A festa de Hanukká não faz parte das sete festas fixas determinadas por Deus na Torá, sua instituição se dá muitos séculos à frente de Moisés. Ela remonta aos dias dos Macabeus, e a sua vitória contra o império selêucida.
Os dias que são rememorados em
Hanukká são dias muito sombrios. Antioco Epfânio havia invadido Jerusalém, proibido
os judeus de ler a Torá, de praticar a circuncisão e as festas. Ele próprio
colocou uma estátua de Zeus no Templo de Jerusalém e profanou o altar com um
sacrifício de um porco.
A cultura helenista, baseada no
pensamento grego, era imposta como obrigatória a todo o povo judeu. Havia
muitos que estavam se deixando seduzir pelas filosofias, aderindo à nova
cultura, enquanto muitos outros eram oprimidos por sua fé, e decisão de servir
à Deus.
Os oficiais gregos passaram a ir
de cidade em cidade obrigando os judeus a ajoelharem diante de Zeus, e a comer
carne de porco. Matattiahu, Sumo Sacerdote que havia se refugiado na cidade de
Moddi, não aceitou a afronta, e quando viu um aldeão judeu se dispondo a obedecer
ao oficial grego, sacou de sua espada e matou o aldeão e o oficial. Assim, com Matattiahu
e seus filhos, começou a revolta judaica que culminou com a libertação de
Jerusalém e Israel do domínio selêucida.
Um exército formado por sacerdotes,
levitas e aldeões se juntaram nos desertos da Judéia, e com o poder de Deus agindo
sobre eles, expulsaram de suas terras o exército mais poderoso da terra naquele
tempo.
Diz a tradição que, após a
libertação de Jerusalém, os judeus vitoriosos se dispuseram a purificar o
Templo e dedicá-lo novamente ao culto à Deus. Foi neste momento em que foi
verificado a existência de apenas um frasco de azeite puro, com o selo do Sumo
Sacerdote, o que estaria apto para abastecer as lâmpadas da Menorah por apenas
um dia. O tempo para produção de novo azeite especial como aquele era de oito
dias.
Mesmo sem ter o óleo suficiente,
eles decidiram dedicar o Templo, ascendendo a Menorah. Milagrosamente, no dia
seguinte, o azeite no frasco foi multiplicado, abastecendo a Menorah dia após
dia, até que novos azeites especiais pudessem ser produzidos.
Diante deste milagre, e da libertação
igualmente milagrosa, os judeus estabeleceram a festa de Hanukká, que significa
“dedicação”, me memória a estes feitos. Nesta festa, em cada casa, os judeus
passaram a acender a Hanukkia, um castiçal de nove braços, onde a lâmpada
principal é chamada de Shamash, e cuja flâmula é usada para acender os demais
braços, sendo um braço a cada dia da festa. No oitavo dia de Hanukká, a Hanukkia
é totalmente acesa com suas nove lâmpadas.
A única referência na Bíblia que
temos desta festa está no Novo Testamento, na passagem de João 10:22. Nesta passagem
Yeshua estava no Templo em Jerusalém nos dias de Hanukká, quando foi abordado
por alguns da liderança judaica, questionando-o a dizer se ele era realmente o
Messias. Yeshua foi categórico ao afirmar que ele já o havia dito, mas aqueles
líderes não criam nele, embora as obras de Yeshua testificavam a respeito de
que ele era o Messias.
Em seguida Yeshua diz:
“Mas vós não
credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito. As minhas
ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; E dou-lhes a vida
eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão.” João
10:26-28.
É muito significativo que Yeshua
tenha pronunciado essas palavras justamente na festa de Hanukká. A festa de
Hanukká é um memorial dos milagres de Deus junto ao seu povo, e seu apelo
principal é justamente a fé no milagre. Uma das bênçãos pronunciada nos dias de
Hanukká é:
ברוך אתה יי אלהינו מלך העולם שעשה נסים לאבותינו בימים ההם
בזמן הזה
Baruch atá Adonai, eloheinu melech haolam, sheassá
nissim laavotênu, bayamim hahêm, bizman hazê.
Bendito sejas tú, Adonai, nosso D’us, Rei do
Universo, que fez milagres para nossos antepassados, naqueles dias, nesta
época.
Esse enfoque no milagre nos dias de Hanukká, juntamente com as palavras
pronunciadas por Yeshua durante a festa de Hanukká, nos remetem a um importante
ensino. Aqueles que ouvem a voz de Deus, que creem no seu Messias, que andam de
acordo com sua doutrina, estes estão nas mãos do Messias, e ninguém poderá tirá-los
de lá.
Muitas vezes somos abatidos por tribulações e lutas. Muitas vezes nos
sentimos desamparados e ansiosos. Mas as palavras de Yeshua nos remete que
nossa vida está em suas mãos. Ele é o Rei que está no comando de toda a nossa
história. Crer em milagre não é apenas uma opção, mas é a realidade que deve
estar estampada em nossa mente.
Albert Einstein, judeu, e profundamente marcado pela cultura judaica, e
conhecendo a história de Hanukká, diante de um mundo lógico e frio declarou: “Há
duas formas de viver a sua vida: Uma é acreditar que não existem milagres. A
outra é acreditar que todas as coisas são um milagre”.
A Menorah, objeto principal da celebração de Hanukká, era um candelabro de
sete braços que ficava no interior do Templo. Ela tipifica a Luz do Messias, e
a presença dos sete Espíritos de Deus (Isaías 11:2) que ungirá o Messias.
João declara que Yeshua é a Luz do mundo. E, da mesma forma como a luz do
Shamash é usada para acender as demais lâmpadas da Hanukkia, assim cremos que
nossa luz vem de Yeshua. É dele que vem o Espírito de Deus sobre nossas vidas,
produzindo em nós seus bons frutos (Gl. 5:22). Cremos que é nele que temos o
Novo Nascimento, e acesso à Nova Aliança, que é a única Aliança que trás a
promessa de perdão dos pecados e conhecimento pleno de Deus (Jr. 31:31-34).
Portanto, mais do que um milagre feito aos antepassados, confiamos no
Milagre de Yeshua em nossas vidas hoje e sempre. Isso deve nos fortalecer a
viver uma vida de dedicação à Deus, em obediência a seus mandamentos, confiando
sempre que diante das adversidades, o milagre sempre acontecerá.
O Eterno nos abençoe.
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