A Pessach e a restauração da fé.

Ao entardecer da próxima sexta feira (19/04/2019) estaremos celebrando a mais importante das festas bíblicas: a Pessach (páscoa).

É na viração do dia 14 de Aviv para o dia 15 de Aviv que começa a celebração desta festa, repleta de significados, e que irá durar até o dia 21 de Aviv (26/04/2019).

A celebração da Pessach deste ano irá coincidir com a celebração da páscoa "cristã". Apenas para contextualizar, no final do século II da era cristã, o papa Victor I ordenou a mudança da data da celebração da páscoa pelos cristãos, e a substituição dos elementos desta celebração, instituindo a páscoa "cristã".

Polícrates de Éfeso foi um dos bispos que se levantaram contra esta alteração, juntamente com outros duzentos bispos escreveu uma carta ao papa Victor demonstrando as razões pelas quais continuaria celebrando a Pessach conforme a tradição recebida dos pais, entre eles, Policarpo de Esmirna e o próprio Apóstolo João.

Para melhor compreensão, recomendo a leitura do artigo: https://fesalvacaoeobras.blogspot.com/2018/03/pascoa-ou-pessach.html

Devemos lembrar que a Pessach foi ordenada na Torá pelo Eterno, no dia determinado, como a primeira festa a abrir o calendário litúrgico de Israel. De Pessach depende todas as demais festas da Torá.

Esta festa, que dura sete dias, embarca na verdade três festas distintas: Pessach, Bikurim e Matzot.

Pessach é o jantar que acontece na noite de 14 para 15 de Aviv, onde, no período do Templo, era assado e comido o cordeiro de Pessach, ervas amargas e matzá (pão sem fermento).

Matzot refere-se ao não comer fermento (hametz) durante sete dias após o jantar de Pessach. O matzá (pão sem fermento) deve ser comido nestes dias.

Bikurim refere-se ao dia em que, nos dias do Templo, um molho de cereais era movido diante do Santuário.

Todas estas três festas têm um importante significado para nossa fé em Yeshua (Jesus) como o Messias de Israel.

Yeshua é o cordeiro de Pessach que tira o pecado do mundo. Yeshua foi crucificado e morto no momento em que os cordeiros de Pessach estavam sendo imolado no Templo.

Seu corpo desceu ao sepulcro justamente na viração do dia 14 para 15.

Três dias após, no primeiro dia da semana, no dia de Bikurim, Yeshua foi apresentado como o primeiro homem a ressurgir gloriosamente dentre os mortos.

“Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem.” 1 Coríntios 15:20

Após sua morte e ressurreição, aqueles que crêem em Yeshua podem experimentar a santificação, um processo em que o fermento do pecado é tirado de nossas vidas, e nós somos nova massa, sincera, apresentados ao Eterno.

Celebrar a Pessach é trazer a memória os eventos mais importantes da nossa fé: o sacrifício de Yeshua, a esperança da ressurreição, e a vida em santidade.

Não por menos Polícrates, e outros muitos, resistiram bravamente à imposição de Vitor I para substituírem a celebração de Pessach por outra festa. Na verdade, há relatos históricos de que muitas igrejas gentílicas ainda celebravam Pessach, conforme o mandamento, até no século IV da era cristã.

Mas estamos vivendo dias ainda mais interessantes, dias em que, após tantos séculos de ignorância, temos tido a oportunidade de restaurar nossa fé, alinhando-nos à fé dos apóstolos e dos primeiros discípulos de Yeshua, entendendo as Escrituras dentro do seu contexto original.

Uma fé que tem como fundamento a Torá, os profetas, e a doutrina dos apóstolos. E o centro desta fé é a pessoa de Yeshua, que fez o que disse que iria fazer, trouxe plenitude para os ensinos da Torá. (Mateus 5:17)

Celebrar Pessach tendo a mente na obra do Messias é, sem dúvidas, ter a Torá renovada em nossa mente.

Que o Eterno nos abençoe!

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