“Contudo o povo
ainda sacrificava nos altos, mas somente ao Senhor seu Deus.” 2 Crônicas 33:17
Em toda a leitura bíblica nos
deparamos com os “altos”, onde povos sacrificavam e adoravam ali. Na grande
maioria das vezes esses “altos” eram usados para idolatria a falsos deuses. Na
história de Israel vamos encontrar muitos reis fiéis que se dedicaram a derribar
os “altos”, destruir os lugares de adoração pagã, para tentar distanciar o povo
da idolatria.
Outros, porém, não tiveram tanto
sucesso em derrubar os “altos”, pois o coração do povo ainda estava inclinado a
adorar ali. Mas em 2 Crônicas 33:17 encontramos um relato curioso, no governo
do rei Manassés, o povo utilizava os “altos” para sacrificarem ao Senhor Deus.
Isto é relatado na bíblia com um
tom negativo. Manassés começou seu reinado muito mal, cometendo idolatrias e
perversidades. Mas, depois de ser levado cativo pelos assírios, arrependeu-se
de seus pecados e clamou ao Deus de Israel. Deus ouviu suas orações, perdoou seus
pecados, e Manassés retornou ao seu trono em Jerusalém. Em seu retorno Manassés
promoveu uma grande restauração espiritual em Jerusalém, purificando o Templo e
ordenando a Judá que servisse ao Senhor Deus de Israel. Mesmo diante de tamanha
reviravolta na conduta do rei, os altos continuaram sendo utilizados, porém,
para sacrifícios ao Senhor.
Mas, porque a bíblia parece dar
um aspecto negativo a essa prática?
Na Torá encontramos o mandamento
claro de Deus ao seu povo para adorar unicamente no Tabernáculo, e
posteriormente no Templo. Em nenhum outro altar o povo de Israel deveria
oferecer-lhe sacrifícios ou adoração. E este é um aspecto muito importante que,
na história, o cristianismo tem negligenciado.
Deus estabeleceu como ele deveria
ser adorado, como seu Nome deveria ser reverenciado, podemos encontrar um pouco
disto nos cinco primeiros dos dez mandamentos, e, mesmo entendendo as palavras
de Yeshua à mulher samaritana, de que viriam dias em que nem em um monte, nem
em outro se adoraria ao Senhor, mas que a verdadeira adoração deveria ser em “espírito
e em verdade”, não podemos imaginar que a adoração ao Deus de Israel possa assumir
características dos cultos pagãos.
Infelizmente, assim como o antigo
Israel, o cristianismo tem, desde os seus primórdios, aceitado o sincretismo
com as religiões pagas, “cristianizando” festas, assimilando objetos, rituais,
trazendo para o seu culto elementos que a Torá claramente rejeita.
Desde a reforma protestante muito
foi feito no sentido de retornar às origens, destruir os altos, mas ainda há
muito o que fazer.
“Lembra-te, pois,
de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não,
brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te
arrependeres.” Apocalipse 2:5.
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