Leia Exôdo 12!
A Páscoa foi
instituída pela primeira vez através de Moisés, quando o povo Hebreu ainda
estava no Egito. Naquela ocasião Deus estava libertando seu povo do cativeiro
egípcio, e como Faraó relutava em não permitir a saída dos hebreus, Deus já
havia castigado todo o Egito com 9 pragas. Foram manifestações violentas e
poderosas da mão de Deus sobre os deuses egípcios, tão violentas e horrendas
que todo o Egito estava assolado.
Mesmo após as
9 pragas que haviam destruído todo o mantimento e a saúde dos egípcios, Faraó
endureceu-se e não permitiu que os hebreus saíssem para adorar a Deus no
deserto como Moisés havia dito. Assim Deus deu ordens para que Moisés
orientassem os hebreus a comemorarem a páscoa, pois naquela noite o Senhor
passaria por todo o Egito e mataria todos os primogênitos.
A comemoração
da Páscoa seria algo simples, ao final da tarde, todas as casas matariam um
cordeiro, macho, de um ano, sem mácula, e passaria o sangue deste cordeiro na
verga e nas duas ombreiras das portas de todas as casas. Se acaso a família
fosse pequena para comer um cordeiro então se ajuntaria com seu vizinho, mas
todos deveriam comer daquele cordeiro. Eles iriam comê-lo assado, juntamente
com pães sem fermento e ervas amargas.
Á meia noite os
primogênitos dos egípcios, a começar pelo filho de faraó, todos foram mortos,
de tal forma que não havia nenhuma casa em que não houvesse pelo menos um morto,
mas entre os hebreus não houve uma morte sequer.
Esta passagem,
sendo um fato real, um acontecimento histórico, está carregada de profecias e
simbolismos que foram revelados em Jesus Cristo. Sabemos que Jesus foi o
cordeiro pascoal, enviado por Deus para morrer em nosso lugar. Mas quando
olhamos para a Páscoa do velho testamento entendemos melhor ainda o significado
da morte de Jesus na cruz.
Inicialmente
podemos perceber que havia uma condenação estabelecida sobre todos os
primogênitos, por causa da rebeldia de Faraó, todos seriam mortos. De uma forma
semelhante, por causa da rebeldia de nossos pais, Adão e Eva, toda a humanidade
está sob uma condenação de morte.
“Portanto, como por um homem entrou o pecado no
mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por
isso que todos pecaram.” Romanos
5:12
Vemos também
que os hebreus foram salvos desta condenação por causa da morte de um cordeiro.
Ao ver o sangue do animal nas ombreiras das portas, a praga destruidora
passaria por cima daquela casa, não havendo ali nenhum morto.
E é justamente
na figura deste cordeiro que vemos Cristo sendo mostrado, pois Jesus sendo um
homem justo, sem mácula, sem pecado, puro, foi morto e através do seu sangue derramado
naquela cruz, nós podemos ser livres da destruição a qual todo o homem está
sujeito. É pelo sacrifício de Jesus, e unicamente por este sacrifício, que
temos esperança da salvação.
Mas os
simbolismos não param por ai, porque os hebreus não apenas tinham que
sacrificar o cordeiro, mas também deveriam comê-lo naquela noite, juntamente
com pães sem fermento e ervas amargas.
Da mesma forma
não basta apenas termos a consciência do sacrifício de Jesus na cruz, ou da sua
suficiência para nos salvar, mas temos que nos alimentar dEle diariamente,
enquanto estivermos nesta terra. Jesus deve ser nosso verdadeiro alimento
espiritual, e não é a toa que Ele mesmo disse:
“Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na
verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes
o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o
meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.” João 6:53-54
Vemos que
assim como no Egito, aquele cordeiro pascoal foi o alimento que fortaleceu a
todos para começar sua peregrinação no deserto, assim devemos nos alimentar de
Cristo, conhecendo a sua palavra e praticando, conhecendo sua vontade e andando
com Ele andou.
Mas aquele
cordeiro deveria ser comido com pães sem fermento e ervas amargas. O fermento
sempre simbolizou o pecado na bíblia, este pão também nos mostra a Cristo, pois
ele mesmo diz ser o pão vivo que desceu do céu! Um pão puro que nos alimenta,
pão sem pecado, sem fermento. Este pão também simboliza a sã doutrina do
evangelho e a santificação. Aquele que se alimenta do Cordeiro de Deus deve
abandonar o pecado e viver em santidade ao Senhor, conhecendo e professando a
sã doutrina!
As ervas
amargas tinha um significado importante para o povo hebreu na comemoração da
Páscoa, pois os fazia lembrar-se da vida amarga que eles tinham enquanto
escravos no Egito. Cristo também padeceu uma vida de sofrimentos e dores, e
seus últimos momentos no Getsemani, Jesus demonstra toda a amargura que estava
vivendo sua alma naquele instante.
Da mesma forma
para o cristão deve mostrar que a vida não será um mar de rosas, pelo contrário,
o evangelho nos ensina que devemos ter uma vida de submissão e sujeição a Deus,
negando-se a si mesmo, lutando contra nossos desejos e vontades carnais, que
nos separam de Deus.
Percebemos que
a comemoração da Páscoa do velho testamento tem muito a ver com a vida cristã.
Jesus é o nosso cordeiro pascoal por seu sangue nós somos livres da morte, da
condenação que há de vir sobre todo o mundo.
Jesus é a
nossa Páscoa, a nossa celebração da vitória sobre a morte e a liberdade do
pecado e escravidão do mundo. Por isso devemos celebrar esta Páscoa, nos
alimentando de Cristo e de sua Palavra, abandonando a prática do pecado e nos
sujeitando à uma vida de piedade e submissão a Deus.
Assim a
comemoração da Páscoa não deve ser apenas um dia no ano como era no velho
testamento, mas deve ser uma comemoração diária, devemos viver na comemoração
da Páscoa.
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