Voltar a Deus e voltar ao próximo.

Devido aos pecados do povo judeu, eles foram invadidos e deportados para a Babilônia, cumprindo assim o que o Eterno havia dito através dos profetas que faria à casa de Judá. Após setenta anos de exilio os judeus retornaram para Jerusalém. O próprio Eterno havia dito, por intermédio de Jeremias, que após setenta anos restauraria a sorte de Sião.

Mas este retorno não foi fácil. Os babilônicos haviam destruído os muros de Jerusalém, o Templo, e as casas haviam sido queimadas. A reconstrução de Jerusalém demandava mais do que trabalho, demandava fé.

Diante das dificuldades impostas tanto por questões econômicas, como por questões de limitações físicas, a reconstrução do Templo se arrastava a mais de vinte anos. Para se ter uma ideia da dificuldade, Salomão construiu o Templo em sete anos e meio.

Muitos já estavam desanimados com relação à construção do Templo e da própria reconstrução da cidade. Começaram a pensar se Deus estaria de fato com eles, se a rejeição não seria para sempre. Algumas práticas odiosas começaram a surgir, principalmente entre a elite de Jerusalém, como a falta de justiça social. 

Foi neste cenário que o Eterno levantou dois profetas, Ageu e Zacarias. Ambos os profetas anunciaram que o Eterno estaria com eles, e que o Templo seria reconstruído, e que a sorte de Sião seria restaurada. Mas, para que essas coisas acontecessem, era necessário que aquela geração se arrependesse.

“Zacarias 1: 3. Portanto, dize-lhes: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Tornai para mim, diz o Senhor dos Exércitos, e eu tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos.” Zacarias 1:3.

Muitas vezes nós passamos por situações semelhantes. A sensação que temos é de que nossos pecados nos alcançaram, e que o Eterno virou seu rosto contra nós. As situações se tornam tão difíceis que achamos que não há mais esperanças. Mas a palavra do Eterno continua sendo a mesma até hoje: “Tornai para mim, ... e eu tornarei para vós”.

Muitas vezes caímos na tentação de transformar nosso relacionamento com Deus em uma religião. Nos tornamos facilmente burocratas da fé. Colocamos Deus em um quadradinho teológico e dogmático, e limitamos Deus a aquele espaço. Defendemos nossos pontos de vista, nossa teologia, nossos argumentos para defender nossas ações e nossas crenças, mas, quantas vezes de fato buscamos à Deus querendo desenvolver um relacionamento com Ele?

O Eterno quer desenvolver um relacionamento conosco, baseado não em teologia e dogmas, mas em experiência e vida!

Por isso Ele nos chama a “tornar para ele”, pois Ele deseja se tornar para nós. O arrependimento é muito mais do que um convencimento intelectual, é acima de tudo um desejo íntimo de estar com Deus, ouvir a sua voz e obedecer os seus mandamentos.

Assim, a palavra do Eterno continua sendo proclamada da mesma forma:

“Assim falou o Senhor dos Exércitos, dizendo: Executai juízo verdadeiro, mostrai piedade e misericórdia cada um a seu irmão; e não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre, nem intente o mal cada um contra o seu irmão, no seu coração.” Zacarias 7:9-10.

Devemos estar atentos a um ponto essencial do nosso relacionamento com Deus. O apóstolo João trata deste tema com muita propriedade. Não adianta nada dizer que ama a Deus se não amar a seu irmão. A maneira efetiva de obedecer aos mandamentos do Eterno, desenvolvendo um relacionamento com Ele, é amar ao próximo como a si mesmo.

“Se alguém diz: Eu amo a Deus e aborrece a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?” 1 João 4:20.

Apóstolo Paulo vai detalhar ainda mais essa premissa dizendo:

“A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei. Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás, e, se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” Romanos 13:8-9.

Se amarmos a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmos, então não iremos praticar nenhum dos atos odiosos que a Torá reprova. Não cometeremos adultério, nem assassinato, nem furto, e nada condenado pela Torá. Mas trataremos ao próximo com justiça, reconhecendo que o Eterno é o Senhor de todos nós, e Ele se voltará para nós, e teremos com Ele um relacionamento.

Yeshua veio para nos resgatar dos nossos pecados. Ele nos trouxe a libertação da condenação de nossas obras más, e nos convidou ao arrependimento. Yeshua trouxe a expiação dos nossos pecados e a capacidade de recebermos do seu Espírito. É através da obra de Yeshua que podemos ser reabilitados como filhos de Deus.

Mas esta obra é o início de uma caminhada. Para honrar o que Ele fez por nós somos chamados a guardar seus mandamentos, desenvolvendo um relacionamento com o Eterno, caminhando no caminho da Salvação, que passa necessariamente pelo amor ao próximo, e a prática da justiça.

Que o Eterno nos abençoe!
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