“E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a
vós mesmos.” Tiago 1:22
No artigo anterior, http://fesalvacaoeobras.blogspot.com.br/2014/07/qual-importancia-da-biblia-para-fe.html
falamos sobre a importância da bíblia para a Fé, pois a partir do conhecimento
das escrituras é que a Fé pode ser gerada em nossos corações conforme o apóstolo
Paulo ensinou:
“De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” Romanos
10:17
Em outro artigo, http://fesalvacaoeobras.blogspot.com.br/2013/02/mediante-fe.html
foi tratado da Fé como fruto do exercício da razão, fruto do convencimento acerca
da Verdade.
Portanto, percebemos a importância do conhecimento no desenvolvimento
da Fé, sabendo que a própria Salvação em Cristo é mediante a Fé, podemos
relacionar a importância do conhecimento com a própria Salvação e seu
desenvolvimento.
A Salvação que temos em Cristo é uma Salvação dinâmica, ou seja, deve
ser exercida diariamente, edificada dia após dia, alicerçada no conhecimento da
palavra, frutificando em obras na vida do crente.
“Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para
alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a
mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me
das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo
para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” Filipenses
3:12-14
Portanto o conhecimento da Palavra de Deus, principalmente dos
mandamentos de Deus, é um aspecto crucial para o desenvolvimento da Fé, e por consequência
da Salvação do cristão.
Foi tratado em outro artigo aqui neste blog sobre essa necessidade de
conhecermos a Lei de Deus http://fesalvacaoeobras.blogspot.com.br/2014/03/se-sou-salvo-pela-graca-porque-devo.html,
mostrando que através do entendimento da Lei, conhecemos a Vontade de Deus para
nós e podemos então andar na Justiça do seu Reino.
No entanto é necessário entendermos que o conhecimento pelo
conhecimento não pode operar nada na vida do crente, se não for acompanhada de
uma disposição interior de mudança de mente, de comportamento e de retorno à
Verdade.
Não adianta nada o conhecimento das escrituras, da história hebraica e
eclesiástica, o conhecimento dos fundamentos da Fé, se esse conhecimento não
estiver acompanhado do ARREPENDIMENTO!
Sobre este aspecto que Tiago fala em sua carta universal aos cristãos
judeus que estavam na dispersão. Sim a carta de Tiago estava endereçada aos
cristãos judeus que estavam fora dos termos de Israel como vemos em sua
saudação:
“Tiago, servo de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que
andam dispersas, saúde.” Tiago 1:1
No entanto esta carta nunca esteve tão próxima de nós, igreja
gentílica, como em nossos dias.
O objetivo de Tiago em sua carta era chamar os cristãos judeus aos
fundamentos da própria Lei, trazendo a aplicação prática daquilo que a Torá
determinava, vivendo a Lei mediante a Fé em Jesus Cristo, e não apenas no
ritualismo da liturgia hebraica.
Tiago vai falar em sua carta sobre a acepção de pessoas (cap. 2:1-12 =
Dt 1:17), a caridade (cap. 2:14-25 = Dt 15:7-8), a maledicência (cap. 3:1-12 = Dt
5:20), a verdadeira sabedoria, da humildade e sujeição a Deus (cap. 3:13 – cap.
4 = Dt 6), a avareza e do direito dos trabalhadores (cap. 5:1-6 = Dt 24:14-15).
Todos assuntos tratados claramente na Tora.
Para introduzir a todos esses assuntos Tiago chama seus leitores à
necessidade de se PRATICAR aquilo que eles já conheciam a respeito da Lei.
Tiago não estava escrevendo para gentios que não conheciam a Lei, mas estava
escrevendo para Judeus, crentes em Jesus como o Messias, e que desde cedo
haviam sido educados na Lei de Deus, no entanto não estavam observando a Lei de
forma prática em suas vidas.
Aqui cabe uma importante reflexão sobre a religiosidade que é inerente
ao ser humano. Os leitores da carta de Tiago eram homens que tinham
CONHECIMENTO da Verdade, haviam sido instruídos na Lei de Deus, crido no
Messias enviado conforme as escrituras, mas esse CONHECIMENTO não estava se
transformando em mudança PRATICA de comportamento.
Quantas vezes nós como cristãos temos tido um bom conhecimento do
EVANGELHO de Cristo, sabendo que devemos amar nossos inimigos, ser misericordiosos
e compassivos como nosso Mestre, devemos perdoar os que nos ofendem. Mas esse
conhecimento não tem se transformado em PRATICA nas nossas vidas?
Quantos se gabam de ser “evangélicos” desde o berço, mas têm práticas,
posturas que são condenáveis diante da Palavra de Deus?
Vivemos dias em que “cristãos” dão “dízimos” para se tornarem “prósperos”,
demonstrando o amor ao dinheiro e não o princípio bíblico do “Cada um contribua segundo propôs no seu
coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com
alegria.” 2 Coríntios 9:7
Dias em que “cristãos” oram por coisas que são abomináveis diante de
Deus, pedem bênçãos para negócios escusos, pedem as bênçãos de Deus para
relacionamentos pecaminosos, amaldiçoam em nome de Deus seus inimigos,
esquecendo-se do que o Senhor disse: “Desejaria
eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? diz o Senhor DEUS; Não desejo antes
que se converta dos seus caminhos, e viva?” Ezequiel 18:23
E não obstante a tantos pecados ainda confiam cegamente em sua
salvação, arrogam pra si o nome do Senhor, e creem que por pertencerem a uma
agremiação “evangélica” Deus está com eles. As palavras de Tiago nunca foram
tão pertinentes como a nossa geração: “enganando-vos
a vós mesmos”.
O mais intrigante de tudo isso é que nunca houve uma geração que tivesse
acesso a tanta informação, que tivesse tanto conhecimento histórico e
escriturístico como a nossa geração. Nunca houve tantas bíblias no mundo,
tantos livros e vídeos religiosos, tanto conhecimento sendo propagado aos
quatro ventos.
Mas porque essa realidade? Porque vivemos dias tão sombrios no meio
daqueles que se dizem “igreja de Cristo”? Porque temos nos tornado religiosos,
e temos apenas buscado inchar de conhecimento que não se transforma em mudança
de vida?
O problema é que nossa geração não é uma geração que tem aplicado em
seu coração o ARREPENDIMENTO.
O ARREPENDIMENTO é uma postura que deve nascer em nosso coração
mediante o CONHECIMENTO da verdade, isso é fato, mas também é possível que o
homem venha a conhecer a verdade sem que haja arrependimento em seus corações.
Portanto o arrependimento não é uma coisa que acontece
automaticamente, mas está dentro do arbítrio do homem.
A bíblia diz que o Espírito Santo convence o mundo do PECADO, da
JUSTIÇA e do JUÍZO. Isso acontece mediante o conhecimento da Palavra de Deus,
principalmente da Lei. Pois a Lei define o Pecado, aponta para o que é Justo, e
declara a condenação dos que transgridem.
Mas este CONHECIMENTO deve estar acompanhado de sujeição, de uma
introspecção, para aplicar o CONHECIMENTO ao coração e deixar Deus mostrar
nossos pecados para que nos arrependamos deles.
Infelizmente os cristãos da atualidade querem a vitória da
ressurreição, mas não querem a vergonha da cruz. Não estão dispostos a serem SAL
e LUZ para o mundo, querem ser filhos do Rei, mas não querem negar-se a si
mesmo.
O evangelho de Jesus Cristo começou com uma única chamada: “Arrependei-vos”.
Perceba que é uma ordem e não algo que vai acontecer sem sua participação, mas
vai acontecer mediante a sua inclinação a arrepender-se.
Cristo veio para morrer na cruz pelos nossos pecados para nos libertar
deles, e não para vivermos no pecado. A santificação, ou seja, o abandono do
pecado, é a principal premissa para alcançar a GRAÇA conquistada por Cristo na
cruz.
“Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o
Senhor;” Hebreus 12:14.
Onde os cristãos modernos aprenderam que podem viver de forma
conivente com o pecado? Onde os cristãos modernos aprenderam que Deus não olha
para suas práticas? Onde os cristãos modernos aprenderam que basta orar e
louvar com fervor?
Sem arrependimento genuíno e contínuo dos pecados, da sua natureza
pecaminosa, sem o abandono das práticas imorais, sem a busca pela NOVA
NATUREZA, sem a busca pelo NOVO VIVER em Cristo NÃO HÁ ESPERANÇA de redenção!
Claro que enquanto estivermos em carne estaremos sujeitos ao pecado,
mas o pecado nunca foi, e nunca será uma prática constante na vida do
verdadeiro cristão.
Portanto o que quero trazer para sua meditação é que tão importante
quanto CONHECER a Palavra de Deus é, diante de seu ensino, ARREPENDER-SE de
seus pecados, buscando praticar aquilo que a bíblia ensina, e não ser apenas
ouvinte religioso.
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