“Nenhum amonita
nem moabita entrará na congregação do Senhor; nem ainda a sua décima geração
entrará na congregação do Senhor eternamente. Porquanto não saíram com pão e
água, a receber-vos no caminho, quando saíeis do Egito; e porquanto alugaram
contra ti a Balaão, filho de Beor, de Petor, de mesopotâmia, para te
amaldiçoar.” Deuteronômio 23:3-4
Os amonitas,
e principalmente os moabitas, foram povos que tentaram impedir o povo de Israel
de chegarem até à terra prometida.
Balaque, rei
de Moabe, contratou o profeta Balaão para amaldiçoar Israel. Não conseguindo
amaldiçoar o povo abençoado de Deus, Balaque enviou mulheres ao acampamento
israelita, para se prostituírem com os filhos de Israel, e conduzi-los à
idolatria (Números 22, 23 e 24).
Por causa
dessa contaminação uma grave praga veio sobre o povo de Deus e morreram naquela
praga vinte e quatro mil homens (Números 25:1-9).
Após esse episódio,
e o povo estando prestes a entrar na terra prometida, Adonai determina ao povo
de Israel o que está em Deuteronômio 23:3-4. Nenhum dos filhos dos moabitas,
nem mesmo sua décima geração poderia adentrar na קהל (kahal – congregação) de Adonai.
Podemos entender até aqui aquilo que o profeta
destaca: “as nossas iniquidades fazem separação entre nós e nosso Deus” Isaías
59:2. Nenhum ímpio pode fazer parte da comunidade dos santos, do povo eleito de
Deus.
Mas este texto de Deuteronômio ganha um novo
significado quando olhamos para a história de uma moabita chamada Rute, e
principalmente para sua descendência.
O neto de Rute não foi ninguém menos que o rei
Davi (Rute 4:17), aquele que é descrito na bíblia como “o homem segundo o
coração de Deus”. E da descendência de Davi veio o nosso Salvador, o Messias de
Israel.
Como entender que de uma descendente de Moabe,
povo amaldiçoado por Deus, viria a linhagem do Messias de Israel? Como entender
isso?
Só vamos entender como uma moabita foi agregada à
comunidade dos santos de Israel, e foi tão grandemente abençoada, se nós atentarmos
para as palavras de Rute:
“Disse, porém,
Rute: Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde
quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu
povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus;” Rute 1:16.
A declaração de Rute foi à contramão de tudo o que
o seu povo fez contra Israel séculos antes.
Rute não apenas decidiu seguir sua sogra Noemi,
como decidiu abandonar seu povo, seus deuses, seus costumes, para adentrar ao
povo de Israel, recebendo o Deus de Israel. Apesar de em sua carne ainda ser
uma descendente de Moabe, em seu coração ela se transformara em uma israelita.
Aqui aprendemos um pouco mais sobre a Graça de
Deus, pois até as mais terríveis sentenças são transformadas em poderosas
bênçãos quando há verdadeiro arrependimento, transformação de mente e coração.
Mas o que isso tem a ver comigo? Bom, há uma dura
palavra de maldição contra nós nas Escrituras:
“Mas, quanto aos
tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos que se
prostituem, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua
parte será no lago que arde com fogo e enxofre (não entrarão na קהל
[kahal – congregação]); o que é a segunda morte.” Apocalipse 21:8.
Qual de nós pode se isentar das qualificações
dadas por Jesus para aqueles que não entrarão em sua cidade? Todos nós temos um
grave problema com esse versículo.
Mas se aprendermos com Rute, arrependendo-nos de nossos
erros e faltas, abandonado as velhas práticas e sujeitando-nos a Deus em
obediência a seus mandamentos, nós poderemos desfrutar da maravilhosa Graça de
Deus que transforma maldições em bênçãos.
Devemos ter em nossos corações as palavras de
Rute: “o teu povo será meu povo, e o teu Deus será meu Deus”.
Que Adonai manifeste sobre nossas vidas sua
maravilhosa Graça, e nos conduza em seus retos caminhos.
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