Convicção do pecado!

Existe uma diferença marcante entre os homens e os demais animais da terra, não é a inteligência, nem a capacidade de viver em sociedade, nem os sentimentos de compaixão ou amor, nem tão pouco a destreza com as mãos ou o raciocínio lógico, isto porque, resguardada as devidas proporções, outros animais demonstram capacidades semelhantes, embora muito inferiores e limitadas em comparação com o homem. Mas existe uma característica que apenas é observada nos homens, nenhum outro animal demonstra isso, apenas o homem é um ser religioso.

Todos os homens já nascem sentindo a necessidade de Deus, mesmo não conhecendo a Deus, mesmo não podendo defini-lo, mas sabem que existe um Deus superior a todos e desejam se relacionar com Ele.

Mesmo os ateus um dia creram em Deus, e somente abandonaram esta crença após algum tempo. Fato é que ninguém nasce ateu. Se você for visitar uma tribo indígena, ou uma tribo e aborígenes, ou um grupo de esquimós ou se resgatássemos os mais antigos manuscritos da humanidade, em diferentes épocas, em diferentes circunstâncias, em diferentes momentos, todos criam em algum deus.

Esta necessidade que temos de Deus é o que nos torna seres religiosos por natureza, e até mesmo entre os que se dizem ateus vemos que a sua crença está fundamentada em um deus, a ciência. Mas todos buscam preencher o vazio que tem de Deus.

Mas o amor a Deus não pode ser manifestada simplesmente por dogmas e religiões, alias o que percebemos é que quanto mais envolvido com a religião e seus dogmas, mais o indivíduo se distância de Deus.

Vemos que a religiosidade sempre foi um problema, quando Jesus esteve presente na terra, ele falou abertamente contra a religiosidade de seu tempo. No velho testamento vemos Deus falando através de seus profetas contra a religiosidade, dizendo que seu povo o honrava com palavras, mas seu coração estava distante dEle.

No tempo de Cristo havia em Jerusalém várias seitas religiosas do judaísmo, e Jesus não foi favorável a nenhuma delas. Ao invés de defender um ou outro segmento Jesus foi claro ao dizer que Ele era o caminho, a verdade e a vida e que ninguém chegaria a Deus se não fosse por Ele.

Em suma podemos afirmar que se nossa religião não for Cristo, estamos errando, pois somente Ele pode nos conduzir até Deus, somente Ele pode nos religar a Deus. Jesus Cristo é a expressa imagem de Deus. Vemos que Deus se manifestou aos homens através de Cristo e por Cristo nos trouxe a oportunidade de relacionarmos com Deus.

Assim temos os mulçumanos que creem em Alá e no profeta Maomé, temos os hindus, budistas e espíritas que creem na reencarnação e no carma, temos as diversas religiões indígenas que creem na natureza e na sua força, temos várias religiões que professam vários deuses e vários caminhos, e também o chamado cristianismo, que crê na igreja e no seu poder temporal. Nenhum destes caminhos leva a Deus!

Quando o apóstolo João escreveu sua primeira carta, ele demonstra claramente duas coisas, primeiramente que o caminho que leva a Deus é Cristo!

Deus se manifestou ao mundo para que o mundo o conhecesse, e Ele se manifestou ao mundo através de Cristo, sendo Ele a própria vida.

“A vida se manifestou; nós a vimos e dela testemunhamos, e proclamamos a vocês a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada. Nós lhes proclamamos o que vimos e ouvimos para que vocês também tenham comunhão conosco. Nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo.” 1 João 1:2-3

Como era impossível ao homem conhecer plenamente a Deus, Deus tomou a iniciativa e se revelou ao homem para que pudéssemos conhecê-lo e amá-lo.

Em seu evangelho, o mesmo João já havia feito tais afirmações, deixando claro um dos propósitos da vinda de Jesus à terra.

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” João 1:14

“Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou.” João 1:18

Assim temos na pessoa de Cristo a expressa imagem de Deus, daquilo que Ele é, do seu amor e sua misericórdia, da sua justiça e fidelidade para com a sua palavra. Tudo o que podemos conhecer de Deus, em Cristo nos foi revelado!

O próprio Cristo testemunhou isto através das suas palavras quando disse:

“Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto.” João 14:7

Após João estabelecer de maneira clara e inequívoca que sua religião era Cristo, e que somente através de Cristo conhecemos a Deus, João estabelece o segundo ponto: a relação com Deus!

“Esta é a mensagem que dele ouvimos e transmitimos a vocês: Deus é luz; nele não há treva alguma. Se afirmarmos que temos comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade.” 1 João 1:5-6

A comunhão com Deus somente pode ser estabelecida no momento em que entendermos que Deus é Luz e nEle não habita trevas alguma. Em Deus não há engano, mentira, fraude. Em Deus temos a essência da verdade, da justiça, da pureza. Em Deus temos a mais alta definição de santidade!

Note-se que João declara que esta mensagem ele recebeu de Cristo. Visto ser Cristo a expressa revelação de Deus! Assim ao nos aproximar de Cristo, nossa verdadeira religião, a primeira coisa que se torna clara e patente diante de nossos olhos é o pecado!

É impossível ao homem pecador ter comunhão com Deus, pois o pecado é totalmente contrário à Deus! Não é possível habitar trevas na luz, por isso não pode haver comunhão entre o pecado e Deus!

A convicção do pecado é a primeira coisa que sentimos ao procurarmos a Deus de todo o nosso coração através de Cristo. Somos pecadores, andamos em trevas e não podemos nos achegar a Deus assim! Não podemos dizer que temos comunhão com Deus, estando nós ainda andando em pecado.

Mas como podemos nos relacionar com Deus se somos pecadores? Somos pecadores, praticamos pecados até mesmo inconscientemente, vivemos debaixo de pecado sobre pecado, e nossa sociedade a nossa volta vive em pecado. Como podemos ter comunhão com Deus desta forma?

João declara que a maneira de termos comunhão com Deus é andando na luz, e se assim o fizermos temos comunhão com Deus.

“Se, porém, andamos na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” 1 João 1:7

O que João está nos ensinando em sua carta é que devemos nos arrepender de nossos pecados! Vivemos em pecados? Sim. Mas quando conhecemos a Cristo temos que ter a iniciativa de abandonar o pecado e viver em justiça!

Muitas pessoas se dizem cristãs, declaram ser Cristo sua religião, mas em suas vidas não tratam o pecado com a severidade que ele tem. Acreditam ser normal ao crente ter pecados “inofensivos”. Mas o que a bíblia nos garante é que para haver comunhão com Deus é necessário que abandonemos o pecado!

E se arrependermos de nossos pecados e andarmos na luz, em justiça e retidão de caráter, Jesus Cristo, através de seu sacrifício, nos garante o perdão de todas as nossas injustiças!

Veja como é tremendo o amor de Deus. Ao ver que o homem estava vivendo em trevas, necessitado dEle; Ele mesmo se revelou ao homem através de seu Filho, e providenciou as condições para que o homem abandone as trevas e reconcilia-se com Ele.

A máxima do cristianismo bíblico é o reconhecimento de quem Deus é: santo, justo, puro e bom; de quem nós somos: pecadores, rebeldes, ingratos, blasfemos e condenados; e do que Deus fez diante desta situação: enviou Jesus Cristo, seu Filho, para manifestar-se aos homens, e propiciar o perdão dos nossos pecados!

Assim através do arrependimento genuíno, do abandono das praticas pecaminosas, do amor a Deus, temos a esperança da salvação conquistada por Cristo na cruz.

Isto não quer dizer que o cristão nunca mais irá pecar. Infelizmente o pecado está terrivelmente entranhado em nossa natureza, o próprio João declara isso quando diz:

“Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo. Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados de todo o mundo.” 1 João 2:1-2

Mas também alerta:

“Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo — a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens — não provém do Pai, mas do mundo.
O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” 1 João 2:15-17

Assim se amamos a Deus, se desejamos nos reconciliar com Deus, devemos ter a convicção dos nossos pecados, e nos arrepender! Obedecer aos mandamentos de Cristo e viver como Ele viveu!

“Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou.” 1 João 2:6