Abraão, Melquisedeque, e nosso chamado sacerdotal.

 

 Muita gente não sabe, mas Melquisedeque não é um nome próprio, mas um título atribuído ao Rei de Salém, que também era sacerdote do Deus Altíssimo. Em hebraico este título é “Malki Tzedeke” que significa “Rei Justo”

 

Essa figura emblemática que aparece na Torá abençoando a Abraão, e confirmando sobre Abraão o seu chamado, é alvo de muita especulação. Afinal quem seria esse personagem?

 

A tradição judaica afirma que este Malki Tzedeke seria Shem, filho de Noé. Ao analisarmos a genealogia de Shem em Genesis capítulo 9, vemos que isso é possível, visto que Shem morreu quando Abraão estava com 150 anos e Isaque 50 anos.

 

Mas o que significaria o fato de Shem ser o Melquisedeque?

 

Se caso foi realmente Shem quem abençoou Abraão após a guerra contra Quedorlaomer, vamos precisar entender melhor quem foi Shem, qual foi seu chamado, e o que está benção significou.

 

A benção que Noé dá a Shem, após o pecado de Cam, começava dizendo: "Bendito seja o Senhor Deus de Shem..." (Gn 9:26a).

 

A Shem foi dada, pelas mãos de Noé, o mesmo chamado sacerdotal de Sete, do qual Noé era um legítimo descendente. Sobre Sete, filho de Adão, encontramos a Torá dizendo que, em sua descendência: “então se começou a invocar o Nome do Senhor” (Gn4:26). Este chamado de “invocar o Nome do Senhor” aponta para o sacerdócio que os descendentes de Sete exerciam na terra antes do dilúvio, sendo eles chamados de “filhos de Deus”. A corrupção desta descendência foi determinante para o juízo de Deus em forma de dilúvio. Shem recebe esta missão sacerdotal de seu pai Noé, para a geração que surgiria após o dilúvio. A partir deste momento Deus passou a ser conhecido como o Deus de Shem.

 

Quando Melquisedeque abençoa Abraão, e faz com ele uma aliança, Melquisedeque atribuí a Abraão o mesmo chamado sacerdotal que Shem recebeu de Noé, e bendiz a Deus pelos feitos na vida de Abraão.

 

Desde este momento em diante, Deus passa a ser conhecido como o Deus de Abraão!

 

Desta forma é confirmado o chamado de Deus a Abraão, para ser ele um sacerdote de Deus, através de quem o Eterno seria conhecido entre todas as famílias da terra.

 

Esse ministério sacerdotal dado a Abraão foi consolidado, e tornado pleno, através do sacerdócio do Messias.

 

Yeshua, por ser um legítimo descendente de Abraão, tinha sobre si o mesmo chamado sacerdotal para fazer o Nome de Deus conhecido por todas as famílias da terra, como profetizou Simeão, ao tomar o menino Jesus no colo: "pois já meus olhos viram a tua salvação, a qual tu preparaste perante a face de todos os povos; Luz para iluminar as nações, e para glória de teu povo Israel." (Lc 2:30-32).

 

Por meio deste sacerdócio, superior ao sacerdócio levítico, o Messias ofereceu a si mesmo como propiciação pelos nossos pecados, e trouxe poderosa salvação e revelação do Pai. E por meio deste sacerdócio, os discípulos de Yeshua foram enviados para anunciar ao mundo a Salvação conquistada por Yeshua.

 

Todos aqueles que creem em Yeshua, e se tornam seus discípulos, recebem também este mesmo chamado sacerdotal. Este chamado sacerdotal implica em “invocar o Nome do Eterno”, e fazer o Nome do Eterno conhecido através de suas obras, a iniciar na vida de Abraão, passando por toda a história de Israel, até nos feitos do Eterno na vida de cada um de seus discípulos.

 

É por isso que, ao enviar seus discípulos, Yeshua os chama de “minhas testemunhas” (At 1:8). Pois nosso chamado é testemunhar daquilo que temos visto e ouvido, tanto na história de Israel, como na nossa própria história.

 

Que o Eterno nos abençoe!

 

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