Tempo de mudança.


Por que Judá fora escolhido pelo Eterno para ser o patriarca por quem viria o Messias?

Essa pergunta se torna mais relevante quando conhecemos a história de Judá nos últimos capítulos da bíblia. 

No capítulo 37 de Gênesis vemos os irmãos (e Judá entre eles) tramando contra a vida de José. 

Na verdade Judá é quem dá a idéia de vender José para uma caravana ismaelita, ao invés de matá-lo como queria os demais(Gn 37:26). 

No entanto, o intuito de Judá era livrar-se de José sem "sujar as mãos". 

Quando os patriarcas chegam a Jacó, e sugerem que José tivesse sido devorado por uma fera no campo, Jacó é consumido de tristeza, e deseja a própria morte. O luto de Jacó por José se torna longo, triste, e Jacó não aceita ser consolado (Gn 37:34-35).

Provavelmente, impactado pela tristeza do pai, e com a consciência pesada pelo feito, Judá se afasta do acampamento dos patriarcas, indo habitar na região de Adulão.

Nesta região, Judá se casa, tem filhos, e a Torá registra que seus filhos eram perversos. 

O primogênito de Judá foi morto pelo Eterno por causa de sua impiedade. Antes de sua morte, porém, foi-lhe dado por esposa Tamar. Como era costume, Onã, segundo filho de Judá, deveria dar descendência a seu irmão, tendo relações com Tamar.

A Torá afirma que Onã não cumpriu seu papel, sendo este também morto pelo Eterno por causa das suas impiedades. 

Judá, temendo alguma maldição que pudesse haver sobre Tamar, a devolve para a casa de seus pais, a pretexto de que seu filho mais novo, Selá, ainda era muito jovem para casar-se. 

No entanto Selá cresce, e Tamar continua na casa de seus pais. Temendo que ficasse viúva e desamparada, Tamar se passa por uma prostituta, e seduz o próprio sogro, que se deita com ela e a engravida.

Como alguém com tantos pecados, e com uma vida tão atrapalhada, poderia ser eleito para ser a ascendência do Messias?

A resposta nós vamos encontrar no final de Genesis, quando Judá se reencontra com José, e sem saber com que falava, temendo pela vida de Benjamim, e do próprio pai Jacó, Judá se coloca em lugar de Benjamim, para receber a "punição" destinada ao irmão. 

O que encontramos no discurso de Judá com José é um homem transformado pelo arrependimento.

"Por isso agora te peço, por favor, deixa o teu servo ficar como escravo do meu senhor no lugar do jovem e permite que ele volte com os seus irmãos. Como poderei eu voltar a meu pai sem levar o jovem comigo? Não! Não posso ver o mal que sobreviria a meu pai". Gênesis 44:33,34.

Justamente por ser um homem que cometeu tantos pecados, mas que se arrependeu, e tomou uma atitude ousada, de se expor ao perigo para salvar seus irmãos, é que Judá pôde, não apenas ser contado na genealogia do Messias, mas também receber do Eterno uma poderosa promessa:

"O cetro não se apartará de Judá, nem o bastão de comando de seus descendentes, até que venha aquele a quem ele pertence, e a ele as nações obedecerão." Gênesis 49:10.

A vida de Judá nos ensina que sempre há tempo para mudanças, e é essa possibilidade de mudança que nos torna aptos a sermos discípulos de Yeshua (Jesus).

Afinal, a primeira mensagem de nosso Senhor foi justamente essa:

"Daí em diante Jesus começou a pregar: Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo". Mateus 4:17.

Abandonar nossos pecados e começar a praticar a justiça, este deve ser o ímpeto que motiva o servo de Deus. 

Que o Eterno nos abençoe.

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