A vida de Sara

A parashá desta semana é Chaiêi Sarah (Gn 23:1-25:18) que significa "vida de Sara". Os nomes das parashás são sempre as primeiras palavras que iniciam a parashá, no caso, o verso 1 de Gênesis 23 começa dizendo "E foi a vida de Sara...".

É muito interessante que o nome da parashá seja "vida de Sara", e ela começa narrando a morte de Sara. Sara viveu cento e vinte e sete anos. Quando ela faleceu, Isaque já estava com trinta e sete anos.

Dois eventos interessantes desta parashá foram desencadeados após a morte de Sara. O primeiro aparece logo no início, com a aquisição da cova de Macpela por Abraão das mãos de Efrom, filho de Zoar. Abraão comprou aquele terreno por quatrocentos siclos de prata, um valor bastante alto para aquele tempo.

O Eterno havia prometido a posse de toda a terra de sua peregrinação, mas foi apenas aqui que Abraão teve de fato a posse de um pedaço de terra.

Foi também após a morte de Sara que outro evento importante aconteceu, o casamento de Isaque com Rebeca. A Torá diz que foi apenas após seu casamento que Isaque foi consolado da morte de sua mãe.

Parece estranho que a posse da terra, e o casamento de Isaque, garantindo assim a descendência de Abraão, tenha tido por estopim a morte da matriarca. Mas aqui podemos refletir e relembrar o aspecto mais importante de nossa fé: a ressurreição.

Yeshua nos fala sobre esta importante esperança quando estava debatendo com saduceus a cerca da ressurreição. Ele disse:

"E que os mortos hão de ressuscitar também o mostrou Moisés junto da sarça, quando chama ao Senhor Deus de Abraão, e Deus de Isaque, e Deus de Jacó. Ora, Deus não é Deus de mortos, mas de vivos; porque para ele vivem todos." Lucas 20:37-38.

Abraão, tendo esperança na ressurreição, e na certeza de que a promessa de Deus iria se cumprir sobre sua descendência, adquiriu por um alto preço um sítio, com um conjunto de cavernas, para ali fazer repousar o corpo de sua amada esposa.

Também crendo na ressurreição, Abraão envia seu servo a buscar esposa para seu filho Isaque, dando continuidade ao propósito de Deus sobre sua família.

A esperança da ressurreição deve nos trazer dois resultados imediatos após a morte de um ente querido. Primeiro o consolo de que, em Yeshua, a morte é passageira. Abraão comprou Macpela, e não titubeou em pagar um alto preço pelo terreno, porque tinha convicção da ressurreição, e isto foi um consolo para ele.

Segundo, mesmo que a tristeza arrebate nossos corações, sabemos que há um caminho que deve ser trilhado, e que o propósito do Eterno há de ser completado até o glorioso dia. Seguimos então adiante, crendo nas promessas de nosso Deus, confiando na ressurreição que temos em Yeshua, e de que todas as coisas estão no governo de nosso Pai.

O autor da carta aos Hebreus descreve muito bem esta expectativa, e o consolo que nos trás a esperança da ressurreição:

"Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus.
Pela fé também a mesma Sara recebeu a virtude de conceber, e deu à luz já fora da idade; porquanto teve por fiel aquele que lho tinha prometido. Por isso também de um, e esse já amortecido, descenderam tantos, em multidão, como as estrelas do céu, e como a areia inumerável que está na praia do mar.
Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Porque, os que isto dizem, claramente mostram que buscam uma pátria." Hebreus 11:8-14.

Que o Eterno nos abençoe!
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