Yeshua e o ministério de Shem.

A parashá desta semana, parashá Noach (Gn 6:9-11:32), narra três eventos muito importantes da antiguidade: o dilúvio, a torre de babel, e a geração de Sem.

O dilúvio foi um momento muito especial, onde o Eterno trouxe juízo sobre toda uma geração, destruindo homens, animais e plantas, sobrevivendo apenas Noé e sua família (Noach, título desta parashá, é o nome de Noé em hebraico).

Desde Adão até Noé passaram-se mais de dois mil anos. A situação da terra naquela época, e a estrutura genética do homem, permitiram-lhe ter uma longa vida. A Torá registra que os homens viviam vários séculos. Ainda naquele tempo não havia nações, os homens falavam uma mesma língua. Isso permitiu um grande desenvolvimento tecnológico e social. A humanidade pré-dilúvio era uma civilização razoavelmente avançada, com domínio sobre metalurgia. A Torá registra que eles tinham esta tecnologia:

“E Zilá também deu à luz a Tubalcaim, mestre de toda a obra de cobre e ferro; e a irmã de Tubalcaim foi Noema.” Gênesis 4:22

Mas, ao mesmo tempo em que esta geração gozou de grandes avanços tecnológicos e sociais, este avanço foi canalizado para a propagação da violência, promiscuidade sexual, iniqüidades. O acumulo de pecados sobre aquela geração levou à sua destruição pelas águas do dilúvio.

Após o dilúvio a humanidade novamente voltou-se a desenvolver. Os filhos de Noé geraram outras gerações, até que nasceu Ninrode. Este Ninrode foi o responsável por levar os homens a construírem a torre de Babel. O intuito desta torre era que os homens pudessem manter-se unidos, fortes, e que as águas do dilúvio nunca mais pudessem aplacá-los.

O intuito era desenvolver uma geração que pudesse viver sem o temor da punição de seus pecados, podendo ser senhores de si, sem medo do castigo de Deus.

Ao ver o que os homens estavam tramando, e que unidos perseguiriam um propósito mau, que distanciaria novamente a humanidade de Deus, num ato de misericórdia, o Eterno confunde-lhes a língua.

A divisão das línguas não foi meramente uma alteração psico-mecânica que os impediam de falar da mesma forma, com a confusão das línguas o Eterno fez a humanidade se dividir em nações.

Os homens se separam linguisticamente, socialmente, e geograficamente. Nasceu assim as nações, com o propósito de impedir que a humanidade seguisse os mesmos passos da geração pré-dilúvio. Ao mesmo tempo em que o Eterno criou a confusão das línguas, separando os povos, o Eterno projetou a solução.

Aqui entra a genealogia de Shem.

Shem era o filho mais velho de Noé, e foi ele quem viveu mais tempo após o dilúvio. Seguindo pelos anos de vida de cada um de sua linhagem, podemos comprovar que Shem esteve vivo até à adolescência de Jacó e Esaú. Ele não apenas era a testemunha de uma era passada, e do juízo de Eterno, como também a testemunha da Salvação que o Eterno operou em sua família.

Shem estava naquela geração com o status de sacerdote, o referencial que conhecia a Deus e que levava o conhecimento de Deus aos demais. Foi da sua descendência que veio Abraão, o homem chamado por Deus para constituir uma nação de sacerdotes. Através de Abraão Deus iria abençoar todas as famílias da terra, trazendo as nações de volta ao relacionamento com o Eterno.

Este ministério de Shem foi passado a Abraão no evento em que Melquisedeque fez aliança com Abraão em Gênesis 14. Segundo a tradição judaica, e pelas evidências da Torá, Melquisedeque e Shem é a mesma pessoa.

Nesta parashá vamos entender a missão de Israel como nação, é a missão que Shem representou para a geração pós Babel, testemunhar do Deus único que criou o homem, que apesar de trazer juízo sobre toda a impiedade humana, está disposto a salvar todo aquele que arrepende-se de seus pecados e deseja praticar a justiça.

O ministério de Israel para as nações cumpre-se na pessoa de Yeshua, o Messias de Israel. O Messias é o principal judeu. É o Rei e resgatador de Israel. Como o perfeito representante de Israel, Yeshua levou a salvação a todas as nações da terra, e através de seu sacrifício comprou para Deus homens de todas as tribos, povos, línguas e nações, e para o nosso Deus os constituíram reino e sacerdócio (Apocalipse 5:9) .

Se Yeshua, que apesar de ser o Rei tem sido rejeitado por seu povo, assim como José, está sendo chamado de o Salvador do Mundo (Zafenate Paneia era o nome egípcio de José), o que podemos esperar quando ele foi entronizado em seu Reino? O que podemos esperar é a restauração de toda a humanidade, em todas as esferas, e a vida eterna para todos os justos.

Que o Eterno nos abençoe!
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