O justo viverá pela sua fidelidade.


O livro de Habacuque é um pequeno livro, apenas três capítulos curtos, porém, é um livro muito profético. A extensão da profecia deste pequeno livro pode ser sentida no inicio do capítulo 2, onde encontramos:

“Porque a visão é ainda para o tempo determinado, mas se apressa para o fim, e não enganará; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará.” Habacuque 2:3.

As palavras contidas neste pequeno livro podem falar poderosamente a nós em nossos dias. Vivemos dias bem parecidos com os narrados pelo profeta Habacuque, dias de violência e impiedade.

“Até quando, Senhor, clamarei por socorro, sem que tu ouças? Até quando gritarei a ti: ‘Violência!’ sem que tragas salvação?” Habacuque 1:2.

Diante do clamor do profeta, o Eterno anuncia os juízos que virão sobre os ímpios. Nos tempos de Habacuque, Israel estava longe dos caminhos do Eterno, vivendo em idolatria, havendo desonestidade nos negócios e violência contra os mais vulneráveis.

Diante desta situação o Eterno anuncia que estava enviando os caldeus para trazer juízo sobre Israel. Esta notícia agrava ainda mais a preocupação do profeta, pois os caldeus eram um povo ainda pior do que os israelitas estavam sendo, violentos e idolatras.

Mas no capítulo 2 o Eterno anuncia que também sobre os caldeus traria sua justiça, e castigaria suas impiedades:

“Seus credores não se levantarão de repente? Não despertarão os que o fazem tremer? Agora você se tornará vítima deles. Porque você saqueou muitas nações, todos os povos que restaram o saquearão. Pois você derramou muito sangue, e cometeu violência contra terras, cidades e seus habitantes.” Habacuque 2:7-8.

Neste contexto de juízos sobre os ímpios, de anúncios de calamidades, o Eterno traz para Habacuque uma chave para entender a diferença entre o justo e o ímpio, e trazer esperança ao seu coração:

“Escreva: O ímpio está envaidecido; seus desejos não são bons; mas o justo viverá pela sua fidelidade.” Habacuque 2:4.

Outras traduções trazem o final dizendo “o justo, por sua fé, viverá”. O que na verdade é a mesma expressão. Fé e fidelidade neste sentido são sinônimos, e vamos entender o porquê.

O ímpio é orgulhoso, e segue seus próprios desejos maus, praticando impiedades como se não existissem leis, como se não existisse um Deus no céu. Conforme as palavras que se seguem no restante do capítulo, vemos que, apesar de o ímpio em certo momento prosperar no seu caminho, em breve virá a sua destruição.

Mas o justo, através da sua fidelidade a Deus, encontrará vida.

A Torá é clara em afirmar em vários momentos que os mandamentos dados pelo Eterno são dados para que encontrássemos vida por meio deles. E não é difícil entendermos que a prática da justiça trás, para o justo, grandes benefícios.

Ao tratar corretamente nossos semelhantes, ao amarmos o próximo como a nós mesmos, ao ser fiel nos negócios e sincero e honesto no proceder, desenvolveremos uma sociedade onde a vida florescerá. Mas não é só de uma vida tranqüila e terrena que encontramos a promessa do Eterno.

Quando confiamos no Eterno, e em seu Filho Yeshua, e depositamos em suas palavras o peso de verdade, naturalmente somos movidos no sentido de obedecer aos seus mandamentos. Essa obediência por fé, que não depende de muitas coisas, mas unicamente da confiança na autoridade daquele que ordenou, nos conecta à vontade divina e ao próprio Eterno, produzindo em nós a vida Eterna.

Quem falou isso foi o próprio Yeshua quando disse:

“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.” João 14:21.

Assim, entendemos que a fé e a fidelidade nas palavras do profeta Habacuque são de fato a mesma coisa, pois uma coisa leva a outra. É impossível ter fé nas palavras de quem ordenou, sem ser fiel à essas mesmas palavras, ao passo que a fidelidade também só existe quando há confiança naquele a quem somos fieis.

E é a fé, acompanhada inexoravelmente da fidelidade, que produz vida na vida do justo. Como disse também o sábio Salomão a respeito de quem abraça a Torá:

“É árvore de vida para os que dela tomam, e são bem-aventurados todos os que a retêm.” Provérbios 3:18.

Que o Eterno nos abençoe!
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