a respeito de como estes líderes deveriam agir, ordenando inclusive o procedimento do rei que Israel um dia teria.

"Porás certamente sobre ti como rei aquele que escolher o Senhor teu Deus; dentre teus irmãos porás rei sobre ti; não poderás pôr homem estranho sobre ti, que não seja de teus irmãos. Porém ele não multiplicará para si cavalos, nem fará voltar o povo ao Egito para multiplicar cavalos; pois o Senhor vos tem dito: Nunca mais voltareis por este caminho. Tampouco para si multiplicará mulheres, para que o seu coração não se desvie; nem prata nem ouro multiplicará muito para si." Deuteronômio 17:15-17.

Estes mandamentos visavam que o líder fosse humilde, responsável, temente a Deus, e que estabelecesse a justiça. Aliás, o norte de toda essa parashá pode ser resumida no verso 20 do capítulo 16:

"A justiça, somente a justiça seguirás; para que vivas, e possuas em herança a terra que te dará o Senhor teu Deus." Deuteronômio 16:20.

Essas recomendações e mandamentos nos fazem refletir muito a respeito de nossas responsabilidades civis. Como servos de Deus devemos ter em mente que estamos inseridos em uma sociedade com o intuito de transformá-la.

Este pensamento deve despertar a nossa responsabilidade tanto em eleger como em participar da administração pública de nossa sociedade.

Durante alguns anos, na igreja brasileira, acreditava-se que o servo de Deus não deveria envolver-se com a política, ou com as questões ligadas à administração pública. O que esta parashá ensina vai na contra mão deste pensamento.

Como servos de Deus devemos assumir a responsabilidade de eleger pessoas justas, que promovam a justiça no meio da sociedade em que vivemos observando os princípios da Torá.

O estabelecimento da justiça deve ser o alvo a ser perseguido. E para tanto é necessário que os justos se coloquem à disposição da sociedade para serem eleitos.

Como servos de Deus devemos estar preocupados com isso, e influenciar positivamente a sociedade para que a justiça seja estabelecida, sempre.

Que o Eterno nos abençoe!
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