A responsabilidade social da Igreja.

Pouco se fala sobre este assunto, mas quero convencer você hoje que, como discípulo de Yeshua, está sobre seus ombros uma grande responsabilidade social.

Não é segredo para ninguém que o ser humano é um ser sociável, e, como tal, estamos sempre vinculados a um tipo de sociedade, seja a família, a cidade, o país etc. A própria igreja constitui-se em um grupo social com um objetivo muito específico.

Desta forma, precisamos entender que todos os membros de uma sociedade são responsáveis pela boa organização da mesma. Para isso que em toda sociedade existem leis, instituições e hierarquia. E não pense que isso é uma invenção humana, muito pelo contrário, é mandamento divino.

“Juízes e oficiais porás em todas as tuas cidades que o Senhor teu Deus te der entre as tuas tribos, para que julguem o povo com juízo de justiça.” Deuteronômio 16:18.

Perceba que o mandamento de Deus para seu povo é para que houvesse em todas as cidades pessoas em posição de autoridade para julgar, e pessoas imbuídas de autoridade para fazer ser executado a determinação dos juízes.

Muitos séculos antes da democracia ateniense a Torá já trazia um esquema de governo bastante elaborado para a época.

Mas, quais seriam as reponsabilidades sociais dos discípulos de Yeshua em meio as sociedades modernas?

Em primeiro lugar, a pregação do evangelho é uma grande responsabilidade social. Quando chamamos os homens a arrependerem de seus pecados e converterem a Deus estamos proporcionando uma melhora significativa na sociedade. Uma sociedade em que as pessoas temam a Deus é uma sociedade que terá como parâmetro as Leis de Deus e o abandono do pecado (transgressão à Lei).

Imagine por um minuto uma sociedade em que, motivados pelo temor a Deus, todos os homens guardassem pelo menos dois dos dez mandamentos: não matarás e não furtarás. Como seria essa sociedade? Com certeza seria uma sociedade muito melhor do que a que vivemos atualmente. Portanto é óbvio que a pregação do evangelho, e a obediência aos mandamentos de Deus é, sem dúvidas, a maior responsabilidade social que recai sobre os ombros dos discípulos de Yeshua.

Claro que o objetivo principal ao evangelizar o mundo é que as pessoas se voltem para Deus e encontrem a salvação de suas almas, mas o efeito secundário é uma melhora significativa na sociedade ao passo que mais e mais pessoas têm o conhecimento da vontade de Deus e mudam suas vidas.

A segunda responsabilidade está de certa forma atrelada à primeira, e é o de expandir os domínios do Reino de Deus neste mundo. Isso alcançamos não apenas com a pregação do evangelho, mas na divulgação dos princípios e valores do Reino de Deus em nossa sociedade. Este tópico não se trata de chamar as pessoas à conversão a Deus, mas no ensino de como Deus deseja que a humanidade funcione, quais são os princípios e valores que fazem parte do Reino Vindouro.

Neste sentido temos a valorização da família, da hierarquia, do governo e da justiça. A Lei de Deus trata de maneira bastante clara como devemos nos orientar na condução de nossas famílias, praticar da justiça social, e realizar a escolha de nossos líderes.

No quesito “escolha de nossos líderes” não podemos deixar de lado os princípios dados por Deus para fazermos essa escolha:

“E tu dentre todo o povo procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que odeiem a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinqüenta, e maiorais de dez” Êxodo 18:21.

Vamos rapidamente nos atentar para estes quatro tópicos:

Capazes: Deus orienta que devemos escolher nossos líderes não baseados na simpatia deles, ou no carisma, muito menos pela afinidade, mas sim pela sua capacidade. A capacidade é o primeiro item que deve ser analisado na escolha de um líder, pois de nada adianta escolher um líder que pareça ser muito simpático se ele não terá a capacidade de fazer as escolhas certas. Um líder sem capacidade para escolher bem irá cometer erros, e toda a sociedade irá sofrer as consequências.

“O governante sem discernimento aumenta as opressões, mas os que odeiam o ganho desonesto prolongarão o seu governo.” Provérbios 28:16 .

Tementes: O segundo tópico que Deus ordena analisarmos na escolha dos nossos líderes é o temor a Deus. Não que deva ser necessariamente um crente, uma pessoa convertida, mas que ao menos tenha temor a Deus. Este tópico é bastante relevante pois, o que irá restringir o governante a não extrapolar suas atribuições é justamente a sua consciência e o temor a Deus. Além do que, o homem que teme a Deus irá considerar sempre os mandamentos de Deus, e não permitirá que leis ímpias venham a prosperar.

“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo a prudência.” Provérbios 9:10.

Verdadeiro: O terceiro tópico que Deus apresenta nas características que devemos observar na escolha de nossos líderes é o compromisso com a verdade. Este ponto é mais profundo do que parece. O mentiroso desenvolve problemas cognitivos na percepção da realidade, e tem a sua capacidade de julgar prejudicada. Quem tem compromisso com a verdade tem maior consciência da realidade, e capacidade de julgar melhor as situações. Além disto, se o mentiroso não tem compromisso nem com sua consciência, terá muito menos com seu semelhante. O que esperar de um líder dado à mentira?

“O governador que dá atenção às palavras mentirosas, achará que todos os seus servos são ímpios.” Provérbios 29:12.

Odeie a avareza: Não há nada pior para uma sociedade do que um líder avarento. A propina não apenas é um roubo, e uma abominação a Deus, ela também perverte o juízo e a capacidade do líder de levar justiça à sociedade. Quando um homem vende seus valores e princípios por dinheiro, não lhe resta mais nada. Um líder que vende a sua honra trará o caos para a sociedade.

“Não torcerás o juízo, não farás acepção de pessoas, nem receberás peitas; porquanto a peita cega os olhos dos sábios, e perverte as palavras dos justos.” Deuteronômio 16:19.

Como discípulos de Yeshua temos grandes responsabilidades para com nossa sociedade, e precisamos ser ativos nela. Para tanto, devemos não somente saber escolher bem nossos governantes como ensinar aos outros sobre a importância de realizar esta escolha com prudência, observando os princípios que Deus estabeleceu para que essa escolha seja feita.

Que o Eterno nos abençoe.

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